Hoje nas notícias: Pobreza, Segurança Social e grandes fortunas

  • ECO
  • 23 Abril 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Mais de metade dos pensionistas em Portugal recebe menos de 591 euros mensais, ou seja, vive abaixo do limiar da pobreza. O Tribunal Constitucional ditou, de forma definitiva, que a Segurança Social deixa de poder escolher os tribunais para cobrança de dívidas. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Pobreza afeta 1,3 milhões de pensionistas

Num universo de pouco mais de dois milhões de pensionistas, mais de 1,3 milhões vivem abaixo do limiar da pobreza, recebendo reformas até 591 euros por mês, de acordo com o Relatório da Conta da Segurança Social relativo a 2022. Neste ano, existiam mais 273 mil pensionistas a receber menos de 278,05 euros (o valor da pensão mínima do regime geral), enquanto mais de um milhão de pensionistas encontrava-se no escalão entre os 278,05 e os 443,2 euros, e pouco mais de 300 mil estavam no patamar entre 443,21 e 664,79 euros.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Segurança Social já não pode escolher tribunais para cobrar dívidas

O Tribunal Constitucional decidiu de forma definitiva, no passado dia 2 de abril, que a Segurança Social deixa de poder escolher os tribunais onde cobra dívidas aos contribuintes, prerrogativa que permitia àquele organismo fugir às regras de competência geográfica, obrigando muitas vezes os visados a litigar contra o Estado a centenas de quilómetros de distância de casa, com todos os custos inerentes. Com esta legislação, o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social concentrava os processos nos tribunais cujas decisões fossem habitualmente mais favoráveis às suas pretensões.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Autorização para estacionar no passeio pode vir a ser travada em tribunal

Um conjunto de associações e entidades ligadas à defesa do ambiente, da mobilidade ativa, do urbanismo e dos direitos sociais, unidas numa plataforma comum, enviaram na segunda-feira uma carta à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) para solicitar esclarecimentos jurídicos sobre a “legalização” do estacionamento em cima do passeio. É visada, em particular, a sinalização que permite esta prática, sendo o bloqueio dessa autorização pelas autarquias nos tribunais o próximo passo.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Gestoras de ativos disputam grandes fortunas em Portugal

Uma onda de fusões e aquisições está a mexer com a banca especializada na gestão de fortunas presentes em Portugal. A entrada de novas instituições financeiras, como o Indosuez e o Union Bancaire Privée, aumentam a concorrência neste segmento, depois de, no último ano, o UBS ter passado a operar no país na sequência do resgate do Credit Suisse, que já tinha atividade em território nacional. O suíço Union Bancaire Privée pediu licença bancária junto do Banco de Portugal e avançou com a abertura de uma sucursal com o nome UBP Lisboa, enquanto o Indosuez Wealth Management decidiu abrir uma sucursal por cá em março, classificando o país como um “mercado estratégico”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

“Descida do IRC só depois de fechar IRS Jovem e isenção sobre prémios de desempenho”, diz Leitão Amaro

O Governo só vai tratar da descida do IRC depois de concluir todo o dossiê do IRS, nomeadamente o novo IRS Jovem e a isenção sobre os prémios de desempenho, garantiu ao Jornal Económico o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, sem se comprometer com prazos. “As tabelas do IRS eram uma matéria tecnicamente mais fácil, tal como o IRS Jovem. Já a isenção sobre os prémios de desempenho é um tema de muito maior complexidade técnica, que depois terá de ter uma decisão política”, sublinhou.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

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Os pilotos mostram as suas capacidades no Eco Rallye Mallorca-Inca Ciutat

  • Servimedia
  • 23 Abril 2024

Pilotos de diferentes equipas partilharam as suas experiências ao volante dos mais recentes modelos de veículos elétricos e híbridos, destacando tanto o desempenho como a eficiência destes carros.

A equipa Audi One Motors, “fiel ao seu compromisso com a sustentabilidade”, deixou a sua marca na competição. Javier Bas, ao volante do Audi Q8 55 E-tron na categoria eChallenge, elogiou o desempenho do veículo, destacando a sua eficiência de combustível e capacidade de adaptação a vários terrenos. O seu colega de equipa, Esteve Monjo, partilhou a sua experiência ao volante do Cupra Formentor, um híbrido plug-in que demonstrou a sua versatilidade e potência em cada curva.

A Seat One Motors também brilhou na competição com a sua participação na categoria de carros elétricos. Jordi Genestar e José Solivellas, ao volante do elegante Cupra Born, elogiaram a sua autonomia e desempenho, enquanto Esteve Monjo e Javier Gual demonstraram a sua destreza no Cupra Formentor, um modelo híbrido que combina potência e eficiência de forma excecional.

O compromisso das marcas com a mobilidade sustentável ficou patente na participação da AutoVidal MG e da AutoVidal Kia. Francisco M. Cabello, ao volante do MG ZS elétrico, destacou o seu excecional desempenho e conforto, enquanto Antoni Gayà e Toni Alarcón, ao volante dos Kia EV9 e EV6, respetivamente, elogiaram a experiência de condução oferecida por estes modelos, bem como a sua adaptabilidade a diferentes terrenos.

O Inca Centro Auto Opel e o Inca Centro Auto Peugeot também se juntaram à competição, destacando a autonomia e o desempenho dos veículos elétricos no teste. Margalida Aurora, ao volante do Opel Corsa GS, destacou a sua extraordinária autonomia de 400 kms, enquanto Fernando Pons, ao volante do Peugeot 308-E, elogiou a sua potência e eficiência em todos os trajetos.

PATROCÍNIO

A Hyundai, como patrocinadora do evento, reafirmou o seu compromisso com a eletrificação e a sustentabilidade, participando no evento com os seus modelos IONIQ 5 e Kona e. Santiago De La Rocha, assessor de imprensa da Hyundai Espanha, destacou a importância de eventos como o Eco Rallye Mallorca-Inca Ciutat para promover a mobilidade sustentável na ilha e em todo o mundo. A Fundació Mallorca Turisme, parceira do evento, incentiva os participantes a desfrutar de Mallorca de uma forma mais sustentável e com critérios de economia circular, como se manifesta no “compromisso com o turismo responsável” promovido pela entidade.

A Hyundai, como patrocinadora do evento, reafirmou o seu compromisso com a eletrificação e a sustentabilidade ao participar no evento com os seus modelos IONIQ 5 e Kona e. Santiago De La Rocha, assessor de imprensa da Hyundai Espanha, destacou a importância de eventos como o Eco Rallye Mallorca-Inca Ciutat para promover a mobilidade sustentável na ilha e em todo o mundo. A Fundació Mallorca Turisme, parceira do evento, incentiva os participantes a desfrutar de Mallorca de uma forma mais sustentável e com critérios de economia circular, como se manifesta no “compromisso com o turismo responsável” promovido pela entidade.

Por último, a participação de marcas como a Porsche e o concessionário Renault Iscar deu um toque de emoção à competição. Nadal Galiana e Juan Manuel Serra, ao volante do Porsche Taycan e do Porsche Cayenne, respetivamente, elogiaram o desempenho e a potência destes modelos, enquanto Pedro. A. Carmany e Miguel Munar, ao volante do Renault Arkana Techno TCE e do Renault Captur Evolution E-Tech Full Hybrid, sublinharam a importância de promover os veículos elétricos e híbridos para combater as alterações climáticas.

