Bolsa nacional rende pouco, mas continua a superar a concorrência

Apesar de um desempenho histórico modesto, as ações portuguesas ainda batem a maioria dos ativos. Mas nem tudo o que reluz é ouro e a estratégia a seguir é crucial para ter bons resultados.

A bolsa nacional está longe de ser o mercado com o melhor desempenho do mundo. Nos últimos 50 anos, por exemplo, as ações portuguesas contabilizaram uma taxa de rendibilidade real média de apenas 0,9% por ano. É muito pouco. No entanto, fica bem acima do desempenho alcançado por outros ativos, como as obrigações do Tesouro e os bilhetes do Tesouro que, no mesmo período, apresentaram perdas reais anuais de 0,5% e 0,8%, respetivamente.

A mesma conclusão é revelada por um estudo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) apresentado na segunda-feira, que tem por base um período de investimento de 25 anos – entre 31 de dezembro de 1996 e 31 de dezembro de 2021 –, o comportamento de vários ativos e instrumentos financeiros e diferentes estratégias de investimento.

As ações revelam-se no ativo mais rentável no longo prazo, desde que esses ganhos não sejam “comidos” pelas comissões de negociação.

De acordo com a CMVM, 15 mil euros aplicados a 31 de dezembro de 1996 numa carteira de títulos que replicasse o índice acionista PSI Geral resultaria num valor acumulado de 53.941,16 euros ao fim de 25 anos, sem considerar comissões e impostos, como resultado de uma taxa de rendibilidade média de 5,25% por ano.

Este retorno nominal de quase 39 mil euros foi 25% superior ao gerado por uma aplicação semelhante em obrigações do Tesouro a 10 anos, 41% acima do oferecido por Certificados de Aforro e mais do dobro do ganho gerado com juros de depósitos a prazo.

Mesmo após a dedução de comissões e impostos, o diferencial dos retornos oferecidos entre estes ativos financeiros não se altera significativamente, mantendo-se o investimento em ações como a aposta mais rentável para os investidores. O mesmo sucede quando é considerado o efeito da inflação na carteira dos investidores.

Segundo cálculos da CMVM, 15 mil euros aplicados a 31 de dezembro de 1996 numa carteira que replicasse o PSI Geral chegou a 31 de dezembro de 2021 com a total preservação do capital inicialmente investimento acrescido de um ganho real (subtraído pelo efeito da subida da inflação) e já descontado de impostos e comissões de 18.122,98 euros, como resultado de uma taxa de rendibilidade média real de 3,2% por ano. Já os mesmos 15 mil euros aplicados em depósitos a prazo ao longo destes 25 anos traduziram-se em perdas reais de 3.234 euros, correspondente a uma taxa de rendibilidade real média anual de -1% durante este período.

No entanto, não deve ser descurado que, se em vez de uma carteira que replicasse o PSI Geral, fosse apenas considerado as maiores empresas da Euronext Lisboa presentes no índice PSI (outrora PSI 20), o investimento de 15 mil euros a 31 de dezembro de 1996 ter-se-ia traduzido em ganhos de apenas 6.077,78 euros (já considerando os dividendos pagos) — cerca de 0,14% por ano — e ficaria abaixo dos ganhos de 6.552,39 euros oferecidos pelos Certificados de Aforro.

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Peso das comissões penalizam fortemente ganhos em bolsa

As simulações da CMVM salientam também que nem sempre uma estratégia feita apenas de reforços regulares na bolsa portuguesa se revela no plano mais bem-sucedido para os investidores.

Segundo contas da CMVM, uma carteira construída a 31 de dezembro de 1996 que replicasse o PSI Geral através de uma dotação inicial de 600 euros e, durante 25 anos fosse reforçada também com 600 euros por ano, chegaria a 31 de dezembro de 2021 com um montante investido de 15 mil euros que se traduziu num ganho real acumulado de 3.667 euros, o equivalente a apenas 17% dos 18.122,98 euros gerados com um só investimento inicial de 15 mil euros.

Apesar dos momentos de crise nos últimos 25 anos, os mercados de valores mobiliários em Portugal, sobretudo o acionista, apresentaram-se como alternativas viáveis e vantajosas para investimentos de longo prazo.

O fosso ainda seria maior se em vez de um reforço anual fosse adotado uma estratégia de reforços constantes de 50 euros mensais e com uma dotação inicial de também 50 euros. Neste caso, o investimento numa carteira que replicasse o índice PSI Geral teria uma perda líquida real de 394,66 euros, que compara com perdas de 2.203,4 euros de uma aplicação exclusivamente em depósitos a prazo e com ganhos de 1.834,18 euros gerados por Certificados de Aforro com o mesmo método de investimento.

Esta discrepância de resultados é explicada por dois movimentos:

  • O tempo: Quanto mais cedo for realizado o investimento, mais tempo esse capital tem para crescer e tirar proveito do movimento dos juros compostos, com a carteira a valorizar não apenas sobre o capital inicial mas também e sobretudo sobre os ganhos que for gerando ao longo do tempo.
  • As comissões: As ações revelam-se no ativo mais rentável no longo prazo, desde que esses ganhos não sejam “comidos” pelas comissões de negociação. Isso é particularmente visível quantas mais transações forem realizadas e quanto menor for o montante aplicado de cada vez que se vai ao mercado.

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O exercício da CMVM teve também em conta a análise do desempenho dos fundos de investimento abertos nacionais por classe de risco. As conclusões apontam para que os fundos da classe 4 (risco elevado) foram os que proporcionaram os maiores retornos líquidos ao longo dos últimos 25 anos. Por exemplo, um investimento regular de 600 euros anuais em fundos da classe 4 resultaria num valor líquido de 26.383,86 euros ao final de 25 anos, superando significativamente outras opções.

O estudo da CMVM conclui que, apesar dos momentos de crise nos últimos 25 anos, os mercados de valores mobiliários em Portugal, sobretudo o acionista, apresentaram-se como alternativas viáveis e vantajosas para investimentos de longo prazo. Segundo o exercício da CMVM, Investir em ativos sintéticos que replicam o PSI Geral e em fundos abertos de risco elevado teria proporcionado retornos líquidos superiores aos tradicionais depósitos bancários e à dívida pública, como obrigações do Tesouro e Certificados de Aforro.

Estes resultados sublinham a importância de uma estratégia de diversificação e a consideração de produtos financeiros mais dinâmicos para maximizar os retornos de investimento.

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Europeias. CNE admite “excesso” e “faltas pontuais” de técnicos para o voto em mobilidade

Dos cerca de 12 mil técnicos necessários, só foram formados quase cinco mil. CNE admite o risco para "excesso" e "faltas pontuais" de técnicos em algumas mesas de voto, mas diz que serão "residuais".

