China retalia contra tarifas de Bruxelas e avança na investigação às marcas europeias de brandy
Pequim vai realizar uma audiência este mês sobre o inquérito iniciado em janeiro à indústria de brandy da UE, que investiga a venda de marcas na China abaixo dos preços de mercado.
Um dia depois de Bruxelas confirmar que vai avançar com a imposição de direitos de compensação provisórios sobre as importações de veículos elétricos chineses, Pequim anunciou esta sexta-feira novos desenvolvimentos na sua investigação “anti-dumping” à indústria de brandy da União Europeia (UE).
De acordo com a Reuters, o Ministério do Comércio chinês irá realizar uma audiência no dia 18 de julho para discutir a investigação em curso sobre as alegações de que os produtores europeus de brandy estão a vender as suas marcas na China abaixo dos preços de mercado.
A investigação em causa, lançada em janeiro, terá partido de uma queixa de uma associação de bebidas espirituosas do gigante asiático, tendo como principal alvo o conhaque francês, já que a França apoiou a Comissão Europeia quando esta decidiu investigar os subsídios de Pequim a veículos elétricos chineses, por ser um dos países mais expostos.
Mas a abertura de inquéritos pela China a importações europeias não se ficou pelo brandy. Recentemente, a administração do Presidente Xi Jinping avançou com uma investigação aos exportadores de carne de porco do bloco comunitário e, segundo a imprensa estatal chinesa, as próximas “vítimas” deverão ser os produtores de laticínios e os fabricantes de automóveis com motores de combustão.
Não obstante, Pequim afirmou que não quer uma nova guerra comercial e tem manifestado vontade de negociar com Bruxelas, apelando para que cancele as tarifas aduaneiras aplicadas aos veículos elétricos fabricados pelas chinesas BYD Auto (17,4%), Gelly (19,9%) e SAIC (37,6%).
A Comissão Europeia, por seu lado, disse que está em contacto permanente com as autoridades chinesas para encontrar uma solução que não dependa de restrições económicas.
Os direitos compensatórios, que são aplicados a partir desta sexta-feira, 5 de julho, são um tipo de tributação cobrada sobre bens importados para compensar os subsídios concedidos aos produtores desses bens no país exportador.
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