Outra equipa local que brilhou na caravana da mobilidade sustentável, colorindo as estradas de Maiorca de uma forma segura e limpa, foi a equipa Amer & Sons. Na sua primeira participação num evento deste tipo, demonstraram um entusiasmo e uma determinação excecionais.

Em suma, o Eco Rallye Mallorca – Inca Ciutat foi um evento vibrante e emocionante, onde os condutores demonstraram as suas capacidades e os fabricantes apresentaram o melhor da tecnologia de mobilidade sustentável. Mais um passo em direção a um futuro mais limpo e mais sustentável para todos.

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Parlamento britânico aprova deportação de migrantes para o Ruanda

  • Lusa
  • 23 Abril 2024

"Nenhum tribunal estrangeiro nos vai parar", declarou Rishi Sunak, prometendo que as deportações para o Ruanda vão ocorrer "aconteça o que acontecer". Medida arranca daqui a 10 a 12 semanas.

O Parlamento britânico aprovou a proposta de lei que permite o início dos voos de deportação para o Ruanda dos requerentes de asilos que entrem ilegalmente no Reino Unido.

Os membros da Câmara dos Lordes (câmara alta) concordaram em não apresentar mais alterações e votaram a favor da proposta, reconhecendo o Ruanda como um destino seguro, depois de meses de debates e críticas da oposição.

O plano, anunciado há dois anos pelo primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, pode entrar em vigor após a ratificação por parte do rei Carlos III, disse a televisão pública britânica BBC.

A proposta de lei, apoiada num novo tratado entre Londres e Kigali, ao abrigo do qual Londres vai pagar quantias substanciais ao Ruanda em troca do acolhimento de migrantes, pretendia responder ao Supremo Tribunal britânico, que decidiu, em novembro, que o plano era ilegal.

A Câmara dos Lordes tinha atrasado a aprovação da proposta, exigindo que um órgão independente confirmasse o estatuto do Ruanda como um país seguro.

O Ruanda é um dos países mais estáveis do continente africano, mas o Presidente, Paul Kagame, no poder há 24 anos, é acusado de governar num clima de medo, reprimindo a dissidência e a liberdade de expressão.

A Câmara dos Lordes queria também que agentes, aliados e funcionários do Reino Unido no estrangeiro, incluindo afegãos que lutaram ao lado das forças armadas britânicas, não fossem abrangidos por este plano.

Sunak afirmou, na segunda-feira, que os primeiros voos de deportação de migrantes para o Ruanda poderão começar em 10 a 12 semanas.

Antecipando recursos judiciais que podem demorar quatro a oito semanas, o chefe do Governo disse que o espaço para deter migrantes foi aumentado para 2.200 espaços, 200 trabalhadores treinados e dedicados para analisar processos, 25 salas de tribunal disponibilizadas e 150 juízes identificados para avaliar os casos.

A legislação também permite ao Governo ignorar providências cautelares do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. “Nenhum tribunal estrangeiro nos vai parar”, declarou Sunak, prometendo que as deportações para o Ruanda vão ocorrer “aconteça o que acontecer”.

O plano do Governo tem sido criticado pela oposição trabalhista, associações de apoio aos migrantes, a Igreja Anglicana e pelo Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, que considerou ser “contra os princípios fundamentais dos direitos humanos”.

Rishi Sunak espera que o plano dissuada migrantes de entrarem ilegalmente no país, onde este ano já chegaram 6.265 depois de atravessarem o canal da Mancha.

No ano passado foram contabilizados 29.437 migrantes ilegais que chegaram em embarcações como barcos de borracha, uma redução de 36% face aos 45.774 de 2022.

Conselho da Europa apela a Londres para abandonar deportações para o Ruanda

O Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa apelou esta terça-feira ao Governo britânico para que anule o plano de deportação de imigrantes para o Ruanda, depois de o Parlamento ter votado a medida.

O Governo britânico deve abster-se de deportar pessoas ao abrigo do plano Ruanda e reverter o ataque à independência do poder judicial que este projeto de lei constitui“, afirmou o Comissário do Conselho da Europa para os Direitos Humanos, Michael O’Flaherty, em comunicado. Londres é membro do Conselho da Europa, organismo com sede em Estrasburgo e composto por 46 membros.

Já o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou que “nada vai impedir” o objetivo de enviar para o Ruanda os imigrantes que atravessaram ilegalmente o Canal da Mancha, entre a França e a Grã-Bretanha, depois de o Parlamento ter aprovado a legislação que dá luz verde ao plano.

Num vídeo publicado nas redes sociais, o ministro do Interior, James Cleverly, sublinhou que a legislação vai “impedir que as pessoas abusem da lei, utilizando falsas alegações de direitos humanos para bloquear as expulsões, e torna claro que o Parlamento britânico é soberano”. “Estamos agora a trabalhar dia após dia para que os voos arranquem”.

Ainda na segunda-feira, um grupo de peritos das Nações Unidas em matéria de direitos humanos indicou às companhias aéreas e às autoridades aeronáuticas que “não devem facilitar” a transferência “ilegal” de requerentes de asilo para o Ruanda no Reino Unido, caso os acordos de imigração celebrados entre os dois países sejam ratificados.

(Notícia atualizada às 9h39 com a posição do Conselho da Europa)

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Três bancos com interesse em renegociar dívida do FC Porto, segundo Villas-Boas

  • Lusa
  • 23 Abril 2024

Candidato à presidência do FC Porto nas eleições do clube afirma que JPMorgan, Morgan Stanley e Goldman Sachs estão interessados em renegociar a dívida: "Iremos lutar pelas melhores condições."

Os bancos internacionais de investimento JPMorgan, Morgan Stanley e Goldman Sachs estão interessados em renegociar a dívida do FC Porto, revela André Villas-Boas, candidato da lista B à presidência do FC Porto nas eleições do clube.

“Sentámo-nos com três dos principais bancos do mundo e todos mostraram interesse em trabalhar com o FC Porto para a renegociação da dívida. Já é bom sinal que exista essa abertura. Depois, iremos lutar pelas melhores condições quanto às taxas de juro futuras”, referiu o ex-treinador da equipa de futebol azul e branca, em entrevista à Lusa.

No primeiro semestre do exercício em vigor, que finalizou em 31 de dezembro de 2023, a SAD chefiada por Pinto da Costa, líder do clube desde 1982 e opositor eleitoral de Villas-Boas, averbou 512,7 milhões de euros de passivo e 223,1 milhões de euros de dívida financeira.

“Quando ouvimos a outra candidatura a falar que a banca internacional cobra juros muito superiores, realmente não sabe do que fala. Basta consultar os prospetos dos bancos e entender que eles raramente ultrapassam os 7% em reestruturação da dívida dos clubes. Mas, como há interesse próprio em financiar o clube a taxas bem acima de 8, 9 ou 10%, naturalmente que isso afasta todo e qualquer interesse em ir a mercado”, analisou.

Crítico de um “cenário financeiro triste”, o ex-treinador ficou surpreso por ter reparado ao longo dos seus contactos exploratórios numa “ineficiência do uso de mercado” pela SAD, que “é revelador da indiferença para com o mercado internacional e de uma proteção de interesses próprios cada vez mais evidente e bem explanada” na lista de Pinto da Costa.

