Pedro Nuno Santos critica “governo de vitimização” de Montenegro
"PS será oposição responsável", diz Pedro Nuno Santos, em resposta ao novo primeiro-ministro. "Votaremos a favor do que concordamos e contra o que discordamos", garante.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, respondeu ao repto do primeiro-ministro na tomada de posse – sobre se seriam uma força de bloqueio –, reiterando que o “PS será oposição responsável”. “Votaremos a favor do que concordamos e contra o que discordamos”, sumariza o líder socialista, em conferência de imprensa.
Pedro Nuno Santos acusa ainda Montenegro de ter tido um discurso no qual “em vez de governo de ação, é da vitimização”. “O que assistimos ontem foi como um desafio, uma chantagem sobre o PS, como se o PS estivesse obrigado a viabilizar o Governo”, aponta.
Para o líder socialista, o trabalho do partido “não é ser bengala do PSD”, sendo que o “PS não cede nem tem receios de chantagens, é fiel e firme na defesa daquilo que acredita”. Ainda assim, assume que defenderão as suas posições e vão aprovar aquilo com que concordarem.
“Esperamos que o Governo não se coloque em becos sem saída”, atira, apontando que foi a Aliança Democrática e Luís Montenegro que se disponibilizaram a governar sem maioria absoluta. Quem quis governar com estes resultados “tem de criar as condições”, argumenta.
Pedro Nuno Santos falou ainda sobre a questão da margem orçamental, apontando que Montenegro teve um “discurso típico de governos da direita sobre não haver dinheiro”. “Não é um excedente orçamental que coloca pressão sobre a governação, é o programa económico da AD“, argumenta o socialista, reiterando que a “teoria dos cofres cheios não nasceu com o PS, resultou de campanha eleitoral em que AD prometeu tudo a todos”.
Voltou ainda a sinalizar que “será muito difícil de estar ao lado da AD na viabilização de um OE”, tendo apenas mostrado disponibilidade para um Orçamento retificativo que dê resposta às reivindicações dos profissionais da Função Pública.
No discurso de tomada de posse, Luís Montenegro desafiou o PS a assumir se será “oposição democrática” ou “bloqueio“. O primeiro-ministro argumentou que o Partido Socialista, em particular, – e apesar da sua legitimidade para se poder afirmar como fiscalizador e alternativa futura – deve ser “claro e autêntico quanto à atitude que vai tomar: ser oposição democrática ou ser bloqueio democrático“.
Para Montenegro, as oposições devem “respeitar o princípio de nos deixar trabalhar e executar o programa do Governo”. “Não se trata de uma adesão a esse programa, mas antes de saber se há um bloqueio à sua execução”, sublinhou, apelando à viabilização do programa do Governo – que será apresentado no Parlamento a 10 de abril.
O primeiro-ministro defendeu também no seu discurso que é preciso ter noção que Portugal não ficou “um país rico” só porque teve “um superávite orçamental”, que coloca “vários problemas”, como conduzir à “reivindicação desmedida e descontrolada de despesas insustentáveis” ou à ideia de que “não há necessidade de mudar estruturalmente a nossa economia e o Estado”.
(Notícia atualizada às 17h10)
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