Governo acaba com segundo veículo que herdou restos do BPN
Uma a uma, as chamadas "Par", criadas em 2010 para gerirem os ativos do BPN, estão a desaparecer. Depois do fim da Parups em 2022, a Parparticipadas vai agora ser extinta com a fusão na Parvalorem.
O segundo dos três veículos financeiros criados em 2010 para gerirem os restos tóxicos do BPN está em vias desaparecer. Depois do fim da Parups em 2022, a Parvalorem vai agora absorver a Parparticipadas através de um processo de fusão que se encontra em fase de conclusão, segundo adiantou a instituição ao ECO. A própria Parvalorem também tem o seu destino traçado.
A operação foi aprovada em assembleia geral realizada no final do mês passado. E surge depois da liquidação do antigo banco do BPN, o Banco Efisa, no final do ano passado, uma condição necessária para se avançar com a extinção da Parparticipadas.
No âmbito da fusão, a Parvalorem vai absorver um ativo de aproximadamente 40 milhões de euros e um passivo de cerca de 130 milhões de euros da Parparticipadas.
A extinção das “Par” já era esperada na medida que “têm vindo a proceder à alienação de participações e de ativos detidos, no cumprimento da missão de minimização dos custos da nacionalização do BPN”. O esforço da estrutura liderada por Sofia Torres tem passado agora pela implementação de “um plano de simplificação societária e de redução de custos de estrutura”.
Carteira de imóveis de 200 milhões para liquidar em 2025
A próxima etapa deste processo deverá conhecer desenvolvimentos no próximo ano, com a liquidação do Fundo Imonegócios. Trata-se de uma carteira de imóveis de valor superior a 200 milhões de euros e que já esteve à venda por várias ocasiões, mas sem um desfecho positivo, como deu conta o ECO.
Ao mesmo tempo, está prevista a fusão da Imofundos na Parvalorem, sendo que esta sociedade gestora de fundos não apresenta um “passivo relevante”, refere a entidade.
E o fim da Parvalorem?
Estes veículos foram criados em 2010, na sequência da nacionalização do BPN dois anos antes, só que foram reduzindo a sua atividade e ativos sob gestão ao longo da última década, designadamente através da recuperação e venda.
Depois da Parups (que ficou com as obras de arte) e da Parparticipadas (que geria as participações sociais), a Parvalorem vai ter o mesmo destino. Ainda não há uma data, mas dentro da sociedade já se olha para o final do caminho. “A Parvalorem passará a gerir o remanescente de crédito, participações sociais e imóveis, preparando-se a sua liquidação”, indica.
Ainda não são conhecidas as contas do ano passado. No final de 2022, a Parvalorem apresentava um buraco de 4,8 mil milhões que corresponde sobretudo a dívida junto da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF).
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