“O FC Porto foi a mercado sem ter procurado as soluções ótimas, mas as mais rápidas e bem mais penosas nos custos da operação e do juro. Fê-lo em claro conflito de interesse com as pessoas que rodeiam o clube atualmente, mas sem se salvaguardar de melhores idas a mercado. Um clube que acumula 250 milhões de euros em passivo e que paga 27 milhões de euros aos seus administradores muito provavelmente assusta muitos e bons investidores, que se querem atravessar com o bom nome do FC Porto, mas não o fazem pela falta de credibilidade de algumas pessoas que o governam”, lamentou, projetando um “caminho longo e penoso”.

Além da “obrigação e necessidade” em efetuar uma “reestruturação financeira profunda”, assente na redução de custos operacionais, na subida de receitas e na renegociação de prazos e serviço da dívida, há “desafios enormes na tesouraria imediata” para enfrentar.

“Parece-nos evidente que o FC Porto está em falência operacional e não tem cash flow. Está a antecipar cada vez mais receita e sujeita-se a subscrições privadas de capital e a parcerias comerciais para ter injeção de capital e poder-se manter à tona de água. São sinais claros de falência operacional, que nos assustam muito. Uma dívida e um passivo destes não se reformatam em absoluto em três anos, mas bem mais a longo prazo, que, infelizmente, é para onde temos de olhar, mas mantendo capacidade competitiva”, disse.

Gestão rigorosa, potenciação dos proveitos operacionais e geração de resultados com a valorização de ativos são caminhos escolhidos para a reformatação da política financeira exigida por André Villas-Boas, de 46 anos, que admite ir ao mercado “procurar diversos tipos de investimento” para financiar a edificação do centro de alto rendimento idealizado no Olival, que vai custar entre 30 e 35 milhões e deve ficar concluído até dezembro de 2026.

“Serão questões para avaliar. Ir ao mercado é fundamental, mas em busca das melhores parcerias. Antes, temos de nos sentar para ver os contratos que estão estabelecidos do outro lado [por Pinto da Costa] em relação à academia na Maia, até porque me interessa muito que o FC Porto não perca tempo de construção ou se meta no futuro em questões burocráticas. Para questões burocráticas já chegam as que levaram à não concretização da academia em Matosinhos, que esta direção demorou oito anos a resolver”, recordou.

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Já é possível ter lojas com “balanço zero” nas emissões de carbono

  • Capital Verde
  • 23 Abril 2024

A legislação e a "obrigação social" tornam inevitável a descarbonização do retalho. Autoconsumo de energia e economia circular são dois caminhos. O "green washing" é um risco a evitar.

As estratégias para a descarbonização do retalho foram o tema do primeiro think tankInovação energética e a competitividade setorial”. Um desafio que se coloca quer às empresas do setor quer aos seus fornecedores. A loja neutra em carbono já pode ser uma realidade, graças à aposta no autoconsumo.

O auditório da PLMJ, em Lisboa, foi o palco do primeiro dos quatro think tanks da iniciativa que junta a Helexia Portugal, a Deloitte, a PLMJ e o ECO, que visa discutir como a inovação energética pode contribuir para a competitividade nos setores do retalho, turismo, agroindústria e indústria cerâmica.

A conversa, que decorreu na passada quarta-feira, contou com a presença João Marques Mendes, partner da PLMJ, Filipe Melo de Sampaio, partner da Deloitte, João Lavos, head of positive impact na Leroy Merlin e Luis Pinho, country director da Helexia Portugal.

De acordo com os últimos dados divulgados pela APED, o setor do retalho tem um peso de 12% na economia do país, o que também se reflete na pegada de carbono. “O retalho representa cerca de 25% das emissões globais, não pelas suas emissões diretas, mas muito pela sua cadeia de abastecimento e logística“, aponta Filipe Melo de Sampaio.

“Quando se analisa a descarbonização do retalho, olha-se tipicamente para os vários tipos de emissões. Temos as emissões de scope 1, scope 2 e scope 3. As de scope 1 e scope 2 estão muito relacionadas com a operação do retalhista ou do distribuidor, ou seja, estamos a falar das facilities, das infraestruturas, das frotas próprias dessas mesmas empresas ou da energia que adquirem para a sua própria operação. Depois, no scope 3 temos tudo o que está para trás, ou seja, toda a cadeia de abastecimento, toda a cadeia logística, e aqui há muito a fazer“, considera Filipe Melo de Sampaio.

Enquanto retalhista, eu posso promover que a pegada carbónica das marcas que eu tenho nas minhas superfícies seja transparente e disponibilizada para as pessoas fazerem as suas escolhas, e também posso garantir que só tenho ou adquiro produtos com pegadas mais baixas.

Filipe Melo de Sampaio

Partner da Deloitte

Em relação às emissões relacionadas com a operação, “os retalhistas podem trabalhar temas de eficiência energética nas suas instalações, como a mudança para uma iluminação mais eficiente, uma refrigeração mais eficiente no retalho alimentar, a digitalização de operações para um melhor planeamento de stocks, podem descarbonizar a sua própria frota através da eletrificação de veículos, etc.”, apontou o partner da Deloitte.

Além destas mudanças, Filipe de Melo Sampaio referiu ainda o papel que os retalhistas têm na consciencialização das pessoas: “Enquanto retalhista, eu posso promover que a pegada carbónica das marcas que eu tenho nas minhas superfícies seja transparente e disponibilizada para as pessoas fazerem as suas escolhas, e também posso garantir que só tenho ou adquiro produtos com pegadas mais baixas”.

Estas escolhas mais sustentáveis são cada vez mais uma “obrigação social”, de acordo com Luis Pinho, da Helexia Portugal: “Na verdade, quando leio o documento do business case, começo a sentir que as empresas já não veem como uma estratégia, mas quase como uma obrigação, não tanto legal ou regulamentar, mas uma obrigação social. A primeira coisa a fazer, e a mais importante, é melhorar a eficiência energética, que permite melhorar a operação da loja. Depois, aumentar a reputação e a fidelização. E, a seguir, conseguir antecipar e cumprir as regulações ambientais, de forma a inovar e diferenciar da concorrência”.

No fim, o balanço disto tudo é a loja ter um balanço zero, ou seja, ela produz mais do que precisa, consegue alimentar uma loja vizinha, alimentar a sua mobilidade elétrica e de quem vai lá. Por isso, é um balanço positivo para a loja, mas também para os seus clientes.

Luís Pinho

Country cirector da Helexia Portugal

O country diretor da Helexia considera que é possível ter uma loja neutra em carbono. “Nós fizemos uma análise, que está no Business Case, na qual basicamente olhamos para uma loja típica em Portugal, que tem uma superfície de 12 mil m2 e um parque de estacionamento de 10milm2, que consome pouco mais do que 2GWh/ano. Então nós simulamos, de acordo com essa necessidade de energia, um sistema fotovoltaico que vai produzir mais do que essa necessidade, instalando também carregadores elétricos. Nós precisávamos de 2GWh/ano, passamos a produzir 2.5GWh/ano – uma parte é consumida na loja em período solar, outra parte é injetada na rede e vai para um consumidor vizinho -, precisamos de 400MWh/ano a 500MWh/ano para os carregadores elétricos, fazemos um sistema de gestão de energia que permite perceber como e onde é que a energia está a ser consumida e perceber como conseguimos otimizar isso, portanto reduzimos aí cerca de 100MWh/ano. No fim, o balanço disto tudo é a loja ter um balanço zero, ou seja, ela produz mais do que precisa, consegue alimentar uma loja vizinha, alimentar a sua mobilidade elétrica e de quem vai lá. Por isso, é um balanço positivo para a loja, mas também para os seus clientes“, explicou.