A menos de três semanas para as eleições europeias, o número de pessoas inscritas para servirem como técnicos informáticos nas mesas para o voto em mobilidade já supera as necessidades, no entanto, o ritmo de formação das mesmas continua muito aquém. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) admite ao ECO que pode haver “excessos” e “faltas pontuais” de técnicos em algumas mesas de voto, mas garante que serão questões “residuais”.

É óbvio que pode haver excesso nalguns sítios e faltas pontuais noutros. Mas como referi são questões residuais e eventuais faltas estão a ser colmatadas, estando agendadas centenas de ações de formação destes TAI por todo o país, sendo essa responsabilidade coordenada pela secretaria de estado da Administração Interna”, aponta o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio, ao ECO.

Em causa está o recrutamento de técnicos de apoio informático (TAI) necessário para o voto em mobilidade. Pela primeira vez, os eleitores vão poder exercer o seu voto nas eleições europeias ao abrigo do voto em mobilidade, uma medida aprovada em Conselho de Ministros, pelo anterior Governo, e devidamente autorizada pelos serviços do Conselho Europeu, para mitigar a abstenção em Portugal que este ano enfrenta um elevado risco de aumentar: dia 9 de junho é domingo, véspera de feriado (10 de junho, dia de Portugal) e serão muitos os que quererão aproveitar a “ponte” para ir de férias.

Esta solução permite que no dia 2 (voto antecipado) e 9 de junho os eleitores votem em qualquer mesa de voto a nível nacional (e na véspera, se estiver no estrangeiro), com inscrição prévia, sendo isto possível devido à desmaterialização dos cadernos eleitorais, ou seja, este ano serão utilizados cadernos eleitorais digitais o que permite aceder a uma base de dados mais alargada. A solução estará operacional exclusivamente para este ato eleitoral, por se tratar de uma eleição com um círculo eleitoral único.

Por exemplo, se for residente em Aveiro mas se naquele fim de semana prolongado estiver no Algarve, pode deslocar-se a qualquer mesa de voto daquela região para exercer o seu voto, apresentando apenas o seu documento de identificação. Em alternativa, se preferir, pode inscrever-se para votar mais cedo no dia 2 de junho, a partir do dia 26 de junho, sendo necessário apenas que escolha qual será a mesa de voto em que irá sufragar.

Em virtude desta alteração, foi necessário recrutar técnicos de informática para estarem presentes junto às mesas de voto em cada uma das assembleias e secções de votos, devidamente credenciados pela Administração Eleitoral, para dar apoio na utilização dos equipamentos informáticos, em caso de indisponibilidade pontual do sistema ou de dificuldades de acesso por parte das mesas de voto.

Segundo o Ministério da Administração Interna, até ao passado dia 17 de maio, foram já recebidas um total de 20.965 inscrições para as formações de TAI: 20.149 inscrições em Portugal Continental, 403 inscrições na Região Autónoma da Madeira e 417 inscrições na Região Autónoma dos Açores.

No entanto, segundo os dados partilhados com o ECO, até aquele dia registavam-se apenas um total de 4.261 TAI formados (3.765 TAI formados em Portugal Continental, 177 técnicos formados na Madeira e outros 319 nos Açores). Ao todo, serão necessários cerca de 12.000 técnicos para as mesas de voto “a constituir em território nacional”, refere o MAI. O recrutamento dos Técnicos de Apoio Informático iniciou-se no dia 1 de abril de 2024.

À semelhança do CNE, também o ministério liderado por Margarida Blasco assegura estar confiante de que o processo eleitoral decorrerá com normalidade. “Face aos números que temos e ao número de inscrições registadas em cada um dos concelhos acreditamos que as inscrições sejam suficientes“, indica fonte oficial ao ECO.

As eleições para o Parlamento Europeu, em que os eleitores dos 27 Estados-membros escolhem os 720 deputados, decorrem entre 6 e 9 de junho. Em Portugal, a votação está marcada para dia 9, escolhendo-se os 21 representantes nacionais no hemiciclo europeu.

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Governo admite alargar acesso à garantia pública para comprar casa

Secretária de Estado da Habitação admite que a garantia pública poderá não estar em condições de avançar já este mês, tal como anunciado inicialmente pelo Executivo.

A garantia pública para viabilizar a concessão de crédito à habitação e que só deverá cobrir o valor da entrada, poderá não ficar restrito a jovens. O Governo está a estudar a possibilidade de alargar a medida, retirando a limitação de idade.

“Está a ser equacionado alargar” a garantia púbica “não só aos jovens na compra da primeira casa, mas vermos se é possível alargar a questão etária”, disse ao ECO a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, em entrevista ao Expresso, na sexta-feira, precisou que a garantia pública servirá apenas para “viabilizar o financiamento bancário da parte não coberta, ou seja, a entrada, cerca de 10% do valor, que o banco exige como capital próprio do jovem”. Ou seja, a medida visa apoiar os jovens, até aos 35 anos, que não conseguem ter capitais próprios para comprar a primeira casa e deverá ficar sujeito a um teto máximo de rendimentos dos beneficiários e de preço do imóvel adquirido – valores que não ainda conhecidos. Mas a medida poderá ser alargada, deixando de estar restringida a jovens de 35 anos.

Recorde-se que no programa eleitoral do PS a proposta era atribuir uma garantia pública para ajudar os jovens até aos 40 anos a ter acesso a crédito à habitação desde que não tenham casa própria ou imóvel algum no seu nome.

À margem da Advocatus Summit, uma iniciativa do ECO, a responsável admitiu que a garantia pública poderá não estar em condições de avançar já este mês, como estava previsto na nova estratégia para a Habitação, apresentada pelo Executivo a 10 de maio, mas sublinhou que “está a ser trabalhada a par de todo o processo de financiamento, para que seja possível” uma “concretização urgente”. “Se não for este mês, é uma urgência com que estamos a trabalhar”, disse Patrícia Gonçalves Costa.

A responsável recusou a ideia de que são as negociações com o Banco de Portugal e a Associação Portuguesa de Bancos que estão a obrigar que a medida leve mais tempo a ser desenhada. “Não estão a levar mais tempo, estão a levar o tempo necessário para se conseguir concretizar uma medida justa e com longevidade”, disse.

A secretária de Estado da Habitação diz que ainda não há um valor em cima da mesa. Questionada sobre quais as balizas que estão a ser utilizadas para definir este montante, Patrícia Gonçalves Costa explicou que há “várias tipologias” que é necessário “concretizar: quer seja a reabilitação, quer seja a construção nova”. “Estão a ser desenhadas para cada uma destas tipologias”, frisou.

