Kamala quer “transição pacífica” de poder. “Temos de aceitar os resultados das eleições”, diz
"Sei que muitos pensam que estamos a entrar numa época escura, mas espero que, para bem de todos, não seja assim", disse Harris num discurso de derrota horas depois de declarada a vitória de Trump.
“Os resultados não são os que queríamos”, mas há que os “aceitar”, disse Kamala Harris, no discurso de derrota na universidade de Howard, em Washington, várias horas depois da contagem dos votos ter apontado para uma vitória clara de Donald Trump na corrida à Casa Branca. Até ao momento, Kamala conseguiu 47,5% ou 67,2 milhões de votos, contra os 51% ou 72 milhões de votos de Donald Trump. Os republicanos também estão à frente na eleição para a Câmara dos Representantes e no Senado.
A candidata democrata adiantou que já tinha telefonado a Trump para o felicitar pela vitória nas eleições e sublinhar que “ajudará na transição democrática para que seja uma transição pacífica” do poder. “Sei que muitos pensam que estamos a entrar numa época escura, mas espero que, para bem de todos, não seja assim”, disse Harris, num breve discurso, onde pediu aos seus apoiantes que encham o “céu de luz com mil milhões de estrelas, a luz do otimismo, da fé, da verdade”.
O discurso soou menos a uma derrota e mais a uma pausa na “batalha” que demorará tempo. “Isso não significa que não ganhemos. A chave é não nos rendermos, não deixar de tentar que o mundo seja um lugar melhor”, disse Kamala para os mais jovens, para quem é normal estarem a sentir-se “tristes”.
A ainda vice-presidente dos EUA disse ainda que a “luz da promessa norte-americana vai sempre brilhar”, desde que os americanos “não se rendam” e sigam “lutando”. Kamala afirmou que, embora concedesse a vitória da eleição, não abriria mão da “luta que motivou a sua campanha”, destacando a defesa dos direitos no aborto, democracia, Estado de Direito, justiça igualitária e prevenção da violência com armas.
Para Harris essa batalha continuará em diversos espaços, incluindo nas “urnas, tribunais e esferas públicas”. Comentou também que “por vezes, essa luta demora, mas isso não significa que não possa ser vitoriosa”, indicando à audiência que “é hora de arregaçar as mangas: mantenha-se organizado, envolvido, em defesa da liberdade.”
No seu discurso, reiterou que aceitar a derrota distingue a democracia da tirania e que a sua lealdade, mais do que para um partido político, é para com a Constituição do país.
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