Setor das comunicações já foi “mais fervilhante”, diz Pinto Luz
"É um setor que hoje tem margens esmagadas, onde a arquitetura regulatória e de concorrência limita muito a ação", prosseguiu o ministro das Infraestruturas.
O ministro das Infraestruturas afirmou esta quarta-feira que o setor das comunicações já foi “mais fervilhante”, que tem “margens esmagadas” e defendeu a necessidade de encontrar novas formas de dar robustez à remuneração de quem investe na área. Miguel Pinto Luz falava no encerramento do 33.º Congresso da APDC, que este ano decorreu sob o mote “40 year futurizing”, em Lisboa.
“Foi um setor mais fervilhante do que é hoje, para ser brando é um setor que hoje tem margens esmagadas, onde a arquitetura regulatória e de concorrência limita muito a ação”, prosseguiu o governante. “É um setor que sofreu disrupções sucessivas com a introdução de novos players [operadores] no mercado, de novas formas de utilização da própria infraestrutura, é um setor que obriga a ciclos sucessivos de investimento de capital intensivo”, admitiu.
Para “nós liderarmos os próximos ciclos de desenvolvimento precisamos de encontrar novas formas de dar robustez à remuneração de capitais que hoje oferecemos a quem investe este setor, não tenhamos dúvidas nenhumas”, sublinhou. Durante o debate Estado da Nação das Comunicações, os presidentes executivos da Altice Portugal, Ana Figueiredo, Nos, Miguel Almeida, e Vodafone Portugal, Luís Lopes, abordaram a falta de retorno de capital no setor e o tema da consolidação.
O ministro afirmou que a Europa tem uma “cultura de pequenas e médias empresas”, acrescentando que é necessário trazer temas como a IA para a agenda europeia e admite já estar a trabalhar a forma como a Europa poderá fazer a distribuição da coleta de impostos.
Miguel Pinto Luz defende também que a Inteligência Artificial e a Computação Quântica são áreas estratégicas, acrescentando que é preciso “implementar um novo modelo de desenvolvimento para a Europa”. O governante reiterou que é preciso “criar riqueza para distribuir riqueza”, referindo ainda que é necessário ter “empresas grandes” na Europa de outra forma não será possível sustentar o Estado social.
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