Como a inovação ecológica pode salvar a produtividade na Zona Euro

No Fórum do BCE, a inovação verde e a inteligência artificial são apresentados como oportunidades para impulsionar a produtividade da Zona Euro que tem definhado desde 1995.

A produtividade na Zona Euro tem sido um tema recorrente nas discussões sobre a competitividade dos países do euro. Num estudo apresentado esta quarta-feira no Fórum do BCE pelo economista Antonin Bergeaud, foi traçado um panorama detalhado sobre a evolução da produtividade europeia nas últimas décadas, destacando desafios e oportunidades para o futuro.

“Quando pensamos no crescimento no muito longo prazo, podemos ter em mente este número: 2,1%. Esta é a média de crescimento do PIB per capita na área do euro”, afirmou Bergeaud, professor da HEC Paris, no início da sua apresentação. No entanto, ao contrário dos EUA, onde este crescimento foi estável ao longo do tempo, na Zona Euro, a maioria destes ganhos concentrou-se num período de três décadas após a Segunda Guerra Mundial.

O economista sublinhou que, desde 1995, o crescimento médio do PIB per capita na área do euro tem sido de apenas 1,1%, caindo para 0,7% desde 2004. “Isto tem sido um desafio para as políticas públicas e monetárias”, observou Bergeaud.

Se pensarmos que a inovação verde é um bloco importante na transição verde, e eu certamente acredito que é, há uma luz no fundo do túnel para a Europa, que é um líder claro na produção de tecnologias verdes.

Antonin Bergeaud

Professor da HEC Paris

Bergeaud fez uma comparação entre a Zona Euro e os EUA em termos de adoção de tecnologias. “A Europa aumentou significativamente a sua produtividade total dos fatores, apoiando-se em dois fatores importantes: uma população muito educada em relação a outras regiões e a adoção massiva de tecnologias dos EUA”, explicou.

No entanto, após 1970, a Europa começou a ficar para trás relativamente aos EUA em termos de produtividade total dos fatores, revela o paper “The past, present and future of European productivity” do professor da HEC Paris. Bergeaud argumenta que isto se deve, em parte, à falta de uma política de Investigação e Investigação e Desenvolvimento (I&D) coordenada que permitisse à Zona Euro acompanhar as inovações que melhoram a produtividade.

O economista também destacou o papel crucial da inovação verde para o futuro da produtividade europeia. “Se pensarmos que a inovação verde é um bloco importante na transição verde, e eu certamente acredito que é, há uma luz no fundo do túnel para a Europa, que é um líder claro na produção de tecnologias verdes”, afirmou.

Olhando para o futuro, Bergeaud enfatizou ainda a importância da inteligência artificial para o crescimento da produtividade. Segundo as suas estimativas, a inteligência artificial poderá gerar um aumento cumulativo de três pontos percentuais na produtividade da Zona Euro nos próximos três anos.

No entanto, o professor e investigador alerta que “isto é apenas o canal de automação” e que os maiores ganhos virão da capacidade de usar a inteligência artificial para produzir novos bens e serviços.

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