DBRS espera “novo ano extraordinário” na banca portuguesa
Depois dos lucros de 2,7 mil milhões no primeiro semestre, os bancos portugueses vão a caminho de um "novo ano extraordinário", antecipam os analistas da agência DBRS Morningstar.
A agência de rating DBRS Morningstar espera um “novo ano extraordinário” em termos de resultados para os bancos portugueses, depois de terem alcançado lucros de 2,7 mil milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de 38% em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Os fortes resultados no primeiro semestre – na sequência dos fortes resultados de 2023 – beneficiaram da continuação da evolução positiva da margem financeira e dos elevados volumes de empréstimos e do baixo custo de risco”, destacam os analistas da agência de notação financeira numa análise publicada esta quarta-feira.
O desempenho registado até junho, conjugado com as condições económicas favoráveis, “aponta para a possibilidade de um novo ano extraordinário para os bancos portugueses”, acrescentam. Para esta nota foram tidos em conta os resultados dos seis maiores bancos nacionais: Caixa, BCP, Santander, Novobanco, BPI e Montepio.
A DBRS Morningstar nota que as taxas de juro tanto dos depósitos como dos empréstimos já atingiram o pico no final do ano passado e vão descer “gradualmente” à medida que o banco central vai aliviando a política monetária. Ainda assim, os resultados dos bancos vão continuar a ser suportados pela recuperação do mercado de crédito.
Por outro lado, embora os custos operacionais tenham subido no último ano por causa da elevada inflação e dos investimentos na digitalização e simplificação, os fortes ganhos operacionais contribuíram para uma melhor eficiência. “O rácio cost-to-income dos bancos portugueses compara favoravelmente com a média da União Europeia”, nota a agência.
A redução das provisões também contribuiu para a melhoria dos lucros: as provisões e imparidades caíram de 999 milhões de euros em junho do ano passado para 556 milhões em junho deste ano. “O elevado nível de provisionamento de há um ano refletiu uma expectativa por materializar em relação a uma deterioração da qualidade dos ativos por causa das elevadas taxas de juro e do abrandamento económico”, explicam os analistas.
Segundo os responsáveis da DBRS, as “condições favoráveis” da economia portuguesa – como o forte mercado de trabalho, o crescimento dos salários e a redução do endividamento das famílias – “limitaram” os problemas na qualidade dos ativos dos bancos.
Ainda assim, com as condições financeiras a colocarem pressão sobre as famílias e empresas, o crédito malparado poderá aumentar. Em todo o caso, “a economia estável, o crescimento do emprego e volumes de empréstimos mais elevados deverão evitar uma deterioração significativa na qualidade dos ativos”, antecipa a DBRS.
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