Seguradoras pedem incentivos fiscais para seguros de saúde dos trabalhadores
Seguradoras defendem que o Estado dê incentivos fiscais às empresas de modo a atribuírem um seguro de saúde aos trabalhadores para haver equidade no mercado laboral.
Mais incentivos fiscais às empresas de modo a que atribuam um seguro de saúde aos trabalhadores, assim como chamar o setor público de saúde a colaborar mais com as seguradoras que podem ter um papel ativo na promoção da saúde. Estes foram alguns dos desafios lançados no painel sob a temática “Sustentabilidade do ecossistema dos seguros de saúde”, no âmbito do 3.º Fórum Nacional de Seguros, uma organização do ECOseguros e da Zest que acontece até quarta-feira, na Alfândega do Porto.
Para Sofia Oliveira, da área da Saúde, Vida e AP’s na IBK – Mediação de Seguros, “o Estado [deve] dar incentivos, nomeadamente em sede de IRC, para fazer com que o seguro de saúde englobe o pacote salarial de todas as empresas”. O objetivo é haver uma maior equidade na sociedade ao nível dos direitos à saúde dos trabalhadores. Sofia Oliveira considera que “há muita desigualdade no setor“.
Durante a sua intervenção, Fernando Duarte, diretor-geral da João Mata Corretores e Consultores de Seguros, assinalou “o papel gigante das seguradoras na prevenção da saúde“, nomeadamente ao nível da promoção. Defendeu que as seguradoras passem a segmentar os produtos de modo a que “os seguros não sejam iguais para todos e o custo seja transversal”. Aliás, reiterou, “o preço é fundamental, mas também é preciso serviço e oferta”.
O Estado [deve] dar incentivos, nomeadamente em sede de IRC, para fazer com que o seguro de saúde englobe o pacote salarial de todas as empresas.
Já Rui Meireles, diretor de Seguros de Pessoas na MDS Portugal, deu conta de que, no pós-pandemia da Covid-19, se tem assistido a mudanças de paradigma [na área dos cuidados de saúde, uma vez que] as pessoas estão a transitar do setor público para o privado“. Segundo este responsável, “há situações mais graves de saúde que estão a ser tratadas no setor privado que antes eram tratadas no público. Existem alguns estudos de seguradoras que [apontam que esta mudança] não é exclusiva do mercado” português.
A propósito dos desafios em relação à sustentabilidade no setor, Paulo Almeida, da comissão de gestão executiva – distribuição Norte da Verspieren Portugal, elencou, por sua vez, a colaboração do setor público com as seguradoras. “Não deixar de fora o setor público que pode colaborar connosco”, frisou, defendendo ainda que se deve “garantir que os prémios sejam autossuficientes para cobrir os custos”.
No painel também foi lançado o desafio às seguradoras no sentido de “reinventarem o produto e oferecerem coisas diferentes tendo em conta o aumento do custo e a pirâmide etária”.
“Conseguirmos aconselhar o produto ainda exige uma componente humana”
Interpelados sobre o papel da Inteligência Artificial (IA) no setor, os participantes acreditam no seu potencial, mas manifestaram algumas reservas, uma vez que consideram que os profissionais do setor têm o ADN essencial para esta atividade. Em algumas situações, os profissionais são mesmo insubstituíveis, como é o caso dos ramos pessoais. “Conseguirmos aconselhar o produto ainda exige uma componente humana. Principalmente nos ramos pessoais depois de uma triagem das novas tecnologias, é preciso ter na mesma um consultor pessoal”, afirmou Sofia Oliveira.
Já Fernando Duarte não tem dúvidas de que “a inteligência artificial veio para ficar”. Por isso mesmo é preciso “agarrar a nova geração” que é utilizadora das novas tecnologias de modo a acompanhar a evolução. Também para Rui Meireles “é incontornável a tendência das novas gerações utilizarem as ferramentas tecnológicas, mas há a gestão de risco“.
Paulo Almeida acrescentou, por seu turno, que é preciso “ser inteligente a utilizar a Inteligência Artificial e conseguir perceber o que outros fazem bem”.
Pedro Caramez, palestrante e consultor LinkedIn, vendas e networking, deu o “remate final” na sua intervenção. “Estes ambientes digitais de que estamos a falar, como o Linkedin, têm aqui uma recente história. A aceleração para estas transformações é grande”, destacando a relevância e potencialidades destes meios digitais para o setor.
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