Arnaut alerta para “fortes constrangimentos” nos aeroportos com novas regras de entrada de estrangeiros
O chairman da ANA receia que a falta de preparação do Estado para o cumprimento das novas exigências europeias de controlo de fronteiras crie problemas nos aeroportos.
O presidente do conselho de administração da ANA, José Luís Arnault, teme que a falta de preparação do Estado para o cumprimento das novas exigências europeias de controlo de fronteiras crie “constrangimentos enormes”. Tempo de espera pode levar turistas a “desistirem da experiência de Portugal”.
A partir de novembro entram em vigor novas regras europeias que obrigam ao registo de dados biométricos dos cidadãos que cheguem de fora do Espaço Schengen. “Temos de estar preparados e não vejo que estejamos preparados. Isso pode criar constrangimentos enormes“, afirmou o chairman da ANA durante a VII Cimeira do Turismo Português, que decorre esta sexta-feira no Palácio Nacional de Mafra.
“Os serviços nos aeroportos que dependem do Estado têm de melhorar. A competitividade é com Madrid, onde as pessoas estão no máximo 40 minutos em fila, Barcelona é 20 minutos. As pessoas desistem da experiência de Lisboa, desistem da experiência de Portugal“, alertou.
O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros uma nova Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras da PSP, criada especificamente para o controlo de fronteiras e para a fiscalização de imigrantes.
José Luís Arnault afirmou que a situação já é difícil. “Temos constrangimentos enormes nas entradas nos aeroportos, no ex-SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras]. Temos uma média de 1 hora e 9 minutos. É inadmissível. Isto mata o turismo“.
O presidente do conselho de administração da ANA garantiu ainda que a concessionária vai cumprir os prazos para o projeto do Aeroporto Luís de Camões, que será localizado nos conselhos de Benavente e Montijo.
A relação do ponto de vista técnico com as várias entidades, e em particular com o Governo, é muito boa. Estamos todos empenhados em resolver no mais curto espaço de tempo, respeitando todas as etapas negociais e legais.
“Vamos cumprir escrupulosamente e em tempo“, garantiu José Luís Arnaut. “A relação do ponto de vista técnico com as várias entidades, e em particular com o Governo, é muito boa. Estamos todos empenhados em resolver no mais curto espaço de tempo, respeitando todas as etapas negociais e legais”, acrescentou.
Para o chairman da ANA, “o tempo da discussão acabou. Estamos no tempo da realização e a seguir vamos entrar no da construção”. Alertou ainda que “sem a TAP não há realidade económica que justifique qualquer aeroporto, nem a Portela”, e que “sem melhoria da gestão do espaço aéreo não há qualquer hipótese de crescimento”.
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