Lisboa terá mais 90 quilómetros de ciclovias em 2025
Lisboa passará de uma rede ciclável com os atuais 173 quilómetros para um total de 263, estando prevista a construção de mais 56 ciclovias de ligação. O investimento será de 13 milhões de euros.
A Câmara de Lisboa anunciou esta quinta-feira um investimento de 13 milhões de euros para aumentar a rede ciclável de Lisboa em 90 quilómetros até ao final de 2025, de acordo com o plano ciclável municipal.
De acordo com o plano, no final de 2025, Lisboa passará de uma rede ciclável com os atuais 173 quilómetros para um total de 263, estando prevista a construção de mais 56 ciclovias de ligação, com o objetivo de “melhorar e ligar melhor a infraestrutura já construída na cidade”, disse o vice-presidente da autarquia, Anacoreta Correia.
“Estamos a falar num conjunto de 13 milhões de investimento, mais de 90 quilómetros, e estamos a incluir pela primeira vez uma dotação orçamental também para a manutenção” de ciclovias, no valor de 1,7 milhões de euros, disse, salientando que a manutenção começa já este mês a ser assegurada através da EMEL. Também as estações de bicicletas Gira, que atualmente são de 150, serão 190 no final de 2025.
No plano estão ainda incluídos dois milhões de euros para ligar escolas à rede ciclável, além dos 400 mil euros que a autarquia recebeu como apoio financeiro do Programa BICI Bloomberg para fazer a ligação de ciclovias a 20 escolas, com uma abrangência de 20 mil alunos. O plano ciclável faz parte de uma promessa eleitoral da coligação Novos Tempos, e teve por base uma auditoria à rede da cidade, realizada pela empresa Copenhagenize.
Segundo a auditoria, a Avenida Almirante Reis, a Avenida 24 de julho e a Rua Prof. Pinto Peixoto (no Beato) são as vias com mais problemas de segurança. “Ou seja, todos os dados de acidentes e de sinistralidade comprovam que, efetivamente – e está também no relatório -, a Avenida Almirante Reis levanta problemas de segurança”, salientou, revelando que ainda durante este semestre a Câmara de Lisboa apresentará alterações ao desenho da ciclovia desta avenida.
O autarca avançou que o desenho da ciclovia da Almirante Reia vai ser alterado “significativamente”, mas foi tido o cuidado de “repensando o espaço público no seu conjunto”.
“O nosso objetivo é manter, de alguma forma, nas vias estruturantes, a compatibilização entre a rede rodoviária e a ciclável, mas, de facto, introduzir alterações muito significativas e que, em grande medida, respondem a vários dos aspetos que são assinalados também na auditoria em termos de segurança”, sublinhou. A auditoria detetou falhas graves na rede ciclável da cidade, nomeadamente 30 cruzamentos com problemas, muitas descontinuidades nas ciclovias e falhas na ligação a 121 escolas e cinco universidades.
Um inquérito a utilizadores revelou que dois terços dos inquiridos se sentem inseguros ou muito inseguros em cruzamentos, a maioria vê a rede de Lisboa como descontínua e a maior parte considera insuficiente a proteção contra o tráfego motorizado e que ainda há muitos locais inacessíveis de bicicleta, nomeadamente sem estações GIRA. De uma forma geral, existe um bom desempenho da rede na ligação ao Metro e aos comboios, mas com oportunidades de melhoria, revelou a auditoria.
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