Governo entregou ao Tribunal de Contas auditoria da Santa Casa Global que não era a final
"Se a mesa [da SCML] diz que esse não é o relatório final e diz que tem outro, que agora é o final, aguardamos que nos seja entregue e avaliaremos se é mesmo o relatório final", diz o Governo ao ECO.
Afinal, a auditoria à Santa Casa Global entregue pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSS) ao Tribunal de Contas (TdC) não era a final. Ao ECO, a tutela liderada por Maria do Rosário Ramalho garante que a informação que tinha “era de que aquele era o relatório final”, mas agora a mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), liderada por Ana Jorge, diz que “tem outro” relatório, pelo que o Governo aguarda que este lhe seja entregue.
“A informação que havia no gabinete era a de que aquele era o relatório final. A auditoria tinha a denominação de auditoria forense e estava classificada como confidencial”, explica fonte oficial do MTSS, lembrando que a anterior ministra da tutela, Ana Mendes Godinho, “já tinha remetido essa auditoria para o Ministério Público e que a atual ministra o remeteu para o Tribunal de Contas (TdC).
“Se a mesa [da SCML] diz que esse não é o relatório final e diz que tem outro, que agora é o final, aguardamos que nos seja entregue e avaliaremos se é mesmo o relatório final” ou se há aspetos que possam ainda ter de ser investigados, acrescenta.
A auditoria à Santa Casa Global, criada para gerir as lotarias e jogos de apostas no mercado externo, ficou a cargo da auditora BDO. De acordo com a Lusa, a SCML já tinha enviado para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas o relatório sobre a auditoria externa feita à Santa Casa Global com dados recolhidos até 31 de janeiro de 2024.
Governo decidiu exonerar toda a mesa da SCML, incluindo a provedora Ana Jorge, acusando a administração de ser “incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição” e de “atuações gravemente negligentes”, que poderão comprometer a “curto prazo” a “fundamental tarefa de ação social que lhe compete”. Ainda assim, a provedora vai-se manter em gestão corrente até ser nomeada nova equipa.
Posteriormente, numa carta enviada aos trabalhadores, Ana Jorge, que tinha assumido funções há cerca de um ano, denunciou a forma “rude e caluniosa” com que foi justificada a sua exoneração e garantiu que vai contar a sua verdade “em tempo e em sede própria”. A provedora, agora exonerada, herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, cuja debilidade financeira coincidiu com os anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela anterior administração liderada por Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.
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