Portugal paga 3,68% para emitir 3.000 milhões de euros a 30 anos

A emissão sindicada a 30 anos realizada esta quarta-feira por Portugal junto de um grupo restrito de bancos terminou com o Estado a pagar um prémio de 115 pontos base acima da taxa mid-swap.

O Tesouro realizou esta quarta-feira uma emissão de dívida sindicada a 30 anos pelo qual pagou um prémio de 115 pontos base acima da taxa mid-swap a 30 anos (que esta manhã apresentou uma taxa média de 2,5%), segundo informação avançada pelo portal International Financing Review, que se traduziu numa taxa final de cerca de 3,678%, segundo dados finais da operação disponibilizados pelo IGCP, pela emissão de 3 mil milhões de euros.

Em mercado secundário, os títulos portugueses a 30 anos estavam a negociar esta manhã com uma taxa de juro média (yield) de 3,599%.

A nova linha de obrigações a 30 anos emitida esta quarta-feira tem como maturidade a 12 de junho de 2054 e apresenta uma taxa de cupão de 3,625%.

A operação foi realizada pelo IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, entidade liderada por Miguel Martín, contou com uma procura 4,7 vezes acima da oferta e teve como bancos colocadores o BNP Paribas, BBVA, Bank of America, Deutsche Bank, NovoBanco e Santander.

O IGCP revela ainda que as obrigações do Tesouro foram colocadas junto de investidores de diferentes nacionalidades e que a operação contou “com uma grande participação de investidores sediados em França/Itália/Espanha, bem como na Alemanha, Áustria e Suíça”, com a procura a ser predominantemente de gestores de fundos, seguros e fundos de pensões.

Esta foi a primeira vez desde fevereiro de 2021 que o Tesouro recorreu a um sindicato bancário para realizar uma emissão a 30 anos. No entanto, já este ano, a 4 de janeiro, o IGCP realizou uma emissão sindicada de obrigações do Tesouro a 11 anos e 10 meses (com maturidade a outubro de 2034) no montante de 4 mil milhões euros, que resultou numa yield de 2,997%. “Os joint bookrunners que geriram a transação foram o Banco Santander, o BNP Paribas, o CaixaBI, o Citi, o Crédit Agricole Corporate and Investment Bank e o J.P. Morgan”, revela o IGCP.

Com esta operação, o Tesouro contabiliza em 2024 um total de emissões de obrigações do Tesouro de 13,9 mil milhões de euros, que agregam 8,4 mil milhões no primeiro trimestre, 2,5 mil milhões de euros obtidos através de leilões realizados em abril e maio, e agora 3 mil milhões de euros da operação sindicada.

Significa que, segundo a atualização do Programa de Financiamento da República Portuguesa para 2024 para o segundo trimestre, o IGCP já cumpriu 87% do objetivo de emissão anual prevista de obrigações do Tesouro.

(Texto atualizado às 19h45 com informação final da operação disponibilizada pelo IGCP)

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