“PS quer deitar o Governo abaixo e o pretexto é querermos baixar impostos”, acusa Castro Almeida
Ministro Adjunto e da Coesão Territorial adverte que "se alguém pensar em introduzir eleições antecipadas no percurso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ele não será executado".
Para o Governo, o Partido Socialista (PS) está apostado em derrubar o Executivo e a crise que se está a gerar em torno da proposta de Orçamento do Estado para 2025 não é mais do que um exercício para assegurar a sobrevivência política de Pedro Nuno Santos. Nas jornadas parlamentares do PSD, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, o ministro dos Assuntos Parlamentares e o ministro da Defesa afinaram os discursos e criticaram a “instabilidade” que o PS está a criar em torno de um documento que pretende descer impostos.
“Somos um Governo de diálogo, apesar de por vezes nos quererem colar a uma imagem diferente”, disse Pedro Duarte. “Não um diálogo anestesiante, mas um diálogo para fazermos”, frisou, recordado o acordo assinado esta terça-feira a concertação social. “O Governo tem a abertura para conversar e procurar pontos de aproximação entre as partes. Haja o mesmo do outro lado e o país tem a ganhar”, acrescentou.
O ponto da discórdia é a proposta de descida do IRC e do IRS Jovem. “Se o PS apresentou uma proposta que parece inflexível, temos de apresentar uma contraproposta para garantir a estabilidade do país, que não quer instabilidade, nem quer uma crise”, disse, por seu turno, Manuel Castro Almeida. “Somos um Governo minoritário e, por isso, sabemos que temos sempre de negociar no Parlamento. Temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance para garantir a estabilidade do país”, frisou o governante.
“Os nossos amigos socialistas desde 2011 tentam colar o PSD à ideia de que é um grupo de deputados que fala de cortes de despesa e de investimento, que ataca funcionários públicos e os reformados, que protagoniza o brutal aumento de impostos”, ironiza Castro Almeida. Mas perante os acordo assinados com professores, enfermeiros, forças de segurança, com a redução de impostos e com as contas certas, “o PS não consegue olhar e ver destruir a imagem que criaram” do PSD por isso, “o melhor é deitar o Governo abaixo ou encostá-lo irremediavelmente à direita”.
“O PS quer deitar o Governo abaixo”, repetiu, em jeito de conclusão. “E o pretexto é porque queremos baixar os impostos. É disso que estamos acusados: baixar o IRS para os jovens e o IRC”, completou.
Pedro Nuno Santos no fim de semana disse que prefere perder eleições a abdicar das suas convicções. “A melhor forma de o fazer é pensar menos em eleições e respeitar mais a vontade dos portugueses”, atacou o ministro da Defesa. “A tática casuística de um partido não deve sobrepor-se ao interesse de um povo”, disse Nuno Melo.
Recordando que o momento de votar o OE é possível aprovar, abster-se ou chumbar o documento, Nuno Melo sublinhou que aprovar ou abster-se na votação do OE “não significa concordar com a totalidade da visão programática do Governo”. Por isso, “quem votar contra só o fará se tiver intenção de derrubar o Governo e trazer para Portugal uma crise política”, disse.
“Partidos com representação parlamentar devem ter capacidade de negociar com boa-fé e aproveitar para influenciar positivamente os destinos do país”, acrescentou ainda o líder do CDS, partido que integra a coligação governamental.
Pedro Duarte lamenta que esta crise esteja a ser criada pelos socialistas por “sobrevivência política” e, pondo água na fervura, apelou a que “haja sentido de responsabilidade, boa-fé e interesse em negociar”.
Eleições põem execução do PRR em risco
“Se alguém pensar em introduzir eleições antecipadas no percurso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ele não será executado.” O aviso à navegação foi feito esta terça-feira pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial. Manuel Castro Almeida desafiou “qualquer especialista socialista” a contradizer esta avaliação. “Quem pensar mergulhar o país numa crise política tem de assumir a responsabilidade”, disse, acusando o PS de querer deitar abaixo o Governo.
“Não há folga nem margem de erro nenhuma para executar o PRR”, alerta Casto Almeida. “Significa que se alguém pensar em introduzir eleições antecipadas neste percurso do PRR ele não será executado. Garanto que não será possível executar o PRR”, afirmou perentório sob uma forte ovação da plateia das jornadas parlamentares do PSD.
Peça atualizada com as declarações do ministro da Defesa às 12h30
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