Atividade económica volta a desacelerar em agosto
No entanto, o indicador de clima económico aumentou em setembro face a agosto, tendo atingido o máximo desde abril de 2023.
A atividade económica diminuiu em agosto face ao mês anterior, mas o indicador de clima económico aumentou em setembro face a agosto, tendo atingido o máximo desde abril de 2023, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Os indicadores de curto prazo relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para agosto, apontam, em termos homólogos, para diminuições na indústria e uma desaceleração real na construção e nominal nos serviços”, revela o INE em comunicado.
“Na perspetiva da despesa, os indicadores de atividade económica e consumo privado aceleraram em termos homólogos em agosto”, escreve o INE. O indicador, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, interrompe assim a trajetória de abrandamento que descrevia desde abril. No entanto, o indicador de investimento passou a apresentar uma variação negativa.
A fotografia à conjuntura económica do país aponta para uma desaceleração homóloga. O índice de volume de negócios da indústria continua em terreno negativo, embora com uma ligeira recuperação, ao passar de uma contração de -1,9% em julho para uma contração de 1% em agosto. O índice da produção nas fábricas nacionais, já em terreno negativo desde junho, registou uma ligeira melhoria para -1,6% contra os -3,94% de julho.
O volume de negócios do comércio teve uma forte recuperação, passando de um crescimento homólogo de 1,9% em julho para 5,2% em agosto, tal como a componente do comércio a retalho que passou de uma progressão de 2,2% em julho para 5,3% no mês anterior.
Já o volume de negócios dos serviços abrandou de 5,1% em julho para 4,5% em agosto. Mas, em pleno verão, com o aumento de turistas, as dormidas nos estabelecimentos hoteleiros — dados que se referem aos três segmentos de alojamento: hotelaria, alojamento local com 10 ou mais camas e turismo no espaço rural e de habitação — aumentaram 3,8% face aos 2,6% registados em julho. O INE já tinha revelado que, até junho, as dormidas nos hotéis nacionais e outros alojamentos registaram um crescimento de 4,5%, atingindo 35,5 milhões, dando origem a aumentos homólogos de 12,3% nos proveitos totais, que totalizaram 2.778 milhões de euros, e de 12,1% nos de aposento, para 2.100 milhões.
Já o indicador de clima económico, que sintetiza as questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, aumentou em setembro, atingindo o máximo desde abril de 2023, após ter estabilizou em agosto.
Em pleno verão, a confiança no comércio acelerou cinco décimas para um crescimento de 0,9%. Ao nível da indústria transformadora, a confiança, apesar de se manter em terreno negativo, registou uma melhoria, pelo segundo mês consecutivo, de -5,8% para -2,9%. E nos serviços deu um salto ao passar de uma contração de 1,7% para um crescimento de 4,3%.
Outro indicador de aceleração da atividade económica é o dos consumos energéticos. O consumo de gasóleo disparou de -5,7% em julho para 3,7% em agosto. E o consumo de médio de energia elétrica, medido em dias úteis, aumentou de 0,3% em agosto para 3,9% em setembro.
Menos positivo é o desempenho do setor da construção e obras públicas que continua em terreno negativo e afundou ainda mais, apesar de o Plano de Recuperação e Resiliência ser uma grande alavanca. A construção está em queda desde, pelo menos, setembro de 2023 e passou de uma contração de -3,3% para -3,8% em setembro.
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