Só 3,2% das casas novas ou reabilitadas em Lisboa dão isenção total de IMT aos jovens
De um total de 1.063 imóveis novos ou reabilitados disponíveis para venda, apenas 34 têm um valor inferior aos 316.772 euros estipulados como teto máximo para se poder ter benefícios fiscais.
Apenas 3,2% das casas novas ou reabilitadas, no concelho de Lisboa, podem dar isenção total de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto de Selo (IS) aos jovens até aos 35 anos na compra da primeira habitação própria e permanente, segundo um estudo do portal imobiliário Casafari.
“De um total de 1.063 apartamentos e moradias disponíveis” novos ou reabilitados “para venda no concelho de Lisboa, somente 34 têm um valor inferior aos 316.772 euros estipulados como teto máximo para se obter a isenção total de IMT”, conclui a Casafari com base nos dados recolhidos a 30 de agosto.
Se considerarmos a isenção parcial que pode abranger casas até aos 633.453 euros, o número de casas elegíveis é maior. O portal contabiliza 317 imóveis num total de 1.063, o que corresponde a 29,8% dos apartamentos e moradias novos e reabilitados disponíveis para venda.
Em causa está uma medida criada pelo atual Governo, em vigor desde 1 de agosto, que atribui uma isenção total e parcial de IMT e IS aos jovens com idade até aos 35 anos na primeira aquisição de imóvel destinado exclusivamente habitação própria e permanente, que não sejam proprietários de nenhum imóvel habitacional, à data da transmissão ou em qualquer momento nos três anos anteriores, e que não sejam considerados dependentes para efeitos de IRS.
A isenção é total para casas de valor até ao 4.º escalão da tabela do IMT, que atualmente corresponde a 316.772 euros, havendo lugar ao pagamento de imposto no valor entre 316.772 euros e 633.453 euros, incidindo sobre esta parcela uma taxa de 8%. Isto significa que, no máximo, o comprador poderá ter de pagar 25.334,48 euros de IMT, caso o imóvel tenha sido comprado por 633.453 euros.
Com a entrada em vigor desta medida no dia 1 de agosto deste ano, a Casafari decidiu fazer uma análise de mercado relativo ao concelho de Lisboa e concluiu que apenas uma fração muito pequena dos imóveis (3,2%) pode ser abrangida pela isenção total de IMT e IS.
Dos 34 imóveis abaixo do limite, isto é, que podem beneficiar da medida, “38% (13 imóveis) concentram-se em apenas dois empreendimentos, em Alcântara e Penha de França”, aponta a Casafari.
Entre as freguesias com imóveis elegíveis para isenção total de IMT, Alcântara tem 11 casas que cumprem com as regras do regime; na Penha de França, estão localizados cinco imóveis; em Santa Maria Maior e São Vicente, há quatro habitações em cada freguesia que podem beneficiar da medida; na Estrela, apenas três fogos são elegíveis; em Campo de Ourique e Misericórdia, há dois imóveis em cada freguesia; e apenas um em Arroios, Beato e Lumiar.
“Praticamente a totalidade dos imóveis abrangidos são de tipologia T0 e T1. Existe apenas um T2 abaixo do limite indicado”, de 316.772 euros para a isenção total, que se encontra à venda por 295 mil euros, refere o portal.
A Casafari conclui ainda que “o preço mediano de um T0 (337 mil euros), de um T1 (520 mil euros), de um T2 (758 mil euros) e de um T3 (1,17 milhões de euros) está significativamente acima do limite de isenção total de IMT e IS”.
Se considerarmos a isenção parcial que pode abranger casas até aos 633.453 euros, o número de casas elegíveis é maior. O portal imobiliário contabiliza 317 imóveis num total de 1.063, o que corresponde a 29,8% dos apartamentos e moradias novos e reabilitados disponíveis para venda. “No entanto, mais de metade (66,56%) destes são T0 ou T1″, de acordo com o mesmo relatório.
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