Autoconsumo para gerir risco do preço da energia

Esta capacidade de ter um balanço zero tem vindo a ser cada vez mais trabalhada por várias empresas, mas, de acordo com João Marques Mendes, ainda há muito que se pode fazer neste campo: “Nós tivemos um aumento exponencial de potência instalada em autoconsumo de praticamente zero em 2014 para 1,5GW em 2023. Fruto dos preços altos, as empresas aperceberam-se como nunca da necessidade de fazerem, essencialmente, cobertura de risco de preço, instalando painéis para produção em autoconsumo. Mas ainda é possível fazer mais porque, de facto, hoje em dia percebe-se que faz todo o sentido aproveitar este espaço que muitas vezes existe e não é utilizado para mais nada, sejam os telhados, sejam parques de estacionamento, para, de uma forma sustentável, conseguir promover a transição energética.

“Mas há aqui algumas áreas onde é preciso fazer mais, nomeadamente nas redes, que leva a que não se esteja a tirar o proveito total das soluções de autoconsumo, designadamente na parte que se refere à injeção na rede. Muitas vezes não é possível. É certo que isto traz desafios, mas é essencial para não retirar valor do autoconsumo e fomentar partilhas de energia”, sublinha o partner da PLMJ.

Deveria ser possível, e em Portugal ainda não é, que um veículo elétrico servisse de armazenagem e conseguisse injetar de volta na rede quando o seu utilizador quisesse e quando tivesse a bateria cheia.

João Marques Mendes

Partner da PLMJ

“Depois há ainda outra questão, que é o storage. Deveria ser possível, e em Portugal ainda não é, que um veículo elétrico servisse de armazenagem e conseguisse injetar de volta na rede quando o seu utilizador quisesse e quando tivesse a bateria cheia. Isso permitiria aumentar ao autoconsumo, extrair valor para o utilizador do veículo elétrico, e traria todo o tipo de benefícios”, acrescentou João Marques Mendes.

João Lavos, head of positive impact da Leroy Merlin, deu o exemplo da parceria entre a Leroy Merlin e a Helexia, que visou, em primeiro lugar, reduzir os consumos, e, depois, produzir a própria energia. “Nós instalámos painéis em todos os locais onde era possível instalar, isto porque o modelo económico que trabalhamos era rentável desde o primeiro mês. O que existe depois são dificuldades físicas, dificuldades de licenciamento… Nós temos 48 lojas no país e algumas estão inseridas em retail parks ou centros comerciais e aí o tema das comunidades está a começar a aparecer agora, e existe aqui uma questão que é perceber o que o promotor imobiliário ganha com isto. Não é muito óbvio. E, por isso, nos retail parks e nos centros comerciais continua a ser difícil convencer toda a gente a embarcar nas comunidades, mas já temos agora um projeto e esperamos que até possa vir a constituir um case para o futuro”, revelou.

Luís Pinho sublinhou que é necessário envolver também os fornecedores. “Descarbonizar a cadeia de valor é uma abordagem holística porque compreende vários atores e atores com maturidades, consciências e capacidades diferentes. Nem todos os operadores têm a capacidade, como a Leroy Merlin, de ter uma equipa dedicada a trabalhar nisto com a Helexia, a criar soluções. Portanto, é preciso ajudá-los a começar por fazer a avaliação da pegada de atividade porque se não é impossível tomar ações. E, da mesma forma que as empresas e o retalho tomam ações porque sentem a necessidade de fazer isso e porque sentem a pressão do seu cliente, as empresas também devem pressionar os seus fornecedores e a sua cadeia de valor para fazerem estas ações. Nem todos têm esta capacidade e isto requer mais tempo, mais paciência, requer colaboração e ajuda. Numa primeira fase, fazer a evangelização, e, numa segunda fase, haver critérios de contratação de fornecimento que tenham isto em conta”.

Circularidade como aliado da descarbonização

Além deste trabalho conjunto, Filipe Melo de Sampaio também destacou a circularidade como “um dos temas fundamentais para se conseguir atingir grande parte da redução das emissões”. No entanto, o partner da Deloitte considera que não tem sido feito muito neste campo: “A circularidade tem muito a ver também com a reutilização de materiais. Atualmente, ainda há muita utilização de materiais virgens na conceção de produtos e na utilização na economia. A circularidade conta apenas, a nível global, com 7% da economia e há dois anos era 9%, portanto, nós estamos a perder circularidade. Isto está num estudo da Deloitte com a Circle Economy, que mostra que estamos a regredir no consumo de materiais circulares e a aumentar o consumo de materiais virgens. Nos últimos seis anos, nós consumimos 500 mil milhões de toneladas de material, o que equivale a todos os materiais consumidos durante o século XX todo“.

Ainda assim, mesmo em pequena escala, há coisas que têm vindo a ser feitas, tais como a reutilização de produtos perecíveis. “Nós vemos aqueles casos das bananas que estão a amadurecer muito e que são utilizadas para fazer o pão de banana (supermercado Continente), ou o caso de utilizar os legumes feios (supermercado Pingo Doce) para os aplicar em saladas preparadas, sopas, etc. Este último, com isto, conseguiu, em quatro anos, reduzir oito mil toneladas de CO2. Por isso, há temas a serem feitos no retalho alimentar”, disse Filipe Melo de Sampaio.

Grande parte da economia circular está em três grandes domínios – o domínio da segunda mão, o domínio dos produtos recondicionados, e o domínio do aluguer.

Filipe Melo de Sampaio

Partner da Deloitte

“Grande parte da economia circular está em três grandes domínios – o domínio da segunda mão, o domínio dos produtos recondicionados, e o domínio do aluguer. No tema da segunda mão, o que mais me tem criado uma perceção positiva é o vestuário. Já vemos aquelas empresas que estão completamente consagradas, como a Vinted. E, para nós termos uma ideia, o share da economia circular no vestuário hoje em dia já é de 25%. Até 2030, a segunda mão vai ultrapassar em duas vezes o mercado do fast fashion“, garantiu o partner da Deloitte.

No que diz respeito aos produtos recondicionados, Filipe Melo de Sampaio destacou o eletrónico, “com a Worten ReUse, Auchan ReUse, Fnac Restart”: “Temos muitos casos de utilização de produtos recondicionados. Ainda está demasiado focado em tudo o que é eletrónica, em telemóveis e na marca Apple, portanto ainda há um caminho de democratização. Por que não consolas de jogos, televisões? E depois podemos ir ao mobiliário, podemos ir a bricolage e construção… E, depois, temos o aluguer, onde a Leroy Merlin se destaca, já que tem um catálogo com 2500 ferramentas para alugar“.

“A economia circular para uma empresa de retalho é um tema muitíssimo relevante. Nós identificamos quatro razões: a primeira é porque nós temos de estar sempre a acompanhar os hábitos de consumo dos nossos clientes e consumidores. Em Portugal, nos últimos 12 meses, 80% dos consumidores compraram, pelo menos uma vez, produtos em segunda mão, e 60% dessas pessoas disseram querer aumentar este tipo de consumo nos próximos tempos. Portanto, uma empresa de retalho tem que acompanhar a evolução dos hábitos de consumo e a evolução vai neste sentido – de um consumidor mais consciente, que quer ter um contributo para a redução da pegada e, portanto, as empresas de retalho estão fatalmente a ter de fazer esse caminho”, disse, por sua vez, João Lavos, da Leroy Merlin.

Nós estimamos, dentro de um estudo que fizemos com a Deloitte, na construção da nossa trajetória até 2035, onde queremos baixar 50% da pegada, que a economia circular pode valer 20% da redução. Ou seja, o estímulo a estes novos hábitos de consumo podem ajudar muito as empresas a descarbonizar.

João Lavos

Head of positive impact da Leroy Merlin

A segunda razão esta relacionada com a redução do risco: “As cadeias de aprovisionamento, de abastecimento, estão a começar a sofrer muitas disrupções do ponto de vista do que é o normal abastecimento, seja por fatores ligados com a sustentabilidade, seja por fatores climáticos extremos, seja pelo aumento do custo das matérias-primas que, fruto deste híper consumo de matérias, tendem a aumentar e a entrar em lógicas de escassez. Portanto, do ponto de vista do risco, quanto mais aproximarmos as cadeias de abastecimento e quanto mais as tornarmos circulares, mais defendidos estamos destas disrupções“.

“Depois existe o tema da pegada de carbono. Nós estimamos, dentro de um estudo que fizemos com a Deloitte, na construção da nossa trajetória até 2035, onde queremos baixar 50% da pegada, que a economia circular pode valer 20% da redução. Ou seja, o estímulo a estes novos hábitos de consumo podem ajudar muito as empresas a descarbonizar”, continuou.

Por último, a quarta razão apontada por João Lavos remete para o colaborador: “O colaborador sente um orgulho enorme quando vê que as organizações estão preocupadas com o tema da circularidade e com a maximização do uso dos recursos e que não desperdiçam os recursos que têm”.

Green Washing, o “fenómeno mais pernicioso para a transição energética”

Ainda sobre os riscos associados a esta jornada rumo a um caminho mais sustentável, João Marques Mendes, da PLMJ, referiu-se ao green washing como sendo o “fenómeno mais pernicioso para a transição energética”. Isto porque “mina os esforços que as empresas que verdadeiramente estão apostadas em descarbonizar-se estão a fazer”.

“No fundo, o justo paga pelo pecador. É decisivo que as empresas divulguem corretamente, de forma não enganadora, os esforços que estão a fazer com vista a transição energética e à descarbonização e de forma objetiva. Nós temos assistido, cada vez mais, fora de Portugal, a ações propostas por associações do setor, coimas aplicadas a empresas em matéria de transição climática, e em matéria de green washing. Isto é um ativismo judicial que nós temos assistido muito”, alertou.

É decisivo que as empresas divulguem corretamente, de forma não enganadora, os esforços que estão a fazer com vista a transição energética e à descarbonização e de forma objetiva. É preciso uma cautela extra e uma familiarização com o conceito porque, de facto, muitas vezes, a inocência, nestes casos, pode levar a punição e a danos reputacionais que, muitas vezes, são irreversíveis.

João Marques Mendes

Partner da PLMJ

De acordo com o partner da PLMJ, “quando se começa a estudar o green washing, percebe-se que a maioria das práticas de green washing são práticas que as empresas provavelmente nem percebem que o são. É preciso uma cautela extra e uma familiarização com o conceito porque, de facto, muitas vezes, a inocência, nestes casos, pode levar a punição e a danos reputacionais que, muitas vezes, são irreversíveis”.

“Isto é uma coisa que começa a surgir cá, mas que se vai implementar muito depressa e as empresas, em especial no setor do retalho, têm um desafio especialmente grande porque há uma grande preponderância nas emissões de scope 3, que são aquelas que se prestam mais facilmente a green washing por serem mais difíceis de controlar, de monitorizar as ações corretivas e preventivas. No entanto, como representam mais de 80% das emissões imputáveis àquele distribuidor, há uma necessidade de apostar nessas emissões para conseguir atingir os objetivos da descarbonização”, acrescenta João Marques Mendes.

“Está criado aqui um cocktail em que existe uma oportunidade de descarbonização em prol dos clientes e dos colaboradores, mas também um risco grande e isso é preciso ser gerido com inteligência e com cuidado na divulgação antecipada de factos relacionados com a descarbonização“, concluiu o partner da Deloitte.

Assista a toda a conversa aqui:

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Madrid, a comunidade autónoma com o menor tempo de espera para ser operado

  • Servimedia
  • 23 Abril 2024

No conjunto de Espanha, o tempo de espera para uma cirurgia não urgente é de 128 dias. As listas de espera aproximam-se dos 850.000 pacientes sem cirurgia.

Em 2023, Madrid liderou os tempos de espera cirúrgica em Espanha, com apenas 51 dias em média. De acordo com o último relatório SISLE publicado pelo Ministério da Saúde, em dezembro passado, um total de 849.535 pacientes aguardavam a sua vez de serem operados pelo sistema público de saúde.

Isto representa um aumento de 7% em comparação com os dados de dezembro de 2022. Da mesma forma, o tempo médio de espera para cirurgia em toda a Espanha atingiu 128 dias, 6,7% a mais que no mesmo período do ano passado, quando era de 120 dias.

No entanto, algumas Comunidades Autónomas experimentaram o processo oposto à tendência geral no último ano, conseguindo reduzir os tempos de espera cirúrgicos e as listas de espera (LEQ). É o caso de Madrid, que não só está 77 dias abaixo da média nacional atual para ser operado, como também conseguiu reduzir os atrasos em 19% no último ano, de 63 para 51 dias, e com uma diminuição de cerca de 1.000 pacientes (de 72.626 para 71.693).

Assim, a Comunidade de Madrid destaca-se com a segunda taxa mais baixa de doentes a aguardar cirurgia por 1.000 habitantes (10,37%), apenas ultrapassada pelo País Basco (9,54%). Além disso, apenas 0,8% dos pacientes de Madrid esperam mais de seis meses, em contraste com 24,3% a nível nacional. Por seu lado, o País Basco e a Galiza apresentam o segundo e o terceiro melhores tempos de espera para cirurgia geral, com 63 e 67 dias de demora média, respetivamente.

Do outro lado da moeda, onde as operações excedem largamente a média nacional e se aproximam dos 6 meses, encontram-se a Cantábria (173 dias), a Andaluzia (174 dias) e a Extremadura (181 dias), as regiões com os maiores tempos de espera em Espanha. Todas elas aumentaram notavelmente os seus atrasos em relação a dezembro de 2022, quando a Cantábria registou 154 dias; a Andaluzia, 134 dias; e a Extremadura, 156 dias.

