BCP vai reforçar dividendo para se “proteger” dos rivais

Miguel Maya referiu que a “única forma de proteger” o banco de potenciais investidas de rivais é “remunerar adequadamente” os acionistas.

O BCP BCP 0,00% quer reforçar o dividendo para 50% ou mais dos seus lucros no futuro. O CEO do banco considera que “remunerar adequadamente” os acionistas é a “única forma de se proteger” de potenciais investidas de bancos rivais, nomeadamente espanhóis.

Se conseguirmos e tivermos condições de remunerar adequadamente os acionistas, é a única forma de protegermos e mantermos o hub. (…) Quando está frágil fica muito mais propício a alguém que olhe para cá”, afirmou Miguel Maya esta quarta-feira depois de questionado sobre a OPA hostil lançada pelo BBVA sobre o Sabadell e sobre a especulação de um eventual interesse do primeiro sobre o BCP.

“Não tenho comentários sobre a fusão. São dois bons bancos. (…) Nem [comentários] sobre a intenção do BBVA em bancos em Portugal. Desconheço qualquer interesse, não tenho qualquer manifestação de interesse”, disse.

Miguel Maya frisou que se assistirá a um maior movimento de fusões e aquisições na banca europeia apenas quando a União Bancária estiver concluída.

"Se conseguirmos e tivermos condições de remunerar adequadamente os acionistas, é a única forma de protegermos e mantermos o hub. (…) Quando está frágil fica muito mais propício a alguém que olhe para cá.”

Miguel Maya

CEO do BCP

O gestor reiterou ainda intenção de propor um reforço do payout dos 30% para os 50% ou mais no próximo plano estratégico, lembrando que a remuneração acionista é importante para atrair os investidores.

“Depois de termos fechado o ano de transição, com o banco sólido, estamos em condições de o fazer. É o resultado de termos transformado o banco com sucesso e estarmos preparados para isso”, afirmou aos jornalistas.

Um banco precisa de ter investidores. Os investidores tem de ter remuneração para investir no banco”, acrescentou depois de questionado sobre as notícias da eventual saída da Sonangol e da Fosun da estrutura de capital do banco.

Segundo Miguel Maya, angolanos e chineses tiveram papel relevante na recuperação do banco nos últimos anos, “disponíveis para estarem vários anos sem receber dividendos”.

Porém, o BCP tem atualmente uma “situação que não tem nada a ver” com o passado e está em condições para ter uma estrutura acionista mais dispersa “como a maioria dos grandes bancos europeus”.

“Temos um free float de 60%. Vários grandes bancos têm free float superior a 90%. Este é o caminho natural de um banco que tem a solidez do BCP”, disse.

O banco registou lucros de 234,3 milhões de euros no primeiro trimestre, uma subida de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

BCP vai reforçar dividendo para se “proteger” dos rivais

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião