Centeno insiste na necessidade dos bancos reforçarem almofadas financeiras

Governador do Banco de Portugal renovou o apelo junto dos bancos: depois "dos melhores resultados de sempre" devem robustecer balanços para enfrentar a redução das taxas de juro.

O governador do Banco de Portugal insistiu esta terça-feira na necessidade de os bancos reforçarem as suas almofadas financeiras para enfrentarem o ciclo de redução das taxas de juro, aproveitando o facto de terem obtido “os melhores resultados de sempre” nos últimos dois anos.

“A este ciclo de resultados bons, que qualifiquei como melhores de sempre, vai seguir-se um ciclo diferente. Vamos ter reduções – que já estão a acontecer — das taxas de juro que vão ter impacto nas margens financeiras da banca”, começou por sinalizar Mário Centeno na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios.

Devemos todos, neste período muito bom da banca, insistir na necessidade de robustecer o balanço dos bancos para os tornar mais capazes para enfrentar todos os estados do ciclo económico que aí vêm”, alertou a seguir perante uma plateia onde estavam presentes os presidentes dos principais bancos em Portugal.

Além do novo ciclo das taxas de juro, Mário Centeno alertou ainda para o facto de a economia portuguesa se encontrar no “topo do ciclo económico há muitos anos, o que é uma situação excecional”.

“E quando se está no topo o caminho a seguir poderá ser de prolongar o momento, mas não vai ser indefinidamente”, avisou.

Nesse sentido, reforçou o apelo: “Temos de criar as condições para que a economia portuguesa possa responder se algum desafio se colocar”.

Para a sua análise, Centeno deu conta dos dados do indicador diário da atividade económica do Banco de Portugal ao longo deste ano, que mostra um comportamento errático da economia nacional. “Há muita incerteza sobre o caminho que a economia portuguesa está a seguir. Isso coloca no exercício de previsão alguma dificuldade”.

Segundo Centeno, alguns desses desafios já se estão a colocar. Nomeadamente a estagnação da economia da Zona Euro, o principal mercado de Portugal. “A nossa procura externa caiu em 2023, depois de crescimento nulo em 2024. Ou seja, a procura externa dirigida as empresas é hoje inferior à de 2022, o que cria pressão sobre as empresas portuguesas”.

O governador do Banco de Portugal considera que a estagnação da Zona Euro “é o preço a pagar pelo combate à inflação”, mas está agora numa posição mais sustentável do que os EUA. Mas deve deixar o “lugar do passageiro” e tomar as ações para avançar.

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