Juros do crédito da casa aliviam pelo segundo mês após máximos de 15 anos
Depois de ter atingido o valor mais elevado em década e meia em janeiro, a taxa de juro implícita nos contratos de crédito para a compra de casa aliviou pelo segundo mês seguido em março.
A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação voltou a descer em março, pelo segundo mês consecutivo, atingindo os 4,613%, depois de em janeiro ter valor mais elevado em cerca de década e meia, de acordo com Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Esta evolução reflete as perspetivas de inversão das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) por conta do abrandamento da taxa de inflação. Os mercados estão a antecipar cortes nas taxas diretoras do BCE a partir do verão. E antecipando este movimento as taxas Euribor têm vindo a corrigir nos últimos meses, levando a uma descida dos custos com os empréstimos para a compra de casa.
Na generalidade dos contratos, a taxa de juro implícita registou uma quebra de 2,8 pontos base em relação a fevereiro, a maior descida desde outubro de 2020.
Para os contratos celebrados nos últimos três meses a taxa de juro caiu pelo quinto mês seguido, tendo sido mais expressiva em março: menos 19,7 pontos base para uma taxa de 4%, a mais baixa desde maio. No que diz respeito aos contratos assinados nos últimos seis meses, a taxa de juro recuou 11,6 pontos base para 4,102%.
Apesar da descida dos juros, a prestação média da casa fixou-se nos 403 euros, mantendo o valor de fevereiro mas 72 euros acima da prestação verificada há um ano, segundo o INE. Deste valor, a parcela relativa a juros representou 61% da prestação média, o que compara com 45% em março de 2023.
Quanto aos contratos celebrados mais recentemente, que haviam sido mais penalizados pela subida dos juros, a prestação da casa registou decréscimos de nove euros, oito euros e cinco euros para as operações fechadas nos últimos três meses, seis meses e 12 meses, respetivamente.
Entre julho de 2022 e setembro de 2023, o BCE aumentou as taxas em 450 pontos base, uma trajetória de subida que foi interrompida em setembro. A próxima reunião do conselho de governadores do banco central acontece no dia 6 de junho
Portugal foi um dos países que sentiu maior impacto da subida dos juros do BCE, dada a circunstância de mais de 90% dos contratos terem um regime de taxa variável.
(Notícia atualizada às 11h42)
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