HOSPITAIS

Por outro lado, o Ministério da Saúde da Comunidade de Madrid também publicou os dados de março relativos à rede hospitalar da região, fixando a média das cirurgias não urgentes em 50,29 dias no mês passado. O Hospital Universitário General de Villalba, com 15 dias, lidera mais uma vez os atrasos na região de Madrid, 35 dias abaixo da média regional. Seguem-se outros centros, também de gestão mista, como o Infanta Elena, com 21,64 dias, e a Fundación Jiménez Díaz, que, com 25,10 dias, é o hospital de alta complexidade com o menor tempo de LEQ. Outros dois hospitais oferecem tempos de operação inferiores a um mês, como o Santa Cristina (26,69 dias) e o Rey Juan Carlos (27,58 dias).

Relativamente aos outros centros pertencentes ao Grupo 3 ou de Alta Complexidade, o Clínico San Carlos ocupa a segunda posição com 53 dias. Segue-se o Gregorio Marañón, com 56,66 dias; La Princesa, com 57,43 dias; 12 de Octubre, com 58 dias; La Paz, com 58,38 dias; Puerta de Hierro Majadahonda, com 59,13 dias; e Ramón y Cajal, com 67,53 dias. A classificação do CAM para o mês de março é encerrada pelo Príncipe de Astúrias, um hospital de complexidade intermédia, com 74,11 dias.

Madrid efectua 40.000 cirurgias por mês, graças aos seus 88 centros e unidades de referência. O objetivo do Ministério da Saúde da Comunidade de Madrid é continuar a reduzir as listas de espera cirúrgicas para uma média de 45 dias, para o que investiu 215 milhões de euros.

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Auchan dá prémio de 4,6 milhões aos trabalhadores e investe mais 10 milhões em salários

Desde o arranque do ano, o salário de entrada no retalhista alimentar subiu 7,6% para 845 euros, revela a empresa. Auchan arranca com campanha para combater a saída de trabalhadores.

A Auchan vai distribuir um prémio de 4,608 milhões de euros a 95,23% dos mais de 8.900 trabalhadores acionistas do retalhista alimentar, montante referente à distribuição de resultados da empresa no ano passado. Este ano a cadeia investiu mais de dez milhões de euros na revisão salarial dos colaboradores, avança ao ECO. Salário de entrada sobe 7,6%, para 845 euros.

Há dois anos, o valor de prémio de resultados comunicado pela empresa aos trabalhadores era substancialmente diferente, na ordem dos 16 milhões. “Em 2022, a distribuição da participação foi de 4,668 milhões de euros. Os 16 milhões referem-se ao prémio total (distribuição de resultados, a que soma o PRIME, um prémio anual entregue em dois momentos distintos – por semestre – assente nos resultados e com base nos objetivos”, explica Clara Costa, diretora de pessoas, cultura e transformação da Auchan, ao ECO.

O valor de prémio atribuído este ano baixou porque “foi tomada a decisão de injetar agora o valor no vencimento (na liquidez do dia a dia dos colaboradores) e não na premiação, onde os valores estão dependentes do atingimento ou não de objetivos do negócio. Daí não se refletir este valor na distribuição de lucros, somados do PRIME como antigamente”, continua.

“A participação de resultados tem dado em média nos últimos três anos mais 60% de um salário para cada colaborador. Tal como aconteceu este ano”, refere ainda.

Salário de entrada sobe 7,6%

Desde julho de 2022, altura em que foi feita essa alteração, a empresa diz ter feito um “investimento de 24 milhões de euros em revisões salariais.”

No início deste ano, a Auchan Retail “fez uma revisão significativa na sua política salarial, com um investimento superior a 10 milhões de euros. Ou seja, investiu o valor da remuneração variável na remuneração fixa dos colaboradores”, adianta a responsável.

Este ano o salário de entrada na cadeia de um operador passou a ser 845 euros – uma subida de 7,64% face ao ano passado –, valor que somado a subsídios (refeição, noturnos e domingos e feriados) eleva para cerca de 1.100 euros, em 14 meses, a remuneração dos trabalhadores em início de carreira na companhia.

“Desde há três anos que o vencimento anual médio de todos os operacionais tem aumentado cerca de 7%. Um colaborador, em 14 meses, ganha mensalmente cerca de 1.220 euros, incluindo subsídio de refeição e participação de resultados. A estes acrescem benefícios, desde seguro de saúde para a família, descontos em compras e prémios de antiguidade”, reforça

No ano passado, a empresa investiu 7,231 milhões de euros em benefícios – como o Prémio Antiguidade, Seguro de Saúde e Vida, o Kit Bebé e, ainda, o Desconto Colaborador nas compras –, uma subida de 17,3%, em relação aos 6,161 milhões investidos em 2022.

Campanha Respect para ‘combater’ turnover

Do total de 8.904 trabalhadores até ao final do ano passado, 63,4% são mulheres, sendo as mulheres mais de metade dos líderes (54,4%) na empresa onde 99,2% dos trabalhadores têm contratos sem termo, tendo uma média de idade de 40 anos.

Em média, os trabalhadores Auchan têm 12 anos de antiguidade, mas depois da pandemia a rotação de trabalhadores (turnover) aumentou. “Embora mais estável no início de 2024 (situa-se em torno dos 18%), o turnover mantém-se elevado em comparação com o período pré-covid (19% em 2023, comparando com 11% em 2018), o que reforça a importância de assumir a nossa proposta de valor no mercado”, admite Clara Costa. Em 2008, o turnover era de 5%.

Nesse sentido, a empresa tem em curso uma campanha interna de employer branding – “reforçando as nossas equipas como o centro deste compromisso” – e em abril vai arrancar externamente com comunicação em várias plataformas, com o foco na mensagem “Respect”.

O “Respect” é fruto de um projeto iniciado no ano passado, envolvendo mais de 500 colaboradores, tendo a empresa chegado ao que chama a sua “força e diferenciação: o respeito”. “Depois disto trabalhámos toda a parte criativa que levou à marca Respect. Neste projeto fizemos um investimento de 60 mil euros”, refere.

“No decorrer de 2024 temos um investimento previsto de cerca de 50 mil euros, onde para além da ativação nos meios digitais (próprios e parceiros), vamos apostar em recursos físicos e de ativação local, conscientes de que continuam a ser complementos imprescindíveis para ativar a marca e traduzir aquela que é nossa proposta de valor: ‘Respect por mim, por ti, e por todos'”, descreve a diretora de pessoas, cultura e transformação da Auchan.

“No âmbito da nossa Visão, temos uma ambição: ser a marca preferida nos nossos colaboradores, clientes, parceiros, cidadãos e acionistas. O propósito desta marca empregadora é fortalecer a Auchan como uma empresa desejável e atrativa – desde o primeiro contato com a marca e ao longo de todas as etapas da experiência do colaborador – onde o nosso compromisso de Respect é tão vivido interna como externamente”, reforça.

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UAX encerra o seu ciclo de feiras de emprego com quase uma centena de empresas participantes

  • Servimedia
  • 23 Abril 2024

Estes eventos, realizados ao longo do ano letivo em diferentes faculdades da Universidad Alfonso X el Sabio, permitem que os estudantes tenham contacto direto com as empresas.

O mercado de trabalho atual enfrenta um desafio considerável: o fosso entre a preparação dos estudantes universitários e as necessidades de talento das empresas. Para resolver este problema, a Universidade Alfonso X El Sabio (UAX) desenvolveu uma abordagem educativa que se centra no estabelecimento de uma estreita colaboração entre a universidade e as empresas.

