Lucro do banco moçambicano do BCP caiu mais de 4% até junho

  • Lusa
  • 29 Julho 2024

O ativo total do Millennium BIM cresceu 4,6% até ao final de junho, face ao final de 2023, enquanto o passivo total cresceu 7,5%.

Os lucros do banco moçambicano Millennium BIM, o segundo maior do país, liderado pelo português BCP, recuaram mais de 4% no primeiro semestre, face ao mesmo período de 2023, para 3.225 milhões de meticais (46,6 milhões de euros). De acordo com o relatório e contas intercalar, a que a Lusa teve acesso e comunicado entretanto ao mercado, este desempenho contrasta com o resultado líquido de quase 3.367 milhões de meticais no primeiro semestre de 2023.

O ativo total do Millennium BIM cresceu 4,6% até ao final de junho, para 199.129 milhões de meticais (2.880 milhões de euros), mas neste caso face ao final de 2023, enquanto o passivo total cresceu 7,5%, para 165.040 milhões de meticais (2.387 milhões de euros). O Banco de Moçambique aprovou a 9 de maio a proposta dos acionistas do Millennium BIM de nomeação de novos órgãos sociais, passando o conselho de administração a ser presidido por Moisés Jorge.

Em comunicado, o Millennium Banco Internacional de Moçambique (BIM) anunciou na altura aquela decisão e recordou que Moisés Jorge é um quadro superior da instituição, tendo integrado, em 1994, a equipa que lançaria o banco no ano seguinte, sendo que esta nomeação “reflete o compromisso” com uma “cultura de mérito e valorização dos seus quadros”. O Millennium BIM anunciou então a renúncia de João Cunha Martins ao cargo de presidente da comissão executiva “por motivos pessoais”.

“O seu compromisso com a excelência e a sua capacidade de liderança foram inestimáveis para o banco num momento crucial de desenvolvimento e crescimento da economia moçambicana”, lê-se no mesmo comunicado, no qual se acrescenta que o BIM “já iniciou o processo de seleção” de um novo presidente da comissão executiva e que “está comprometido em garantir uma transição tranquila e eficiente”.

Durante o “período de transição”, o atual administrador financeiro (CFO), Rui Maximino, “assumirá interinamente as responsabilidades de presidente da comissão executiva”.

À data de 30 de junho de 2024, o banco contava com um capital social de 4.500 milhões de meticais (65,7 milhões de euros), a maioria detido pelo BCP África (grupo Millennium BCP), com 66,69%, seguido do Estado de Moçambique (17,12%), do Instituto Nacional de Segurança Social moçambicano (4,95%) e da Empresa Moçambicana de Seguros (4,15%), entre outros.

As mudanças na estrutura de administração, efetivadas em maio, surgiram sete dias depois de o banco central ter indicado um quadro próprio para inspetor residente no BIM, para monitorizar o sistema de pagamentos e o modelo de negócio. Em comunicado, o banco central referiu então que o inspetor residente Hélder Manuel Chachuaio Muianga iniciou funções a 2 de maio, inserindo-se esta decisão no campo da “supervisão”, mas garantindo que o banco “continua sólido e estável”.

“O inspetor residente irá, dentre outras tarefas, monitorizar o sistema de pagamentos, o modelo de negócio e a estratégia do banco, acompanhar e analisar os desenvolvimentos no sistema de gestão e de controlo interno do banco, e participar em reuniões relevantes dos órgãos colegiais”, lê-se no comunicado.

O Millennium BIM publicou em maio um pedido de desculpas aos clientes “pelas várias anomalias” na utilização dos cartões, ATM e POS “nos últimos dias”. Estes problemas, aparentemente, envolvem a nova rede interbancária em Moçambique e têm afetado vários outros bancos, motivando queixas generalizadas de clientes e empresários, por dificuldades nos pagamentos.

“As nossas equipas têm estado a trabalhar intensamente por forma a resolver estes problemas. Neste momento, a situação está normalizada e os serviços restabelecidos. Continuaremos a monitorar a situação, por forma a assegurar a disponibilidade dos mesmos”, lê-se na mesma mensagem do Millennium BIM.

Os lucros do BIM aumentaram 8,2% em 2023, face ao ano anterior, para 7.211 milhões de meticais (104,3 milhões de euros), segundo o relatório e contas divulgado anteriormente pela Lusa.

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