Marcelo diz que Costa é “lento” por ser “oriental” e Montenegro tem “comportamentos rurais”
O Chefe de Estado disse ainda que o atual primeiro-ministro formou um Governo de forma "impensável" e que a solução a Europa – com Sebastião Bugalho como cabeça de lista – foi uma "improvisação".
O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa – numa conversa informal com jornalistas estrangeiros, no Vila Galé Ópera, em Lisboa – acusou António Costa de ser “lento” por ser “oriental” e defendeu que Luís Montenegro “é uma pessoa que vem de um país profundo urbano-rural, e que é urbano com comportamentos rurais”.
“Os orientais são lentos”, disse Marcelo, referindo-se a Costa mas “Luís Montenegro não é oriental mas é lento”. Elogiando o atual líder do Executivo disse que “este” tem uma coisa boa: “É totalmente independente e não é influenciável” e totalmente “improvisador”. Já António Costa não lhe dava trabalho porque era “previsível”.
O Chefe de Estado disse ainda que o atual primeiro-ministro formou um Governo de forma “impensável” e que a solução para a lista europeia – com Sebastião Bugalho como cabeça de lista – é “tipicamente uma improvisação”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações a que a SIC teve acesso. “Guardou segredo até ao fim. Todos os dias tenho surpresas, com o primeiro-ministro António Costa era ao contrário”, disse, referindo, mais uma vez, que o atual primeiro-ministro “tem um raciocínio de um país tradicional”, de um PSD “à antiga”.
“É um estímulo completamente diferente, não é lisboeta, nem portuense. É uma pessoa que vem de um país profundo urbano-rural, urbano com comportamentos rurais. É muito curioso isso e difícil de entender precisamente por causa disso”, afirmou aos jornalistas. “Não é um político estilo António Costa e muito menos estilo partidos populistas. É outro estilo de discurso, envolvente, difícil de acompanhar por causa dessa envolvência. É um estilo com outro tempo”.
Na conversa com jornalistas, Marcelo disse ainda que Luís Montenegro só convidou os ministros para o Governo no dia em que ia entregar a lista ao Presidente da República. “Formou Governo de forma impensável. Convidou cada ministro sem ninguém saber quem eram os outros ministros. Encontraram-se de surpresa no fim da história. Ele começou a convidar os ministros na manhã do dia em que ia entregar a lista. É um risco”, sublinhou. “Guardou segredo até ao fim. Todos os dias tenho surpresa, com o primeiro-ministro António Costa era ao contrário”, disse, referindo, mais uma vez, que o atual primeiro-ministro “tem um raciocínio de um país tradicional”.
Nessa mesma conversa com a imprensa estrangeira – que tinha caráter informal –, Marcelo falou ainda da sua relação com o filho, Nuno. Dizendo que a polémica das gémeas brasileiras levou o Presidente da República a cortar relações com o filho, que o procurou para ajudar a acelerar o processo das crianças na toma do medicamento Zolgensma. Marcelo Rebelo de Sousa considera a situação “imperdoável”. “Ele sabe que eu tenho um cargo público e político, e pago por isso”, declarou a jornalistas estrangeiros.
“Ele tem 51 anos. Se fosse o meu neto mais velho e preferido, com 20 anos, sentir-me-ia corresponsável. Mas, com 51 anos, é maior e vacinado”, afirmou o Chefe de Estado, aparentemente desvalorizando o afastamento de Nuno Rebelo de Sousa. A relação entre ambos já não estaria boa há uns meses e o caso das gémeas só a veio piorar.
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