Dona da Izidoro vendida pela capital de risco ECS a grupo de Santarém

Autoridade da Concorrência dá luz verde à compra da centenária Montalva, que fatura 200 milhões de euros e emprega mil pessoas, pelo conglomerado agroindustrial Valgrupo detido por Fernando Vicente.

É oficial. O grupo agroindustrial Montalva, que detém marcas como a Izidoro e Damatta e que era controlado desde 2011 pela private equity ECS Capital, foi comprado pela Valsabor, integrada na Valgrupo, numa operação que contou ainda com participação da equipa de gestão liderada por Luís Rodrigues.

O negócio já foi aprovado pela Autoridade da Concorrência, que tinha sido notificada em junho sobre esta operação. A centenária Montalva, que tem sede no Montijo, fatura 200 milhões de euros e emprega mais de mil pessoas, passa para as mãos do ribatejano Valgrupo, fundado e liderada por Fernando Vicente.

Unidade industrial do grupo Montalva no Montijo

Com sede no Montijo e mais de 30 explorações de produção animal e oito unidades industriais em Portugal, o Grupo Montalva é um dos maiores operadores nacionais nas áreas de talho, charcutaria e mercearia. Em comunicado, Manuel Noronha de Andrade, presidente executivo da ECS, que acaba também de vender o açoriano Hotel do Caracol a um fundo gerido pela Square AM, destaca que “o interesse de um player de referência em Portugal valida a qualidade do ativo e os resultados da estratégia desenvolvida”.

O comprador, que no ano passado, antes desta aquisição, faturou 700 milhões de euros e tinha 1.500 trabalhadores, é um dos gigantes do setor agroindustrial português, com 32 empresas e 12 áreas de negócio. Tem como principal atividade a produção animal – cerca de 1,8 milhões de suínos, 750 mil perus e ainda 4.000 bovinos – e o abate, transformação e comercialização de produtos alimentares.

Conta ainda com um centro de inseminação artificial, distribuição de medicamentos veterinários, produção de rações e distribuição de vários produtos e matérias-primas. E atua também noutros setores, como a construção de infraestruturas (antiga Ricel, em Porto de Mós), a produção e comercialização de vinho – comprou a Quinta da Atela (Alpiarça) em 2017 – ou a realização de eventos.

O interesse de um player de referência em Portugal no Grupo Montalva valida a qualidade do ativo e os resultados da estratégia desenvolvida.

Manuel Noronha de Andrade

Presidente executivo da ECS

“A aquisição do Grupo Montalva constitui uma excelente oportunidade para o crescimento de ambos os grupos. Estamos entusiasmados em trabalhar com a equipa de gestão da Montalva para continuar a proporcionar produtos e serviços de elevada qualidade e reforçar a relação com os nossos clientes e consumidores”, salienta Fernando Vicente, CEO do Grupo Valsabor.

Na mesma nota, que destaca que esta operação permitirá “expandir a linha de produtos, aumentar a capacidade produtiva instalada e explorar novos segmentos e mercados”, o CEO da Montalva, Luís Rodrigues, realça que “após mais uma década de sucesso com o suporte da ECS, esta operação marca um novo e importante momento na história” do grupo.

“A força e os recursos do Grupo Valsabor, aliados à competência das nossas equipas e à qualidade dos nossos produtos, vai potenciar o desenvolvimento da empresa e contribuir para continuarmos a criar valor para todos – consumidores, clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros – através de um forte compromisso com a portugalidade e a inovação, que constituem pilares fundamentais da nossa identidade”, acrescenta o gestor.

A SRS Legal foi a assessora jurídica da ECS Capital neste negócio da venda do Grupo Montalva. Liderada pelo sócio da equipa de Private Equity & Venture Capital Gustavo Ordonhas Oliveira, contou ainda com a participação de Marco Silva Garrinhas (coordenador), Joana Ferreira Gonçalves (associada) e de Duarte Pirra Xarepe (consultor) em matérias de concorrência. O trabalho envolveu a organização, acompanhamento e execução do processo de venda, assim como a elaboração e negociação dos contratos e documentos da transação.

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