Questionada sobre se são justificados os receios de que este tipo de benefícios possa vir a gerar uma avalanche de endividamento em Portugal, Patrícia Gonçalves Costa diz perentória: “Não, não creio. Precisamente porque o que estamos a tentar desenhar é um programa que, com base nos erros que foram cometidos no passado, não se voltem a cometer”. “E por isso, não é uma medida que esteja imediatamente pronta a sair. É uma medida que tem de ser estudada em toda a sua longevidade”, sublinhou.

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Noesis vai contratar 175 trabalhadores e abrir escritório em Castelo Branco

Cloud, cibersegurança, desenvolvimento de software, Data Analytics, inteligência artificial e automação são as áreas para as quais a consultora de tecnologias de informação procura profissionais.

Depois de fechar no ano passado com mais de 1.000 trabalhadores, para este ano, a consultora de tecnologias de informação (TI) Noesis tem como objetivos reforçar a equipa em 175 pessoas “maioritariamente em Portugal” e abrir em setembro um novo escritório em Castelo Branco.

“O número de talentos com o grau de especialização e qualificação necessário para as nossas áreas de atuação, em especial em tecnologias específicas, é escasso face ao surgimento contínuo de novos projetos tecnológicos. No entanto, estamos a crescer. Este ano, planeamos aumentar a equipa em cerca de 175 colaboradores, maioritariamente em Portugal. Será um aumento de 16%, alcançando um novo total de 1.296 profissionais, 94,4% em Portugal”, revela ao ECO Teresa Lopes Gândara, human capital senior director da Noesis.

Em Portugal, quer investir em todos os escritórios, situados em Lisboa, Porto, Coimbra, Proença-a-Nova, Guarda e Covilhã, e “muito em breve também em Castelo Branco”, reforça a responsável da consultora de TI. Setembro é a data apontada pela empresa. Não estão ainda fechados os números de colaboradores para o novo centro regional da Noesis no país.

Cloud, cibersegurança, desenvolvimento de software, Data Analytics, inteligência artificial e automação são as áreas para as quais a empresa procura profissionais.

“Este ano, o investimento ao nível de recursos humanos, ainda estará concentrado na contratação de talento qualificado em Portugal”, refere Teresa Lopes Gândara. “Dado a internacionalização da Noesis, contamos que exista uma distribuição por mercado de 94,4% do capital humano em Portugal, no Brasil 4,12%, nos Estados Unidos da América 0,58%, nos Países Baixos 0,5% e na Irlanda com 0,16%, mas a curto prazo acreditamos que a presença internacional ganhará maior peso“, diz ainda.

A empresa — parte do Grupo Altia, cotado na bolsa espanhola BME Growth e que conta com mais de 3.500 profissionais em oito países e mais de 20 localizações –, emprega um total de 1.213 colaboradores, distribuídos por Portugal, Países Baixos, Irlanda, Brasil (onde já conta com mais de 50 profissionais) e EUA. No ano passado, registou um volume de negócios de 67,7 milhões de euros.

Na consultora, que presta serviços de TI, de forma remota, a partir dos centros de competências localizados em Portugal, mas não só, está implementado um modelo de trabalho flexível. “Com base nas preferências de cada colaborador, aferidas através de employee surveys, foi definido um modelo de flexibilidade e de trabalho híbrido, proporcionando a cada um decidir qual o regime mais adequado, dependendo da sua especialidade, área de trabalho, função, projeto, cliente, etc. No entanto, há uma diretriz geral e extensível a toda a empresa que contempla a presença de, pelo menos, dois dias por semana no escritório”, descreve a human capital senior director da Noesis.

Na mesa do recrutador com Teresa Gândara, Human Capital Diretor da Noesis - 31MAR21

“A pandemia veio ainda desbloquear o conceito de work from anywhere e encaramos esta realidade como a ordem natural do crescimento e evolução da Noesis. Ainda que liderar uma equipa à distância traga desafios que a liderança presencial não tem, acreditamos que a base deve ser a mesma, ou seja, ter uma equipa composta por bons profissionais, preparada e dimensionada para os objetivos e a ambição da organização”, reforça a responsável quando questionada sobre se a empresa admitia mudar o modelo de trabalho. Dados do mais recente estudo da Landing.jobs sobre o setor tech, dão conta que os modelos híbridos de trabalho estão a recuar (-6,9%), com o escritório a ganhar (+3%) e o full remote a subir 3,9%.

“Na gestão moderna, não há espaço para o chamado micromanagement ou para uma liderança que controla e decide tudo e o mesmo acontece num cenário de liderança à distância. Por isso, continuamos a apostar num modelo de responsabilidades e de governance muito claros, onde a confiança é o alicerce e cada equipa tem um amplo espetro de atuação e um elevado nível de autonomia“, diz ainda.

Há menos portugueses a trabalhar para empresas tecnológicas fora do país, mas esse facto — apontado no estudo da Landing.Jobs — não está a reduzir a pressão da escassez de talento na indústria.

“Continuamos a sentir que há uma escassez de talentos na área da tecnologia, com mais vagas de emprego do que talentos para as preencher. A pandemia veio acelerar este desfasamento ao impor um ritmo acelerado de inovação e ao exigir talentos especializados para a adoção das tecnologias emergentes. Este é o maior desafio das empresas em todo o mundo, dificultando a aceleração para a transformação digital”, afirma Teresa Lopes Gândara.

“Atrair, contratar, reter e valorizar os colaboradores que trabalham connosco tem sido um dos principais focos da Noesis. Preocupamo-nos em colocar as pessoas no centro da organização e acreditamos que o nosso sucesso é o sucesso de cada um dos nossos talentos. Cabe-nos a nós, enquanto empresa, criar um ambiente de trabalho saudável e agradável, que proporcione experiências enriquecedoras e o crescimento profissional dos nossos colaboradores, garantindo assim, maiores índices de satisfação, produtividade e motivação. Por isso, optamos, também, por apostar na flexibilidade horária e numa política de benefícios e compensação“, refere.

Mas quando questionada sobre qual foi a evolução salarial na empresa, a responsável não revela valores. “O salário é ainda um fator decisivo no momento da contratação e na decisão de mudar de empresa, mas cada vez mais não é o único”, começa por dizer, reforçando que a empresa não deixa de “acompanhar as tendências de mercado e garantir o nível de vida dos nossos talentos” e que tem “investido em dar resposta às necessidades mais individualizadas de cada um, por forma a que se sintam recompensados e motivados.

Aprendizagem no local de trabalho, academias internas de formação, as Noesis Academy, na área das tecnologias, mas também na área de soft skills e de gestão — “apostamos na plataforma Udemy para que os colaboradores tirem maior valor acrescentado de formações, com a orientação dos seus responsáveis” –; mobilidade dos colaboradores, “não só internamente, mas também a nível internacional”; benefícios complementares “ajustados ao ciclo de vida dos colaboradores”; programa de descontos nPlus, em serviços de Health & Wellness, Beauty and Relax, Culture & Events, Hotels & Restaurants, Convenience Services e Education; oferta dia de aniversário ou kit bebé são alguns dos benefícios elencados.

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Serveo atinge os 47.000 empregados após a integração da Sacyr Facilities

  • Servimedia
  • 21 Maio 2024

A empresa concluiu com êxito a transição de equipas e projetos após a compra da divisão de facility management.

A Serveo, empresa especializada na gestão de serviços eficientes e sustentáveis que impulsionam o crescimento e o desenvolvimento dos seus clientes, concluiu com êxito a integração das equipas de mais de 16 000 profissionais da Sacyr Facilities, a divisão do grupo Sacyr que adquiriu no final de 2023.

Uma operação que consolida a Serveo como um dos maiores empregadores de Espanha, com um quadro de pessoal de mais de 47 000 profissionais distribuídos por todo o país, bem como em Portugal e no Chile. Madrid, Andaluzia, Catalunha e Valência são as regiões onde a empresa tem maior presença de profissionais. Juntamente com este aumento de pessoal, a Serveo reforçou as suas capacidades e alargou a sua presença para oferecer soluções inovadoras aos seus clientes.

Além disso, a empresa contará com a incorporação progressiva de mais 300 profissionais altamente qualificados do Grupo Jauregui, uma das empresas com maior trajetória no País Basco, o que permitirá à Serveo especializar-se também em engenharia e manutenção mecânica de instalações industriais.

Nas palavras de Salvador Urquía, CEO da Serveo, “na Serveo, apostamos na atração e retenção de talento, especialmente depois das nossas últimas operações corporativas, que incluem a integração de profissionais da Sacyr Facilities e do Grupo Jauregui. Não só aumenta a nossa equipa, mas também enriquece a nossa diversidade como empresa, reforçando a nossa posição no mercado.

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“Há melhores coberturas por metade do preço do que oferecem os bancos”

  • Lusa e ECO Seguros
  • 20 Maio 2024

A APROSE considera que se a proposta passar vai permitir "poupanças médias anuais de 300 euros e entre 15 e 30 mil euros, ao longo da vida dos contratos. Luis Tavares da DS Seguros reforça a ideia.

Há muito que os mediadores de seguros lutam contra o que dizem ser vantagens dos bancos na venda de seguros de vida e multirriscos associados ao crédito imobiliário. Após o governo divulgar no plano ‘Construir Portugal’ as suas intenções de possibilitar constituir um ou mais contratos de seguro através de um prestador que não seja o banco para promover a saudável concorrência de mercado, a Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE) e a DS Seguros – ambas bastante vocais nesta matéria – alertaram que o ponto aplicado do plano for aplicado poderá resultar em poupanças significativas para as famílias.

Antes de mais, ainda que no programa eleitoral da AD o atual governo tenha proposto impedir penalizações no spread do Crédito a Empresas e Crédito à Habitação por “não contratação de seguros e outros produtos” é preciso salientar que o governo ainda não detalhou os contornos das suas intenções com a publicação do plano governamental.

No entanto, perante a nota do Executivo, Luís Tavares, Diretor Coordenador Nacional da DS Seguros, disse ao ECOseguros que há grande margem de poupança para as famílias portuguesas, uma vez que há casos em que “no mercado existem seguros com as mesmas, ou até melhores, coberturas por metade do preço” do que os oferecidos pelos bancos.

Nesse sentido, a Aprose realizou no ano passado um estudo sobre os lucros dos bancos na subscrição de seguros de vida e multirriscos associados ao crédito à habitação que permitiu mostrar, adianta, “que estes seguros chegam a custar mais do dobro do preço de mercado”, lê-se num comunicado enviado às redações.

O estudo, lembra ainda a associação, foi elaborado “após inúmeras queixas de lesados que depois de contratarem os seus seguros junto da banca sob o pretexto de um spread promocional, acabavam a pagar mais do dobro do valor pelos seus seguros, face ao normal preço de mercado para as mesmas coberturas”.

Famílias podem poupar cerca de 300 euros anualmente

Nesse sentido, a APROSE saudou a inclusão da medida no plano considerando que esta dá liberdade de contratação de seguros associados ao crédito à habitação acabando por permitir “poupanças médias anuais de 300 euros e entre 15 e 30 mil euros, ao longo da vida dos contratos”

Como exemplo, a Aprose aponta o de um casal que pede um empréstimo de 241.500 euros a 30 anos e que, com a concretização da medida que o Governo agora propõe, terá uma “poupança anual com a contratação do seguro fora do ‘pacote bancário”” de 543,01 euros.

“Este é um caso concreto de empréstimos contraídos pelos jovens e pela classe média portuguesa que estavam a ser penalizados pela banca”, acentua a associação, notando que esta penalização é ainda mais sentida num contexto como o atual de juros elevados.

Legislação deixou “porta aberta” para as instituições bancárias

Luís Tavares considera que quando em 2009 se legislou que os clientes dos bancos podem contratar o seguro de vida onde quiser “deixou uma ‘porta aberta’ para as instituições bancárias, visto que não permite a penalização no spread, mas autoriza a bonificação em caso de cross selling. “À ‘vista desarmada’ pode parecer uma situação vantajosa para o cliente, mas a realidade é muito diferente.”, disse o diretor coordenador da DS Seguros.

Nesse sentido, o responsável afirmou ainda que “dada a grande diferença de informação entre o cliente e a instituição bancária, e ainda a situação vulnerável do cliente face à mesma, no momento da aprovação do seu crédito o cliente é levado a aceitar as propostas por parte do banco sem as entender muito bem, pois o seu foco é a aquisição da sua casa, e o maior receio é o de não conseguir o financiamento pretendido.“. “Com este enquadramento, as instituições bancárias têm aproveitado estas vantagens para continuarem a fazer a esmagadora maioria dos contratos de seguros de vida do crédito habitação”, acrescenta.

Para Luís Tavares, o recurso a mediadores de seguros “poderá permitir aos clientes poupar no seguro de vida do seu crédito bancário, montantes que podem ascender a dezenas de milhares de euros ao longo dos vários anos do seu empréstimo”, conclui.

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Turismo do Porto e Norte critica “desperdício de dinheiro” no reforço do aeroporto da Portela

  • Lusa
  • 20 Maio 2024

Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, defende que o dinheiro "desperdiçado" em Lisboa devia ser canalizado para investir no Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal considerou esta segunda-feira ser um “desperdício de dinheiro” reforçar o aeroporto da Portela, em Lisboa, e defendeu que o investimento deve ser canalizado para o Francisco Sá Carneiro.

“Se vamos agora apostar em investimentos na Portela, sabendo que daqui a 10 anos teremos a poucos quilómetros uma outra infraestrutura, acho que é desaproveitar um aeroporto que hoje existe em Portugal (…) que pode ainda continuar a crescer e (…) ajudar, enquanto é construído o aeroporto de Alcochete”, defendeu, em declarações à Lusa, Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).

No final deste período, o país “teria não só um excelente aeroporto em Alcochete, mas também um excelente aeroporto a Norte”, acrescentou o dirigente, sublinhando que o contrário “é desperdício de dinheiro”.

Luís Pedro Martins, que felicita a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa, lembra que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro é dos mais premiados no seu segmento, conquistando num universo de 15 milhões de passageiros, o primeiro lugar.

Na terça-feira, o Governo anunciou a decisão de construir o novo Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete, mantendo temporariamente o Aeroporto Humberto Delgado e aumentado a sua capacidade até que a nova infraestrutura esteja operacional.

O responsável pelo turismo da região defendeu ainda que este é o momento de aproveitar “a oportunidade para não continuar a lamentar” a desertificação que atinge muitas regiões do país e de que é exemplo o Norte, nomeadamente os territórios do interior, e lançar as bases de um projeto capaz de transformar uma realidade de décadas que acontece em muitas das regiões do país, nomeadamente no Norte e interior Norte”.

“Pertenço a uma geração que cresceu a ouvir falar de estudos, atrás de estudos, atrás de estudos que indicavam que país estava a desertificar, mas nunca tivemos nenhum grande projeto que conseguisse mudar este paradigma. Ora nós temos agora aqui um grande projeto que pode ajudar a mudar: a ligação de alta velocidade Porto-Madrid, atravessando o Nordeste Transmontano”, declarou.

Para o presidente do TPNP, não avançar com este investimento “é assumir, de uma vez por todas, que há um território onde não queremos pessoas”.

“Se queremos continuar a acreditar que ainda é possível desenvolver essas partes do território, então temos de as dotar de infraestruturas que possam possibilitar que assim aconteça. Ligar a Madrid, a 02:45 do Porto, passando por esses territórios, poderia fazer a diferença”, reiterou.

A Associação Vale d’Ouro, sediada no Pinhão, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, participou na consulta pública para o Plano Ferroviário Nacional submetendo um estudo para uma nova linha de alta velocidade entre Porto-Vila Real-Bragança-Zamora uma proposta que prevê a ligação à linha de alta velocidade Madrid-Galiza a cerca de 40 quilómetros da fronteira.

No entanto, em dezembro, ficou a saber-se que esta linha transmontana não foi incluída na rede transeuropeia de transportes (TEN-T).

Na semana passada, a associação anunciou ter pedido esclarecimentos ao novo Governo sobre a linha ferroviária de alta velocidade de Trás-os-Montes, depois de, numa resposta a questões levantadas pela Vale d’Ouro, a União Europeia ter classificado este projeto como sendo de “interesse comum” para Portugal e Espanha.

Na terça-feira, o Governo comprometeu-se a concluir os estudos linha ferroviária de alta velocidade Lisboa-Madrid, para que os trabalhos do lado português estejam concluídos ao mesmo tempo que Espanha, que aponta para 2034.

À data, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, considerou legítimo que os territórios fora das áreas metropolitanas exijam, de alguma forma, mecanismos que garantam que o nível de investimento público é mais ou menos coincidente em todo o país”, mas sublinhou que tal “não quer dizer que se vão fazer aeroportos ou linhas de comboio pelo interior adentro ou em todo o lado”.

“Quer dizer que tem que haver uma racionalidade de investimentos que garanta que os territórios tenham todos a mesma oportunidade de se desenvolver. No caso concreto de Trás-os-Montes esses investimentos são muito claros, é a linha de Trás-os-Montes com ligação em Zamora e é a linha do Douro, num plano mais local, e a sua reabertura a Salamanca”, defendeu ainda.

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Tomás Froes justifica saída dos trabalhos da Dentsu Creative do Festival CCP

"Tudo isto resulta de uma decisão precipitada, muito pouco ponderada e, atrevo-me a dizer, muito leviana", comenta ao +M. O CCP garante que "o processo decorreu de forma igual com todos os trabalhos".

Estamos tristes, claro que estamos , mas não podíamos deixar de manifestar com firmeza a nossa posição, não apenas por nós DC, mas pela indústria, pela criatividade, por todos”, comenta com o +M Tomás Froes, CEO da Dentsu Creative Iberia, a propósito da retirada dos trabalhos da agência do Festival CCP, na sequência da votação para shortlist do filme “É uma menina”, do BPI.

Numa declaração por escrito, o responsável diz acreditar que “tudo isto resulta de uma decisão precipitada, muito pouco ponderada e, atrevo-me a dizer, muito leviana“.

Tenho pena, e sinceramente não consigo entender, que o júri não tenha pelo menos ‘estudado’ esta campanha com alguma profundidade, porque percebiam de imediato o impacto e reconhecimento que teve na indústria criativa”, acusa. Refere os prémios ganhos, nacional e internacionalmente, e “o reconhecimento que teve da sociedade civil em todo o mundo, com mais de 5 milhões de partilhas do filme e com milhões de comentários a elogiar aquele que é uma mensagem de verdadeiro empower, uma história de enorme superação de uma miúda que como tantas outras queria jogar futebol ao mais alto nível e atingiu o seu sonho”.

“Não percebo mesmo — ou então fizeram-no de forma deliberada o que não quero acreditar que seja possível. Por isso fico-me pelo erro e pela decisão precipitada”, afirma.

“Respeitamos muito o CCP e o trabalho que fazem”, frisa, mas “esperava uma posição firme do clube sobre isto, assumido o erro desta decisão”. “Errar é humano, faz parte da vida. E com os erros todos podemos e devemos aprender para o futuro. Foi o que transmiti ao clube antes de qualquer comunicado”, continua o fundador da agência.

Tomás Froes diz que a resposta que obteve foi “um comunicado a falar de regras e regulamentos, deixando a entender que um grupo de quatro ou cinco pessoas reunidas numa sala, se sentem com uma autoridade moral superior a milhões de pessoas a quem este filme tocou de forma muito especial. E que se sentem com a legitimidade de “acusar” e decidir fazer um “pré julgamento” à campanha que nada tem a ver com questões criativas ou técnicas, mas sim com opiniões ideológicas , totalmente subjetivas e que, na nossa opinião, abrem um precedente muito grave nos critérios sobre os quais vamos julgar criatividade e e ideias no futuro“, aponta.

