Francesa Helexia compra empresa de mobilidade elétrica Bluecharge após ganhar “casa” no Porto
Multinacional fecha aquisição no setor da mobilidade elétrica em Portugal, onde prevê investir 30 milhões em ano e meio. Expansão a norte inclui área para consumos em tempo real e isolamento térmico.
A multinacional francesa Helexia comprou a Bluecharge, “pioneira da mobilidade elétrica em Portugal”. Com esta compra, reforça o seu portefólio de serviços na rede Mobi.e, tornando-se comercializadora de energia para a mobilidade elétrica (CEME).
Presente em Portugal desde 2016, onde calcula já ter investido mais de 30 milhões de euros, o grupo especializado em soluções de transição energética prevê “acelerar significativamente” este ritmo a partir de 2025 “com a expectativa de um aumento para 60 milhões de euros nos próximos 12 a 15 meses”.
“Ao longo destes oito anos, o crescimento tem sido consistente, somando clientes e projetos. Abrimos novas unidades de negócio, como a mobilidade elétrica em 2020, em 2022 adquirimos a Ewen para reforçar a oferta de eficiência energética. Isto são sinais muito positivos de que o acionista acredita na nossa capacidade de crescer em Portugal”, aponta ao ECO o country director, Luís Pinho, frisando que estas compras visam “complementar as capacidades” no país e “oferecer um portefólio ainda mais robusto de soluções” aos clientes.
Muito em breve iremos anunciar um passo estratégico com a aquisição de uma nova empresa na cadeia de valor da mobilidade elétrica. (…) São sinais muito positivos que o acionista acredita na nossa capacidade de crescer em Portugal.
Contando já com uma capacidade instalada superior a 54 MWp e contratada que “permitirá duplicar” este valor, o porta-voz nacional da empresa integrada desde 2019 no grupo Voltalia, que três anos antes tinha comprado a Martifer Solar por nove milhões de euros, sublinha que está “a contratar para acompanhar o crescimento do negócio”.
Identifica uma “necessidade crescente nas áreas de engenharia, onde [procura] profissionais que possam dar resposta aos vários projetos em pipeline”, que, até ao momento, já produziram 110,66 GWh e geraram poupanças superiores a três milhões de euros.
É que, embora tenha um mercado interno de “dimensões mais modestas” quando comparado com outros países europeus, Portugal “é, ainda assim, muito interessante e dinâmico”, diz Luís Pinho.
“Com um foco crescente na eficiência energética e na utilização de fontes renováveis, vemos que as empresas em Portugal estão a aumentar a resiliência e a capacidade de competir em mercados globais. Todos estes fatores contribuem para que Portugal seja, crescentemente, uma aposta de grande relevância para a Helexia Global”, liderada pelo cofundador Benjamin Simonis.
Além da sede em França, a multinacional tem presença direta em Espanha, Itália, Bélgica, Roménia, Hungria, África do Sul e Brasil. Em Portugal, ao escritório de Lisboa acaba de juntar as novas instalações no Porto.
Com uma área de 531 metros quadrados arrendada naquele que é conhecido como o edifício Tranquilidade, no topo da Rua Júlio Dinis e junto à entrada para os Jardins do Palácio de Cristal, o novo espaço no Porto, onde terá como vizinha a tecnológica suíça Zühlke, conta com áreas de trabalho flexíveis, salas de reunião e um auditório com capacidade para mais de 50 pessoas. Integra ainda um centro de supervisão para monitorizar em tempo real os dados de consumo energético em indústrias e grandes edifícios comerciais.
Já numa loja no piso térreo, com 192 metros quadrados, instalou o e+jackets Studio, que apresenta como uma unidade especializada no desenvolvimento de isolamentos térmicos para aplicações industriais, com o objetivo de reduzir as perdas energéticas e facilitar a manutenção.
Sem revelar valores sobre o investimento realizado com esta expansão para o norte do país, Luís Pinho fala numa “decisão estratégica que reflete uma das principais prioridades de negócio, baseada na proximidade com os clientes”.
O novo escritório da Helexia e da Ewen – esta última já estava presente no Porto, com um espaço junto à rotunda AEP, na fronteira com Matosinhos – foi projetado para acomodar 60 pessoas.
De forma permanente vai acolher uma equipa de 25 colaboradores, que irão liderar as operações e desenvolver projetos diretamente a partir da cidade Invicta. No entanto, salienta o country director, foi “pensado para funcionar também como uma base estratégica para a circulação de membros da equipa que se deslocam regularmente de Lisboa, garantindo uma integração perfeita entre os dois núcleos”.
A Helexia Portugal conta atualmente com 45 colaboradores e tem outras 25 pessoas na Ewen, a consultora em que comprou há dois anos uma participação maioritária (60%) para reforçar na eficiência energética. Ao invés de uma “divisão rígida” entre as equipas, Luís Pinho prefere que “interajam” para explorarem sinergias, mas cada empresa mantém a autonomia, mesmo dentro desta nova estrutura conjunta.
(Notícia atualizada às 10h45 com identificação da empresa adquirida)
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