OpenAI obtém 6,6 mil milhões de dólares. Microsoft reforça na criadora do ChatGPT
Num dos maiores investimentos privados já realizados através de uma nova ronda de capital, a empresa de inteligência artificial generativa foi avaliada em 157 mil milhões de dólares.
A OpenAI, empresa que lançou o ChatGPT em 2022, angariou 6,6 mil milhões de dólares (5,97 mil milhões de euros) numa nova ronda de capital que a deixou avaliada em 157 mil milhões de dólares, anunciou em comunicado esta quarta-feira. A Microsoft, que já era o maior investidor da empresa de inteligência artificial generativa, reforçou a sua participação com mais 750 milhões de dólares, descreve a imprensa internacional.
“O novo financiamento vai permitir-nos acelerar a nossa liderança na investigação de ponta em inteligência artificial, aumentar a capacidade de computação e continuar a construir ferramentas que ajudem as pessoas a solucionar problemas difíceis”, declarou a OpenAI, liderada por Sam Altman. “O nosso objetivo é tornar a inteligência avançada num recurso amplamente acessível”, acrescenta a nota divulgada pela empresa.
Os investidores olham para a OpenAI como uma das principais empresa de desenvolvimento de inteligência artificial generativa, um tipo de tecnologia que permite gerar rapidamente textos, imagens ou áudio através dos pedidos introduzidos pelos utilizadores em linguagem simples.
Surgido em novembro de 2022, o ChatGPT foi um sucesso quase imediato, por permitir gratuitamente que qualquer pessoa com um computador e acesso à internet pudesse colocar desafios ou questões a um programa informático e vê-lo a responder em linguagem natural praticamente em tempo real, algo que outrora era do campo exclusivo da ficção científica.
No entanto, treinar e manter em funcionamento estes algoritmos e plataformas é um negócio de capital intensivo, devido à elevada capacidade computacional que tal exige. Para a OpenAI, o forte interesse dos investidores traduziu-se nesta nova ronda que, segundo a Bloomberg, foi liderada pela Thrive Capital, com um investimento de 1,3 mil milhões de dólares. A Microsoft, que já tinha injetado uns impressionantes 13 mil milhões de dólares, aceitou colocar mais 750 milhões.
A lista de investidores vai ainda mais além, incluindo nomes como Khosla Ventures, Fidelity Management & Research e até a Nvidia. Esta última é uma conhecida fabricante norte-americana de placas gráficas e processadores que são vistos como essenciais para treinar este tipo de tecnologia e tem sido uma das grandes ganhadoras nesta onda de entusiasmo pela inteligência artificial generativa. Só desde o início deste ano, as suas ações cotadas em Nova Iorque já dispararam mais de 145%.
Segundo a OpenAI, mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo usam o ChatGPT todas as semanas para “melhorar o seu trabalho, criatividade e aprendizagem”. “Em muitas indústrias, as empresas estão a aumentar a produtividade e as operações e os programadores estão a alavancar a nossa plataforma para criar uma nova geração de aplicações”, enaltece a empresa no comunicado.
Mas estes últimos desenvolvimentos tecnológicos não estão desprovidos de riscos e têm suscitado dúvidas e receios. Muitas empresas temem que informação confidencial seja partilhada pelos colaboradores com ferramentas como o ChatGPT e estes aplicativos também podem ser usados para finalidades menos nobres, como a produção de fake news em massa. Ademais, as respostas dadas podem conter erros e prejudicar os utilizadores menos prudentes.
O próprio percurso da OpenAI tem sofrido alguns solavancos no passado mais recente. No final de setembro, a empresa perdeu um dos seus mais importantes quadros, Mira Murati, que ocupava o cargo de CTO e tinha supervisionado a criação do ChatGPT.
E em novembro do ano passado, cerca de um ano após o lançamento da popular plataforma, o então conselho de administração da empresa surpreendeu a comunidade tecnológica ao anunciar o despedimento do cofundador Sam Altman, acusando-o de mentir. Altman acabaria por conseguir regressar a mesma posição pouco depois, com várias mudanças na própria administração que o tinha decidido afastar.
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