E foi por isso, e apenas por isso, que decidimos retirar todas as peças inscritas por nós“, justifica, acrescentando que antes de o fazerem informaram, em conversa com Susana Albuquerque — “que muito respeitamos pessoal e profissionalmente”–, este ponto de vista.

Entretanto, na tarde desta segunda-feira, o CCP explicou ao +M que “depois da polémica iniciada nas redes sociais, questionou o presidente de júri sobre este processo. “O presidente indicou-nos que o trabalho tinha sido levado a discussão por um jurado, que tinham sido apresentados argumentos a favor e contra o filme ficar na shortlist, e que o trabalho foi depois votado três vezes, tendo a maioria dos jurados deliberado que ele deveria sair da shortlist”.

Entendemos o gesto de protesto, apesar de o lamentarmos. A Dentsu Creative tem todo o nosso respeito e admiração pelo trabalho que desenvolve, e lamentamos que esta decisão signifique que o anuário deste ano fica sem a sua participação”, comentava a direção do clube.

A direção do CCP lamenta o sucedido por vários motivos. Em primeiro lugar, lamentamos que tenha sido violada a confidencialidade das discussões e das deliberações em sala. Cada jurado deve sentir-se seguro naquele contexto de votação para expressar a sua opinião com o resto do grupo. Cada jurado só tem um voto. Cada grupo de júri tem oito jurados mais um presidente. As votações do júri em sala são soberanas e a direção não pode, de nenhuma forma, interferir nas discussões e nas deliberações”, responde por escrito a direção do CCP.

Lamentamos ainda alguns equívocos que têm sido criados nas redes sociais. O trabalho em causa não foi expulso do Festival. Aliás, está na shortist de Craft, onde foi inscrito pelo Ministério dos Filmes. Os prémios serão revelados na Gala do dia 24. A votação do trabalho na categoria de Publicidade seguiu todos os passos do regulamento e uma maioria de votos decidiu que ele não deveria ficar na shortlist nessa categoria”, esclarece ainda, acrescentado que está a seguir a discussão que tem acontecido nas redes sociais e reconhecendo que vivemos “tempos complexos”.

“No sentido de nos adaptarmos a estes tempos, depois desta edição do Festival faremos uma reflexão séria sobre os passos a dar no futuro, nomeadamente sobre como continuar a sensibilizar o júri para que os trabalhos a concurso sejam julgados pelo seu desafio, pela excelência da resposta criativa, pela sua relevância, qualidade da execução e impacto”, prossegue.

Sobre a exclusão, a direção do CCP explica que “o processo decorreu de forma igual com todos os trabalhos que foram levados a discussão em sala”. Ou seja, depois da primeira fase de votação em casa, há uma linha de corte definida pelo presidente de júri acima da qual os trabalhos passam a shortlist e abaixo da qual ficam de fora. O regulamento prevê que o júri, em sala, pode levar a discussão qualquer trabalho para que ele seja acrescentado ou retirado desta shortlist prévia. Todas as discussões e deliberações em sala são privadas e protegidas por um acordo de confidencialidade assinado à entrada, descreve o CCP.

A categoria de Publicidade, recorde-se, tem como presidente Diogo Anahory (DJ) e conta com Fernando Silva (Uzina), Francisco Chatimsky (Mafalda&Francisco), Hernâni Correia (Leo Burnett), Ivo Martins (O Escritório), Patrícia Cordeiro (Judas), Patrick Stillwell (Dentsu Creative), Sara Soares (VML) e Sofia Anjos (Worten), como jurados.

Os vencedores do 26º Festival CCP vão ser conhecidos no dia 24. Em shortlist estão 346 trabalhos. A Dentsu, avança a direção do CCP, fez 12 inscrições no Festival, das quais nove chegaram a shortlist. O trabalho “É uma menina” está na shortist de Craft, onde foi inscrito pela Ministério dos Filmes

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Imposto fez cair 36% venda de bebidas com muito açúcar nos últimos sete anos

  • ECO e Lusa
  • 20 Maio 2024

Autoridade de saúde monitorizou o impacto do imposto especial de consumo de bebidas adicionadas de açúcar ou edulcorantes em 2023, com base nos dados do Fisco. Confira os resultados

A venda de refrigerantes com teor elevado de açúcar caiu 36% nos últimos sete anos, o que pode significar que a indústria está a reformular as suas bebidas e o consumidor a optar por bebidas menos açucaradas, revela a DGS.

Segundo o Relatório Anual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) 2023 da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira, verificou-se “uma diminuição de 36% da proporção de bebidas enquadradas no escalão mais elevado do imposto (teor de açúcar igual ou superior a 8 g/100 mL), entre 2017 e 2023”.

“Mais recentemente, entre 2019 e 2023, verificou-se um aumento de 54% nas bebidas que se enquadram no escalão mais reduzido (teor de açúcar inferior a 2,5 g/100 mL), sugerindo assim que as bebidas refrigerantes atualmente mais consumidas pelos portugueses apresentam um teor de açúcar significativamente menor”, sublinha a DGS.

Para obter estes dados, a autoridade de saúde monitorizou o impacto do imposto especial de consumo de bebidas adicionadas de açúcar ou edulcorantes em 2023, tendo para isso analisado os dados da Autoridade Tributária e Aduaneira relativos à distribuição percentual destas bebidas em função do teor de açúcar nos sete primeiros anos de aplicação do imposto (2017-2023).

Para a diretora do PNPAS, Maria João Gregório, haver atualmente um menor número de bebidas refrigerantes com oito ou mais gramas de açúcar por 100 mililitros pode dever-se “a dois fatores distintos”. “Por um lado, a indústria está a reformular as suas bebidas e, por isso, a reduzir o seu teor de açúcar”, e, por outro lado, os consumidores podem estar a optar por bebidas com um menor teor de açúcar, disse a nutricionista à agência Lusa.

Maria João Gregório salientou que esta redução do teor médio de açúcar que estas bebidas apresentam demonstra que esta medida de saúde pública (imposto especial) tem sido “um forte incentivo” para estes resultados.

A DGS acrescenta que os dados mais recentes (2023) “reforçam que o impacto mais significativo desta medida se relaciona com o incentivo à reformulação do teor de açúcar destas bebidas”.

