Moedas está disponível para construir esquadras e quer mais polícias na rua
Presidente da Câmara de Lisboa, insistiu, à saída da reunião que decorre esta manhã entre autarcas e Governo, após os tumultos das últimas noites, nas novas competências para a Polícia Municipal.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, apelou esta quinta-feira ao reforço de efetivos da Polícia de Segurança Pública (PSP) na capital e mostrou-se disponível para colocar o município a construir mais esquadras.
“Em 2010, Lisboa tinha mais de oito mil polícias de Segurança Pública, e hoje tem 6.700”, criticou. Esta foi uma das reivindicações levadas à reunião entre o Governo e autarcas da Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o policiamento de proximidade, explicou Moedas à saída do encontro, do qual saiu mais cedo.
A reunião desta quinta-feira foi anunciada pelo primeiro-ministro durante a cimeira Ibéria decorrida em Faro na quarta-feira. O Governo e os autarcas da Área Metropolitana de Lisboa discutem as ocorrências dos últimos dias, após um agente da PSP ter baleado um cidadão cabo-verdiano, Odair Moniz, num bairro da Amadora. Os desacatos que se seguiram incluíram o incendiamento de autocarros e caixotes do lixo, havendo a registar um motorista com ferimentos graves.
Na reunião, em cima da mesa, esteve a segurança na AML, estratégia para os tempos próximos e para a comunidade e programas de proximidade, enunciou Moedas: “Em Lisboa, temos 14 projetos de policiamento proximidade nos bairros. É essencial, porque a polícia tem que estar com as comunidades. A polícia não pode aparecer só quando há um problema”, reivindicou. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) afirmou ainda que a autarquia “continuará a investir, e se for preciso mais esquadras em Lisboa, a CML arranja essas esquadras”, assegurou.
Numa área a que tem dado bastante visibilidade, sobretudo por via de um pedido de reforço de competências para a Polícia Municipal, o autarca aproveitou ainda para criticar o encerramento de esquadras dos últimos anos, e lamentou ainda: “A polícia foi desaparecendo da visibilidade pública e isso é problema para todos os presidentes de Câmara.”
A polícia foi desaparecendo da visibilidade pública e isso é problema para todos os presidentes de Câmara.
Entre os principais problemas no capítulo da segurança identifica, precisamente, a falta de visibilidade da polícia na rua, bem como a escassez de equipamento para a PSP. “Essas são as nossas queixas. Mas, sobretudo, o que é a polícia como fator de união também na comunidade”, indicou.
Reclamando para si a autoria da primeira reivindicação de poderes de detenção para a Polícia Municipal, o autarca disse-se “contente por ver que à volta da mesa alguns presidentes de câmara estão de acordo com um ponto essencial: seja Polícia Municipal ou PSP, é a segurança das pessoas” que mais importa. “Há presidentes da câmara que já o disseram publicamente”, afirmou, dando os exemplos de Ricardo Leão, de Loures, e de Carlos Carreiras, de Cascais.
“A PSP e polícias municipais têm que trabalhar em conjunto. Neste contexto, tem que se mudar as competências da Polícia Municipal. Eles são polícias, têm que poder deter pessoas e levá-los para a esquadra”, disse.
Sobre esta pretensão, afirmou: “A ministra pediu um parecer à procuradoria, ainda não tive resposta, espero que seja positiva.”
Num discurso onde enfatizou a solidariedade entre municípios, Carlos Moedas disse ainda que Lisboa colocou à disposição os meios técnicos e humanos da capital, incluindo os veículos com que a EMEL faz o reboque de viaturas em estacionamento indevido: “Num Estado de direito, deve haver tolerância à violência. Comportamentos violentos como os que se estão a passar na Grande Lisboa, não podem acontecer. Posso dizer-vos que todos os presidentes de câmara à volta da mesa estão de acordo: tolerância zero.”
“Não posso ter, como tenho, queixas constantes de sentimento de insegurança, tanto na Avenida da Liberdade como em Campo de Ourique, e em muitas freguesias. Esse sentimento não pode voltar à cidade”. A propósito de ocorrências na cidade, afirmou ter havido “algumas ocorrências” nesta noite, mas “dentro da normalidade. Sempre que há um problema, a normalidade é reposta imediatamente, e assim foi em todos os bairros de Lisboa. Estamos atentos, as pessoas podem estar descansadas”.
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