Reditus volta a falhar prazo para apresentar contas. Investidores podem pedir dissolução

Há dois anos sem divulgar as contas da atividade, a empresa tecnológica que tem Miguel Pais do Amaral como maior acionista prevê agora apresentar a 10 de julho os primeiros números relativos a 2022.

A Reditus está há dois anos sem divulgar as contas da atividade. Depois de ter atrasado a apresentação de resultados de 2021, a cotada tem vindo a adiar as contas de 2022 e, agora, de 2023. Esta sexta-feira voltou a falhar o prazo que tinha comunicado ao mercado há precisamente um mês para a divulgação das contas relativas ao primeiro semestre e à totalidade do ano de 2022.

A nova data dada pela empresa tecnológica para a divulgação destes números é agora o dia 10 de julho, segundo o comunicado enviado esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Uma previsão, refere, que é feita “com base no desenvolvimento dos trabalhos finais de auditoria, consolidação, revisão e aprovação das contas, individuais e consolidadas”.

“Mais se informa que prevê proceder à publicação dos resultados do primeiro semestre de 2023 dentro dos 60 sessenta dias subsequentes à aprovação dos Relatórios e Contas, individuais e consolidadas, do exercício de 2022”, acrescenta na mesma nota, assinada pela administração.

Com cerca de metade do capital disperso em bolsa, Miguel Pais do Amaral é o maior acionista da Reditus com 25,6% do capital da empresa, mas sem controlo de gestão. A família Moreira Rato detém 10,12% e Daniel Bernardes Oleiro possui 6,05%.

Como o ECO noticiou, sem apresentar as contas de 2022 e 2023, o que já lhe valeu ver as suas ações transferidas para o compartimento de penalização da Euronext Lisbon, a Reditus arrisca ser alvo da instauração oficiosa de um procedimento administrativo de dissolução da sociedade devido a estar há dois anos sem apresentar os seus resultados financeiros. A cotada pode ainda ser alvo de processos contraordenacionais por parte da CMVM, que continua a acompanhar a situação.

As cotadas portuguesas estão a fechar a divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2024, mas os últimos dados da atividade da Reditus que os investidores conhecem são os de 2021 – um lucro de 2,66 milhões de euros, face aos prejuízos de 1,06 milhões de euros em 2020. Números que foram apenas apresentados em maio de 2023.

De comunicação em comunicação ao mercado, a empresa tem vindo a adiar, primeiro, o reporte das contas do primeiro semestre de 2022, e dos relatórios seguintes: relatório anual de 2022, do primeiro semestre de 2023 e de 2023.

“Os emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação, como é a Reditus, estão obrigados publicar o relatório e contas anual e de forma a darem uma imagem exata do património, da situação financeira e dos resultados da sociedade”, realça Octávio Viana, presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM), notando que, “além desta obrigação para com os acionistas e demais stakeholders, a prestação de contas é também uma obrigação fiscal”.

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