Relativamente à evolução do volume de vendas destas bebidas, segundo os dados da Autoridade Tributária e Aduaneira, verificou-se uma diminuição no total de vendas de 17% no período 2017-2020. Entre 2020 e 2023 registou-se um aumento de 25% no volume de vendas, tendo esse valor ultrapassado ligeiramente em 2023 o valor de 2017 (+ 3%), acrescentam os dados.

Lei afasta publicidade de alimentos a menores

O programa também avaliou os dados da monitorização do cumprimento das restrições à publicidade alimentar dirigida a menores de 16 anos, impostas pela Lei n.º 30/2019 de 23 de abril, que sugerem também que esta medida está a ter a capacidade de restringir a exposição das crianças à publicidade alimentar.

Segundo os dados, a publicidade alimentar nas proximidades das escolas mostra a inexistência de anúncios a produtos alimentares não saudáveis no raio circundante de 100 metros dos recintos escolares, tal como a Lei determina.

“No entanto, quando se avaliaram os anúncios a alimentos num perímetro mais alargado (500 metros dos recintos escolares) foi possível identificar um conjunto relevante de publicidade a alimentos não saudáveis”, realça o relatório.

Os dados mais recentes relativos a 2022 do estudo COSI Portugal, sistema de vigilância nutricional infantil integrado num estudo da Organização Mundial da Saúde/Europa, mostram uma prevalência de 31,9% de excesso de peso e 13,5% de obesidade em crianças com 6 a 8 anos, o que representa um aumento de 2,2 e de 1,6 pontos percentuais, respetivamente, comparativamente a 2019.

Estes valores vêm contrariar a tendência descendente observada entre 2008 e 2019 para o excesso de peso, e confirmar a tendência crescente da obesidade infantil já observada em 2019.

O estudo aponta um decréscimo no consumo de bebidas açucaradas, numa frequência até 3 vezes por semana, face a 2019.

Maioria dos cereais de pequeno-almoço tem elevado teor de açúcar

O estudo também revelou elevados teores de sal nos produtos de charcutaria e de açúcar na maioria dos cereais de pequeno-almoço disponíveis no mercado.

O relatório analisou a composição nutricional de 2.743 produtos alimentares, sendo que a maioria pertencia às categorias dos produtos lácteos frescos e sobremesas (29%) e refrigerantes e outras bebidas (27%).

Em declarações à agência Lusa, a diretora do PNPAS, Maria João Gregório, afirmou que se pode tirar desta análise “algumas conclusões que são relevantes”, nomeadamente que os produtos de padaria embalados já têm teores médios de sal que não são muito superiores a um grama de sal por 100 gramas de produto, o limite estabelecido com a indústria e com os setores da distribuição e da panificação.

Segundo a análise, dos 101 produtos de pastelaria doce e dos 128 produtos de padaria avaliados, verificou-se que dos produtos de padaria 42% (54) tinham um teor de sal superior a 1g/100g (valor definido no acordo para a reformulação dos produtos alimentares para o teor máximo de sal no pão).

Contudo, assinalou a nutricionista, há outras categorias que é preciso melhorar, nomeadamente nos produtos de charcutaria e nos cereais de pequeno-almoço, em que foram detetados, respetivamente, valores elevados de sal e de açúcar.

Dos 308 cereais de pequeno-almoço analisados, a maioria (186) apresentava um valor superior a 15 gramas de açúcar por 100 gramas de produto (valor de corte definido pelo Modelo de Perfil Nutricional Português para as restrições à publicidade alimentar dirigida a menores de 16 anos).

“Por outro lado, destaca-se que 92% dos cereais de pequeno-almoço (284) apresentam um teor de sal inferior a 1 g por 100 g, valor máximo definido para esta categoria de produtos no compromisso para a reformulação dos produtos alimentares realizado entre a DGS e a indústria alimentar e de distribuição”, salienta o relatório.

Segundo Maria João Gregório, também existe um acordo com a indústria para reduzir o teor médio de açúcar, caminho que está a ser percorrido, embora seja necessário continuar a trabalhar com estes setores para que no futuro o mercado possa ter produtos com “um perfil nutricional mais adequado”.

Dos 598 produtos de charcutaria e similares analisados, 88% apresentava um teor de sal superior a 1,5 g/100 g, o que corresponde a um elevado teor de sal, “sendo a média do teor de sal para esta categoria consideravelmente superior a este valor (2,83 g/100 g)”, segundo o documento.

Foram também analisados 640 iogurtes e 90 sobremesas lácteas ou similares. No caso dos iogurtes com adição de açúcar, verificou-se um teor médio de açúcar de 13,35 gramas por 100 g, valor superior ao definido para esta categoria.

A diretora do programa da DGS explicou que esta análise faz parte de um sistema de monitorização europeu e foi realizada em Portugal e em mais 13 países da União Europeia.

O objetivo é conseguirmos estabelecer um sistema europeu que permita monitorizar a composição nutricional dos alimentos porque a recomendação é que os países adotem medidas para melhorar o perfil nutricional destes produtos, salientou.

Uma das medidas previstas no PNPAS 2022-2023 é a adoção de um sistema de rotulagem nutricional simplificado na parte da frente da embalagem dos produtos alimentares, tendo a análise verificado que cerca de 25% dos produtos analisados apresentam já um sistema. Dos produtos que possuem rotulagem nutricional simplificada, a maioria utiliza o Nutri-Score (40%), seguido do Rótulo de Doses de Referência (31%) e do Semáforo Nutricional (28%)

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Corretora Seguramos cresceu 80% e vai continuar em aquisições

Num encontro com parceiros e seguradoras, o CEO Mário Ramos indicou quais os passos que vai dar para atingir 95 milhões de prémios de seguros em 2025. Duas novas aquisições serão anunciadas em breve.

Após uma interrupção devido à pandemia e à integração de empresas adquiridas, a corretora Seguramos voltou a juntar os parceiros e seguradoras num encontro realizado em Aveiro. O CEO Mário Ramos divulgou os seus resultados de 2023 e principalmente as ambições para o ano em curso, em que o objetivo é 75 milhões de prémios e 11 milhões de receitas de comissões e para 2025, onde esses indicadores sobem, respetivamente, para 95 milhões e 14 milhões de euros.

Mário Ramos, CEO da Seguramos, explicou a sua estratégia perante uma audiência de distribuidores e seguradores.Alexandra Caetano

A estratégia para alcançar esses resultados também foi revelado. Mário Ramos quer expandir através de aquisições, penetrar melhor na zona sul com foco no Algarve, fomentar crescimento orgânico, alargar a oferta de seguros de crédito e seguros ligados ao crédito imobiliário.