Explicou que, desta forma, garante que os seus estudantes adquirem os conhecimentos e as competências que as empresas e as instituições empregadoras exigem. Esta abordagem é implementada através de várias atividades e experiências, incluindo um programa de cinco feiras de emprego destinadas a promover a empregabilidade através da ligação direta dos estudantes às empresas.

Depois das organizadas para os estudantes da Escola de Desporto Rafa Nadal da UAX e para a Faculdade de Ciências Empresariais e Técnicas, o ciclo foi encerrado com as feiras de emprego da Escola Superior Politécnica, onde empresas como a XPO Logistics, Talgo, Técnicas Reunidas, Ferrovial, OHLA ou Padecasa, as das Faculdades de Medicina Veterinária, onde participaram empresas como a MSD Animal Health, Royal Canin ou Zoetis e a área que integra as Licenciaturas em Farmácia, Biomedicina e Biotecnologia, em colaboração com a ESAME Pharmaceutical Business School, com empresas como a TEVA ou a Savana.

Com estas atividades, a universidade ratifica o seu compromisso com a empregabilidade dos seus alunos, promovendo uma colaboração sólida e estreita com a indústria mais vanguardista a nível nacional e internacional. Nas palavras de Luis Couceiro, diretor da Escola Politécnica da UAX, “esta estreita colaboração com as empresas, que segue o modelo exclusivo UAXMakers, é fundamental porque garante a ligação entre o estudante e a empresa, facilitando-lhes a procura dos profissionais que o mercado exige nos recém-licenciados da UAX”.

Desta forma, cada edição da Universidade Alfonso X el Sabio reúne empresas líderes nos seus setores para mostrar aos estudantes quais são os perfis mais procurados no mercado, bem como para os ajudar a encontrar o seu propósito. Fazem-no em conjunto com os gestores de talentos que tomam decisões sobre o recrutamento das suas equipas. No total, quase 100 empresas participaram nos cinco eventos organizados durante o ano letivo de 2023-2024. Para Ángel Revilla, diretor da Unidade de Ruminantes e Tecnologia da MSD Animal Health, “esta feira é uma oportunidade para mostrar a todos os estudantes que estão prestes a terminar o seu curso todas as oportunidades de emprego oferecidas por uma empresa farmacêutica como a nossa. Tanto em termos de saúde animal e biofarmacêutica, como em termos de tecnologia e inovação, que é uma questão fundamental”.

Os estudantes encontram também nas feiras de emprego da UAX um espaço de netwoking onde podem conhecer a experiência de antigos alunos que estão agora no ativo e descobrir, com os seus testemunhos inspiradores, como atingir o seu objetivo e quais as oportunidades de carreira que estão atualmente a ser muito procuradas por talentos. Luis de Lorenzo, ex-aluno da UAX e atual Diretor de Oncologia da Palex Medical, valoriza que “este tipo de conferências, sem ir mais longe, foram as que me fizeram entrar no setor das ciências da saúde. Foram elas que realmente me incentivaram e me ensinaram que este era um potencial percurso profissional e tudo o que isso implicava”.

Com estas iniciativas, a UAX continua o seu trabalho para aumentar a empregabilidade dos seus estudantes, promovendo a colaboração com empresas de referência, o que a posicionou como uma das universidades líderes em empregabilidade, de acordo com o último U-ranking. O seu objetivo é dotar os estudantes das ferramentas e experiências necessárias para se destacarem no mercado de trabalho atual, altamente competitivo e em constante mudança.

A UAXMakers oferece uma formação personalizada e híbrida, combinando a teoria com a prática em projetos reais desenvolvidos em equipas interdisciplinares em conjunto com empresas e profissionais do setor; uma oportunidade excecional para consolidar conhecimentos e desenvolver competências transversais que distinguem os candidatos nos processos de seleção.

Durante este ano letivo, a UAX realizou cinco feiras de emprego, como a da UAX Rafa Nadal School of Sport, onde participaram empresas como a NDL, a marca de suplementos desportivos da Cantabria Labs, a INDYA Nutrition, a Quirónsalud e a Abbot, enquanto a 1ª Feira de Emprego e Networking da UAX Business & Tech contou com a presença de empresas como a Oracle, a IBM, a Deloitte e o LinkedIn, entre outras.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de abril

  • ECO
  • 23 Abril 2024

Ao longo desta terça-feira, 23 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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“La fuerza de todos”, a campanha da LALIGA para a reta final da época

  • Servimedia
  • 23 Abril 2024

As seis últimas jornadas da EA SPORTS LALIGA vão determinar os clubes que vão disputar as competições europeias, bem como as posições de despromoção e o campeão.

Na LALIGA HYPERMOTION, o cenário é semelhante, uma vez que a emoção também estará no topo com os lugares de promoção direta e as posições do playoff de promoção, bem como a luta feroz para evitar sair da categoria prata.

Por este motivo, a LALIGA lança a campanha “La fuerza de todos”, que “reflete toda a emoção que se vive nestes últimos dias de competição”. Em comunicado, a federação espanhola de futebol explica que a peça central é um spot que “mostra adeptos de diferentes equipas” e no qual “é simulado um suspiro de tensão e incerteza, representando estes momentos finais em que tudo está em jogo para a equipa”. Esse suspiro, de acordo com o vídeo, “chega de qualquer canto onde se encontrem os adeptos até ao próprio estádio para que os jogadores os possam sentir durante os 90 minutos”.

Ángel Fernández, Diretor de Marca e Estratégia da LALIGA, destaca que “os suspiros, que são o foco desta campanha, são fundamentais para os nossos adeptos, uma vez que refletem perfeitamente um aspeto da paixão pelo futebol que faz parte da LALIGA. É também um conceito que reforça o claim “A força do nosso futebol”, que tem marcado o posicionamento da LALIGA ao longo da época e que nos inspira a continuar a unir esforços para ajudar a tornar a competição a melhor do mundo.

A aplicação LALIGA e os canais das redes sociais, que contam com 219 milhões de seguidores em todas as plataformas, partilharão conteúdos “dos jogos minuto a minuto e os melhores momentos de cada jogo”. Além disso, “no portal Beyond Stats, é possível ver as métricas mais importantes de cada jornada”, salienta a LALIGA no seu comunicado de imprensa. Uma época 23/24 que “terminará com a aguardada gala, juntamente com a GSA, na Costa Esmeralda (Itália), onde serão entregues os Prémios LALIGA aos melhores da época, no final de maio”.

Com 18 pontos ainda em disputa na LALIGA EA SPORTS, duelos como o entre Atlético de Madrid e Athletic Club no sábado, 27 de abril, podem decidir quais clubes espanhóis disputarão a Liga dos Campeões na próxima temporada. O Atlético tem apenas três pontos de vantagem sobre o Athletic, pelo que o jogo determinará se os Rouge et Blanc conseguem aumentar a sua vantagem ou se os Leões conseguem reduzi-la, empatar em pontos e até mesmo vencê-los em termos de média de golos na luta pelo quarto lugar.

Outro dos outros grandes jogos da 33ª jornada será o dérbi de Sevilha entre Real Betis e Sevilla CF, onde a equipa da casa tem de vencer para não perder a Liga Europa e a Real Sociedad, que ocupa atualmente o 6º lugar que dá acesso direto às competições europeias. A equipa de Txuri-urdin terá o desafio, na próxima sexta-feira, de vencer o atual líder da competição, o Real Madrid. O Valência CF, por seu lado, vai tentar aproveitar ao máximo as suas hipóteses europeias contra o Barça, que enfrenta uma das suas últimas oportunidades de alcançar o Real Madrid na luta pelo título da liga.

