Tripulantes e pilotos saem em defesa do CEO da TAP em polémica sobre privatização
Os maiores sindicatos que representam os tripulantes de cabine e os pilotos defendem, tal como o CEO, que o Estado deve manter uma participação na TAP no processo de privatização.
Os presidentes do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) defendem, tal como o CEO da TAP, que o Estado mantenha uma participação no capital que lhe permita ter voz na companhia aérea, após a privatização. Declarações que surgem após as críticas do ministro das Infraestruturas e Habitação ao presidente da transportadora portuguesa.
“Sempre defendemos que o Estado numa futura privatização deve manter uma percentagem pública para que possa ter uma influência nos desígnios estratégicos da companhia. Ficamos satisfeitos quando o CEO da TAP tem sobre esta matéria a mesma opinião que o sindicato”, afirma Ricardo Penarroias, presidente do SNPVAC, numa declaração enviada ao ECO.
“Sempre defendi que a TAP tenha uma gestão privada, mas que o Estado mantenha uma participação e influência ativa na empresa”, diz também o presidente do SPAC, sindicato que está em período eleitoral. “É o que acontece na Air France, onde o Estado tem 28%. Uma participação que é assumida como uma questão de soberania económico-financeira, assegurando também a preservação do hub“, acrescenta.
O presidente da TAP, Luís Rodrigues, defendeu em declarações ao Financial Times que o Estado fique com uma participação no capital da companhia aérea, no âmbito do processo de privatização. “A minha recomendação seria que o governo português mantivesse uma posição, para ser parte de todo o processo de desenvolvimento”, afirmou o CEO da TAP ao jornal britânico.
Declarações que não foram bem recebidas pela tutela. “Eu concordo que o presidente da TAP se deve focar na gestão da TAP e não se imiscuir em problemas que são do acionista. O presidente da TAP deve-se focar na gestão da TAP e a TAP bem precisa de boa gestão e, nesta altura, é isso, cada um deve desempenhar o seu papel”, disse esta terça-feira o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, à saída de uma reunião ministerial em Bruxelas.
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