E vão três. Há um novo partido de extrema-direita no Parlamento Europeu
Depois do nascimento da nova família do Chega, Patriotas da Europa, surge agora um novo grupo político que se irá sentar na ala mais à direita: o Europa das Nações Soberanas.
Depois de ter sido expulso do Identidade e Democracia – antiga família política europeia do Chega que deixou de existir para dar lugar aos Patriotas da Europa, criado pelo primeiro ministro húngaro Viktor Orbán –, o partido de extrema-direita alemão, o Alternativa para a Alemanha (AfD, sigla em alemão) formou um novo grupo no Parlamento Europeu: Europa das Nações Soberanas.
O novo grupo político, que teve esta quarta-feira a sua sessão constitutiva, conta com 25 eurodeputados de nove Estados-membros, “mas poderá haver mais a juntarem-se”, revelou na rede social X Toroczkai László, o único eurodeputado do partido húngaro Nosso País, um dos membros desta nova família política. As regras europeias exigem que para a formação de um novo grupo europeu sejam precisos, no mínimo, 23 eurodeputados de sete Estados-membros.
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Além dos 14 eurodeputados do AfD, que ficou em segundo lugar na Alemanha nas eleições europeias, e do único eurodeputado húngaro, a Europa das Nações Soberanas conta ainda com eurodeputados do Renascimento búlgaro, do partido monárquico-nacionalista polaco, Confederação Liberdade e Independência, e eurodeputados do Acabou-se a Festa (Se Acabó la Fiesta), o mais recente partido de extrema-direita espanhol.
Ademais, vais buscar membros ao Republika da Eslováquia, à União do Povo e Justiça da Lituânia, ao SPD da República Checa e ao Reconquista de França – fundado por Éric Zemmour, que está ainda mais à direita do que o partido de Marine Le Pen.
Feitas as contas, o Parlamento Europeu, que já atualizou os resultados finais, passa a contar com três partidos que se sentarão mais à direita do Partido Popular Europeu, família política do PSD e do CDS-PP: os Patriotas da Europa, fundado por Viktor Orbán e do qual pertence o Chega, os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), liderado por Giorgia Meloni e, agora, a Europa das Nações Soberanas. Pelo caminho, ficou o Identidade e Democracia, que após a constituição da nova família política fundada pelo primeiro-ministro húngaro, deixou de ter condições para integrar o Parlamento Europeu.
No entanto, nem os Patriotas nem os Soberanistas podem aspirar a cargos de topo no executivo comunitário, uma vez que os partidos pró-UE formaram um “cordão sanitário” à sua volta. O ECR, no entanto, poderá estar em vias de garantir um lugar de vice-presidente e dois presidentes de comissões, escreve o Financial Times.
Este novo partido surge a uma semana da eleição do presidente e vices-presidente do Parlamento Europeu, e ainda da presidente da Comissão Europeia. Roberta Metsola deverá ser reeleita para presidir ao hemiciclo em Estrasburgo por mais dois anos e meio, mas a reeleição de Ursula von der Leyen na liderança do executivo comunitário está mais incerta.
A ainda presidente da Comissão Europeia tem estado a reunir-se com os principais grupos políticos do Parlamento Europeu para garantir que, no dia 18 de julho, consegue 361 votos, o suficiente para garantir a sua reeleição, mas nem os socialistas nem os liberais parecem estar convencidos. Enquanto o S&D, o segundo maior partido no Parlamento, não formalizou ainda o seu apoio a von der Leyen, os liberais já deram conta que para já o Renovar Europa não está convencido.
Quanto aos grupos políticos, estes têm até à primeira sessão parlamentar, que decorre a 16 julho, para formalizar os seus eurodeputados.
O PPE continua a ser a maior bancada, ocupando 188 lugares no Parlamento Europeu e a segunda maior é da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), da família europeia do PS, que conta com 136 eurodeputados. Em terceiro surge agora o Patriotas da Europa, com 84 eurodeputados, e logo a seguir o ECR com 78. A uma curta distância, mantêm-se os liberais do Renovar Europa com 76 eurodeputados e os Verdes com uma bancada composta por 53 lugares. Já o grupo da Esquerda elegeu 46 representantes nas últimas eleições.
Notícia atualizada às 12h59 a 11/07 com os dados atualizados do Parlamento Europeu
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