Banco e seguradoras dão mais de 20 milhões em dividendos ao Montepio

Todas as empresas da maior mutualista do país tiveram resultados positivos no ano passado. Banco Montepio e seguradoras Lusitania regressam aos lucros após reestruturação.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) recebeu mais de 20 milhões de euros em dividendos das suas empresas participadas, incluindo o Banco Montepio, as seguradoras Lusitania e ainda o negócio das residências sénior e de estudantes, de acordo com as informações a que o ECO teve acesso.

Todas as empresas do grupo tiveram resultados positivos no ano passado, alcançado um lucro agregado na ordem dos 70 milhões de euros – ainda que em termos consolidados a AMMG tenha registado um lucro de 92,6 milhões, conforme anunciado na semana passada. O ECO questionou o grupo, que remeteu a resposta para depois do encontro entre o presidente, Virgílio Lima, e os jornalistas que está marcado para esta segunda-feira.

A maior associação mutualista do país tem vindo a reestruturar alguns dos seus negócios com vista a recuperar o dinheiro lá investido, como no caso do banco e da atividade seguradora. E que começa a dar frutos.

Do Banco Montepio chegou um dividendo de cerca de seis milhões de euros, o primeiro em mais de uma década, correspondendo a mais de 20% do resultado de 28,4 milhões obtido no ano passado – um resultado que teria ascendido a mais de 100 milhões se não tivesse de contabilizar o impacto negativo da venda do Finibanco Angola.

O banco liderado por Pedro Leitão empreendeu um duro processo de ajustamento nos últimos anos, que levou à saída de mais de 900 trabalhadores e ao fecho de dezenas de balcões, complementado com uma simplificação da estrutura societária com a venda de negócios não estratégicos como o Banco Empresas Montepio e o Finibanco Angola.

Virgílio Lima, candidato à presidência da Associação Mutualista Montepio Geral, em entrevista ao ECO - 17NOV21

Seguradoras mais do que triplicam lucro

No que toca à atividade seguradora, que também tem em curso um plano de transformação, tanto a Lusitania como a Lusitania Vida multiplicaram os lucros por mais de três no ano passado, apresentando resultados na casa dos 17 milhões de euros cada.

No caso da Lusitania, a reestruturação foi feita ao nível da estrutura de capital (como sucedeu também no banco, de resto), com a injeção de 115 milhões de euros para a cobertura de resultados transitados negativos – um requisito necessário para proceder à distribuição de dividendos, como deu conta o ECO há mais de um ano. No final do ano passado a seguradora reestruturou ainda a rede comercial com o fecho de 16 de 23 balcões que tinha e a colocação de uma centena de trabalhadores em teletrabalho.

Na Lusitania Vida, depois de ter sido fortemente afetada pela turbulência nos mercados financeiros em 2022 em resultado da invasão russa na Ucrânia, deu-se continuidade ao plano de redução do risco da carteira com a venda de ativos financeiros de maior volatilidade e menor rentabilidade.

Residências lucram meio milhão

No negócio das residências, a Residências Montepio, dirigida à população sénior, obteve um resultado líquido de cerca de meio milhão de euros. Já a Montepio Residências para Estudantes, que lucrou mais de 50 mil euros no ano passado, mais do que duplicando em relação a 2022.

Conta com quatro residências em Lisboa, duas em Évora e uma no Porto e outra em Braga, e tiveram taxas de ocupação de 100% à exceção da residência minhota (70%), e há projeto para expandir para a cidade de Coimbra.

(Notícia atualizada às 10h47 para corrigir resultado líquido da Montepio Residências para Estudantes)

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