Frente Popular vence eleições em França e atirar extrema-direita para terceiro lugar
Surpresa em França. Coligação de esquerda vence, segundo sondagens, mas sem maioria absoluta, com bloco de Macron em segundo. Extrema-direita desce para a terceira posição.
A Nova Frente Popular (NFP), de Jean-Luc Mélenchon deverá vencer a segunda volta das legislativas em França este domingo, apontam sondagens. A última projeção da Ipsos, tendo em conta resultados já apurados, atribui 177 a 192 lugares à NFP. A coligação do presidente Emmanuel Macron terá entre conseguido entre 152 e 158 deputados e a União Nacional (RN), partido de extrema-direita que tinha vencido na primeira volta, deverá ter conseguido a terceira posição.
A confirmarem-se as projeções, trata-se de uma verdadeira reviravolta nos resultados das primeira volta, na qual o partido de Marine Le Pen tinha vencido com mais de 30% dos votos. Agora, o RN, terá conseguido 138 a 145 lugares, aquém dos resultados das sondagens que, na sexta-feira, apontavam um intervalo entre 170 e 230 deputados. Em quarto ficam Os Republicados, de direita, com entre 63 e 67.
As projeções, de acordo com o Le Monde, apontam para uma vitória da esquerda neste processo eleitoral que chamou às urnas mais de 40 milhões de franceses e que, segundo os dados às 17h00 locais, tinha levado às urnas cerca de 60% dos eleitores inscritos, a maior taxa de participação desde 1981.
A manterem-se os resultados das estimativas, nenhum dos três blocos conseguirá a maioria absoluta, já que são necessários, pelo menos, 289 assentos parlamentares para uma maioria absoluta em França.
Mélenchon espera convite de Macron
O primeiro-ministro, Gabriel Attal, disse que vai entregar a sua demissão ao Presidente Emmanuel Macron na segunda-feira de manhã, acrescentando que vai exercer as suas funções enquanto for necessário.
Macron deve admitir a derrota e convidar o NFP a formar um novo governo, disse Jean-Luc Mélenchon, o primeiro a falar na noite eleitoral. Sublinhou ainda que o resultado é consequência de um “esforço de mobilização magnífico” e que a extrema-direita “está longe de uma maioria, antes pelo contrário”.
A presidência francesa emitiu uma nota a informar que Macron está atualmente a “analisar os resultados” e que “em linha com a tradição esperar para que o quadro do parlamento esteja completo antes de tomar as próximas decisões necessárias”.
“Macron, como garante das instituições, irá respeitar a escolha dos franceses“, salientou a nota do Palácio do Eliseu.
Gerald Darmanin, ministro do Interior e figura importante no bloco centrista de Macro, disse, no entanto, que “hoje, ninguém pode dizer que ganhou esta , muito menos o senhor Mélenchon”.
O líder do RN, Jordan Bardella, afirmou que a França foi “atirada para as mãos da extrema-esquerda“.
“Depois de paralisar deliberadamente as nossas instituições, Emmanuel Macron empurrou o país para a incerteza e a instabilidade. Como resultado, privou o povo francês de qualquer resposta às suas dificuldades quotidianas durante muitos meses”, afirmou Bardella. O seu partido irá “amplificar” o seu trabalho na oposição.
Em Portugal, uma das primeiras reações foi de André Ventura. No rede social X, o líder do Chega escreveu: “Desastre para a economia, tragédia na imigração e mau no combate à corrupção. Se se confirmarem estes resultados em França é uma verdadeira derrocada para a Europa“!
(Notícia atualizada pela última vez às 22h21)
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