Época de resultados na bolsa revela fosso entre EUA e Europa

Wall Street brilha com 80% dos resultados das empresas do S&P 500 a superarem as estimativas dos analistas, enquanto as bolsas europeias sofrem com desilusões dos resultados dos gigantes LVMH e ASML.

Os resultados do terceiro trimestre das empresas norte-americanas estão a surpreender pela positiva, contrastando com as desilusões protagonizadas pelas congéneres europeias. Das 71 empresas do S&P 500 que já apresentaram contas, 83% superaram as expectativas dos analistas em matéria de lucros e 63% bateram as previsões para as receitas, de acordo com dados da LSEG.

Estes números contrastam com o desempenho dececionante de algumas das principais empresas europeias que já reportaram as suas contas relativamente às suas operações entre julho e setembro. Foi o caso da LVMH, líder mundial do luxo, que viu as ações afundarem 6,5% após reportar um crescimento das vendas de 9% no terceiro trimestre, abaixo dos 11,5% esperados pelos analistas. Já as ações da ASML, o gigante fabricante de equipamentos para semicondutores, caíram 3,5% na bolsa de Amesterdão após revelar uma queda de 30% nas encomendas.

Nos EUA, o cenário é diferente. O J.P. Morgan, um dos maiores bancos de Wall Street e dos EUA, reportou lucros de 4,33 dólares por ação, superando em 9,3% os 3,96 dólares esperados. O mesmo passou-se com a UnitedHealth, a gigante dos seguros de saúde, que apresentou um lucro por ação de 6,51 dólares, ficando 3% acima dos 6,33 dólares previstos pelos analistas

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Para as denominadas “7 Magníficas”, os analistas antecipam um crescimento homólogo de 18,1% dos lucros no terceiro trimestre. No entanto, retirando estas empresas da equação, a taxa de crescimento dos lucros combinada (resultados efetivos e estimados) para as restantes 493 empresas do S&P 500 é de 0,1%. No geral, a taxa combinada de crescimento dos lucros para todo o S&P 500 no terceiro trimestre de 2024 é de 3,4%, referem os mais recentes dados da Factset.

Esta semana, outras grandes empresas dos dois lados do Atlântico vão apresentar as contas do terceiro trimestre. Nos EUA, destaque para as contas da Tesla, Coca-Cola, IBM e Boeing na quarta-feira. Na Europa, os holofotes estarão virados para esta segunda-feira para os resultados da L’Oreal e na quarta-feira para as contas da farmacêutica Roche.

A temporada de resultados ganha ainda mais relevância depois de o Goldman Sachs ter cortado as previsões para os lucros das empresas europeias este ano. Os analistas do banco de investimento norte-americano reduziram a estimativa de crescimento dos lucros por ação do Stoxx 600 para este ano de 6% para 2%, citando a desaceleração económica e a força do euro como causas para esse corte.

Na Euronext Lisboa, depois de a Galp Energia ter aberto a época de resultados com a divulgação dos dados operacionais preliminares que revelaram uma queda de 68% da margem de refinação, segue-se esta quinta-feira a Navigator.

A época de resultados na bolsa nacional encerrará em novembro, com a apresentação dos resultados da Ibersol, sendo que 56% das empresas do PSI reportaram os números da sua atividade no terceiro trimestre do ano na próxima semana e seguinte.

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