Livre rejeita ir às europeias coligado com Volt. PAN avalia decisão
Uma coligação a três para as europeias tem sido defendida pelo eurodeputado Francisco Guerreiro e subscrita pelo Volt, mas Livre já rejeitou posição e PAN admite ainda estar a avaliar.
A ideia surgiu do eurodeputado independente Francisco Guerreiro. Face aos resultados eleitorais nacionais, “considero difícil a eleição de um eurodeputado português para o grupo do Verdes. Daí considerar que o Livre, PAN e Volt Portugal deveriam ir em coligação garantindo uma concentração de votos numa frente ecologista”, afirmou em declarações ao ECO. Mas a ideia não terá asas para voar. Ao que o ECO apurou, o partido de Rui Tavares rejeitou essa proposta e do lado de Inês de Sousa Real a hipótese estará ainda ser estudada, ainda que o Volt revele ao ECO não ter recebido nenhuma resposta do PAN à proposta de coligação a três.
A ideia de uma coligação entre os três partidos surgiu pela primeira vez em 2022. Francisco Guerreiro – embora eleito em 2019 pelo PAN, tornou-se independente no ano seguinte, por “divergências políticas” com a direção do partido pelo qual foi cabeça de lista nas últimas eleições europeias – tinha defendido num artigo de opinião no Público “que a melhor hipótese de os ecologistas portugueses conseguirem um eurodeputado nas próximas eleições europeias de 2024″ seria através de uma coligação entre o PAN, Livre e Volt Portugal.
“Este partido, que já tem como cabeças de lista às eleições europeias Duarte Costa e Rhia Lopes, respetivamente, podia ser assim uma mais-valia logística, programática e numérica neste esforço de ter uma corrente ecologista única para esta eleição específica”, justifica.
A posição é partilhada pela Volt Portugal. Ao ECO, Duarte Costa, que é também copresidente do partido, afirma que “enquanto partido pragmático, europeísta e promotor do diálogo e do bom senso na política” o foco é agora de “construir consensos com estes partidos próximos do Volt no contexto europeu“. O partido, com “ligações fortes” aos valores europeístas, não participou nas eleições europeias de 2019 por ter sido fundado no ano seguinte, preparando a sua estreia no sufrágio europeu a 9 de junho.
Perante a possibilidade de cada um dos partidos conseguir eleger três deputados, “e com isso contribuírem ativamente para uma frente verde progressista portuguesa no Parlamento Europeu”, o Volt tomou a iniciativa de reunir formalmente com a direção do PAN e do Livre “por forma a explorarmos esta possibilidade”.
Apesar de o Livre se ter disponibilizado para se reunir com a Volt Portugal, a confirmação de rejeição à proposta de coligação terá chegado ao partido europeísta “por via indireta”. Ao ECO, fonte oficial do partido de Rui Tavares confirma que na última assembleia do Livre, no passado dia 11 de abril, o partido decidiu que “não vai coligado a estas eleições”, optando por fazer a sua estreia no boletim de voto europeu a solo. As listas do partido ainda estão em fase de discussão internamente.
Quanto ao PAN, que “não respondeu” à solicitação de um encontro com o Volt, Inês de Sousa Real explica ao ECO que a decisão do partido cabe à Comissão Política Nacional do PAN, “que irá reunir após o processo de auscultação interna que a direção (Comissão Política Permanente) está a realizar”, não adiantando prazos. O partido também ainda não apresentou os candidatos às listas.
E quanto a Francisco Guerreiro, a deputada única do PAN frisa que o partido “não lhe reconhece qualquer legitimidade para comentar o que seja relativamente à estratégia do” partido, apontando que o eurodeputado, depois de se ter desvinculado do partido, “não só defraudou os eleitores” como se “recusou a ceder o lugar ao partido”.
As eleições ao Parlamento Europeu chamam às urnas cerca de 400 milhões de eleitores, entre os dias 6 e 9 de junho para elegerem 720 deputados europeus. Por cá, o processo decorre no dia 9 de junho, tendo os eleitores portugueses a capacidade de eleger 21 deputados.
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