Para este ano Mário Ramos promete para breve duas novas aquisições entre outras que estão em estudo. Em 2023, a Seguramos incorporou as mediadoras Giant, Vialonga, Multigaia, Jorge Fernandes e Aragão, atingindo um volume de negócios de 8,8 milhões de euros e um resultado líquido de 887 mil euros. O crescimento real foi de 80,7% dos quais 11,5% resultaram de crescimento orgânico, e o restante resulta da “reexpressão das contas”, ou seja, de comparar as contas de 2023 – que refletem as 4 empresas incorporadas – com as 2022 simulando a adição dessas empresas.

Os clientes superaram o número de 72 mil com os negócios a serem realizados em 60% com empresas e 40% em particulares. A carteira está em 67% de seguros obrigatórios, mas cresce mais nos setores da saúde, hotelaria e turismo e responsabilidade civil, destacando-se os seguros de saúde grupo e os ciberriscos.

As oportunidades que os novos riscos também trazem foram debatidos por Ana Marques, da Generali Tranquilidade, Frederico Gil, da Berkley, de Artur Rodrigues, da Ageas Seguros e Sérgio Teodoro, da Fidelidade.Alexandra Caetano

A ambição também cresce nas 43 seguradoras que trabalham com a Seguramos. Um debate reuniu diretores de topo dos três maiores grupos seguradores em Portugal, que simultaneamente são os mais volumosos para o negócio da corretora, e Frederico Gil, da Berkley Portugal que está a ocupar relevância no nicho de seguros de responsabilidade civil.

O debate falou a uma numerosa audiência de profissionais de seguros dos novos riscos e dos desafios e oportunidades que causam na distribuição de seguros, tendo a conversa incidido sobre o que se está a passar no ramo saúde, das consequências das alterações climáticas e do que a Inteligência Artificial já está a mudar. Para além de Frederico Gil e com moderação do diretor de ECOseguros, estiveram Ana Marques da Generali Tranquilidade, Artur Rodrigues, da Ageas Seguros e pela Fidelidade Sérgio Teodoro que aproveitou o espírito ambicioso e divertido de Mário Ramos para sugerir uma revisão dos objetivos de venda da corretora em relação à sua companhia.

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Governo escolhe ex-deputado Hugo Carvalho para acelerar licenciamento de energias renováveis

  • Lusa
  • 20 Maio 2024

Estrutura de Missão vai "apoiar a concretização de projetos de energia de fonte renovável através de um regime processual mais transparente, ágil e simplificado". Paulo Carmona vai ser o coordenador.

O Ministério do Ambiente e da Energia garantiu esta segunda-feira que vai agilizar a constituição da Estrutura de Missão para o Licenciamento de Projetos de Energias Renováveis 2030 (EMER 2030), que vai ser liderada pelo antigo deputado Hugo Martins de Carvalho.

“O Ministério do Ambiente e Energia vai agilizar a constituição da EMER 2030, à qual competirá apoiar a concretização de projetos de energia de fonte renovável através de um regime processual mais transparente, ágil e simplificado”, indicou, em comunicado.

Segundo a mesma nota, para liderar esta estrutura, o Governo escolheu o antigo deputado Hugo Carvalho, mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Já como coordenador da EMER vai ser designado o professor universitário Paulo Carmona, que presidiu à Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis.

Conforme sublinhou, esta estrutura insere-se num conjunto de reformas integradas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que o executivo pretende impulsionar para “estimular a incorporação de energias renováveis no sistema energético nacional”.

Entre os objetivos da EMER está a implementação de um balcão único de licenciamento de projetos e a criação de um sistema de acompanhamento e controlo de projetos.

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Milhares exigem demissão de Netanyahu em frente ao Parlamento de Israel

  • Lusa
  • 20 Maio 2024

Quase todos os fins de semana têm acontecido protestos em diversas zonas de Israel para exigir a demissão de Netanyahu e eleições antecipadas. Joe Biden critica mandado de captura do TPI.

Milhares de manifestantes israelitas concentraram-se esta segunda-feira nas ruas frente ao Knesset (parlamento) em Jerusalém para exigir a demissão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e a convocação de eleições antecipadas.

“Tu és o líder. És o culpado”, gritaram os manifestantes, muitos provenientes de outras zonas do país para integrar uma caravana lenta que provocou atrasos na entrada da cidade.

Também participaram no protesto, que coincide com o regresso dos trabalhos parlamentares após uma pausa de primavera de seis semanas, familiares dos reféns israelitas em Gaza que exigem um acordo de cessar-fogo com o grupo islamista palestiniano Hamas para a libertação dos sequestrados.

Desde o início do atual conflito no enclave palestiniano em 7 de outubro de 2023 que têm decorrido protestos quase todos os fins de semana em diversas zonas de Israel para exigir a demissão de Netanyahu e eleições antecipadas.

O protesto desta segunda-feira ocorre no dia em que o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, anunciou o pedido de emissão de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, pela guerra em Gaza, e contra os chefes do Hamas Yahya Sinwar, Mohammed Al-Masri e Ismail Haniyeh.

Ao reagir à decisão, Netanyahu acusou a instituição de “antissemitismo” por comparar “os monstros do Hamas com os soldados das Forças de Defesa de Israel, o Exército mais moral do mundo”.

Mais de 35.500 pessoas, na maioria crianças, mulheres e idosos, foram mortos pelas forças israelitas desde 07 de outubro, e cerca de 80.000 feridas. Calcula-se ainda que pelo menos 10.000 corpos permanecem soterrados nos escombros sem possibilidade de acesso das equipas de resgate e médicas, segundo dados do ministério da Saúde da Faixa de Gaza.

Biden critica mandado de captura contra dirigentes israelitas

O Presidente norte-americano, Joe Biden, criticou o mandado de captura solicitado pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra dirigentes israelitas, rejeitando qualquer “equivalência” entre Israel e Hamas.

O pedido do procurador é “ultrajante”, afirmou Biden numa declaração, argumentando que “independentemente do que o procurador insinua, não há equivalência entre Israel e o Hamas, nenhuma”. “Estaremos sempre ao lado de Israel contra as ameaças à sua segurança”, sublinhou.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, descreveu o anúncio do procurador do TPI como “vergonhoso”, acrescentando que “poderia comprometer” as conversações de cessar-fogo em Gaza. “Rejeitamos a equivalência estabelecida pelo procurador entre Israel e o Hamas. É uma vergonha”, declarou Blinken, em comunicado.

“O Hamas é uma organização terrorista violenta que perpetrou o pior massacre de judeus desde o Holocausto e continua a manter dezenas de pessoas inocentes como reféns, incluindo norte-americanos”, adiantou. O TPI “não tem jurisdição” sobre Israel, frisou ainda.

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