No fundo da tabela, o Cádiz CF enfrenta uma “final” contra o RCD Mallorca. A equipa de Cádis tem de vencer para manter vivas as suas hipóteses de salvação, enquanto os visitantes procuram garantir a permanência na Primeira Divisão para a próxima época.

Na LALIGA HYPERMOTION, a emoção no topo e no fundo da classificação está garantida. Onze equipas estão envolvidas na luta pela subida à Primeira Divisão, desde o líder, Leganés, com 63 pontos, até ao UD Levante, com 52 pontos, a apenas 3 pontos do 6º lugar, o último que dá acesso ao playoff de promoção, atualmente ocupado pelo Real Sporting. Por outro lado, a luta para evitar a despromoção está ao rubro, com pelo menos 9 equipas a 6 pontos umas das outras.

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta terça-feira acontece a assembleia-geral anual de acionistas dos CTT e os trabalhadores Autoeuropa votam novo pré-acordo. Já os têxteis portugueses mostram-se em Frankfurt.

No mesmo dia em que está programada uma assembleia-geral anual de acionistas dos CTT, os trabalhadores Autoeuropa votam novo pré-acordo. Já o INE e o Banco de Portugal (BPStat) divulgam novos indicadores. Portugal leva 23 empresas e associações à “maior e mais importante feira do mundo” de têxteis técnicos.

Assembleia-geral anual de acionistas dos CTT

Está agendada para esta terça-feira, a assembleia-geral anual online de acionistas dos CTT. A empresa disparou os lucros mais de 66% em 2023, quando comparado com 2022. E atingiu um resultado líquido de 60,5 milhões de euros, de acordo com informações submetidas a 19 de março deste ano à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Trabalhadores Autoeuropa votam novo pré-acordo

Vai a nova votação, esta terça-feira e quarta-feira, a proposta da administração da Autoeuropa que mantém as regalias previstas no pré-acordo rejeitado pelos trabalhadores a 3 de abril, e que reduz o prazo de validade do mesmo de três para dois anos.

INE divulga indicadores

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta terça-feira as estatísticas de preços da habitação ao nível local relativas ao 4.º trimestre 2023 assim como as contas de despesas em Proteção do Ambiente de 2021. Já o Banco de Portugal (BPStat) divulga os indicadores do endividamento do setor não financeiro que se reportam a fevereiro e os sistemas de compensação e liquidação interbancária referentes a março.

Empresas portuguesas na Techtextil

Portugal leva 23 empresas e associações à “maior e mais importante feira do mundo” de têxteis técnicos — a Techtextil — da Messe Frankfurt (Alemanha). Cinco investigadores do CITEVE – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal participam no Techtextil Forum que reúne especialistas internacionais para apresentações e debates.

13.ª edição da Cimeira da Energia Ásia-Pacífico

Começa a 13.ª edição da Cimeira da Energia Ásia-Pacífico – a plataforma global para a indústria de Gás natural liquefeito (GNL), gás e hidrogénio na região da APAC – que decorre até quinta-feira. Esta cimeira tem um importante papel na conexão de líderes do setor de GNL, gás e hidrogénio da região e globalmente.

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Galp na Namíbia. Dos primórdios do projeto até à expectativa dos 10 mil milhões de barris

Conheça melhor as várias fases do projeto, desde uma estimativa de sucesso que ia até aos 30%, até à expectativa de entrega de mais de 10 mil milhões de barris, que fez disparar as cotações.

As reservas na Namíbia, que estão a fazer disparar o valor da Galp, têm uma história que remonta a 2012, quando a petrolífera portuguesa se lançou nesse país. Conheça melhor as várias fases do projeto, desde a estimativa de sucesso que ia até aos 30%, até à estimativa de que irá entregar mais de 10 mil milhões de barris.

Corria o ano de 2012 quando a Galp assinou um acordo para a aquisição de uma participação de 14% em três licenças de exploração petrolífera, de áreas localizadas ao largo da Namíbia. Uma localizava-se na bacia de Walvis (PEL 23), e outras duas na bacia de Orange (PEL 24 e PEL 28). É este último bloco, o PEL 28, que tem sido apontado pela Galp como estando a dar sinais promissores, embora entretanto responda por um novo nome: PEL 83.

Na altura, lê-se no relatório e contas de 2012, os principais objetivos dos três prospetos apontavam para um potencial total de oito mil milhões de barris caso se descobrisse petróleo, sendo que a probabilidade de sucesso estava estimada entre os 20% e 30%. No ano seguinte, comprovou-se haver potencial para a existência de petróleo, mas ainda nada de palpável.

A licença de exploração do bloco PEL 83 foi concedida em 2016 a um consórcio liderado pela Galp, que inclui ainda a Corporação Nacional do Petróleo da Namíbia (NAMCOR) e a Custos Energy. Detêm fatias de 80%, 10% e 10%, respetivamente. Esta licença cobre uma área total de 10.000 quilómetros quadrados, que abrange desde águas pouco profundas a águas ultraprofundas.

Em paralelo, a petrolífera portuguesa, que também tinha conseguido assegurar nesse ano uma licença para explorar a área da bacia de Walvis, vendeu o bloco à norte-americana ExxonMobil.

No que dizia respeito à área da bacia de Orange, prosseguiram os trabalhos. Testes e mais testes, cada vez mais aprofundados, para tentar perceber o potencial da área. Os indicadores que foram chegando foram positivos, inclusivamente a descoberta de um “sistema petrolífero funcional” pelas concorrentes Shell e TotalEnergies, numa área próxima, em 2021.

Foi apenas no início deste ano que a Galp reuniu provas mais concretas de que a Namíbia poderia traduzir-se num investimento lucrativo. Em janeiro, a empresa descobriu petróleo leve na bacia de Orange, ficando a faltar dados sobre a viabilidade comercial. Chegaram este domingo, na forma de um número: a estimativa de conseguir extrair 10 mil milhões de barris de petróleo, ou até mais.

Na conferência com analistas, a propósito da apresentação dos resultados financeiros de 2023, o CEO, Filipe Silva, afirmou que estava “muito ciente do valor de produzir na Namíbia tão cedo quanto possível”, pelo que “nada se irá atrasar”. E estimou um investimento total, ao longo de 2024, de 150 milhões de euros.

O próximo passo, de acordo com uma notícia avançada pela Reuters, pode ser mesmo a venda de 40% da participação de 80% que a Galp detém, de momento, no projeto.

Na mesma conferência, o CEO indicou ter em mãos “um processo de um potencial desinvestimento”. Em resposta à hipótese, levantada por um analista, de diluição da participação no projeto, Filipe Silva reiterou: “Vamos analisar todas as opções e o que quer que seja que crie mais valor para os nossos acionistas, vamos considerá-lo a seu tempo. Não estamos à espera de uma decisão de curto prazo sobre este assunto”.

Cronologia

2012: Galp assina acordo para participar em três licenças de exploração petrolífera na Namíbia

2013: Potencial para a existência de petróleo no offshore da Namíbia foi comprovado

2016: Galp assegura duas licenças, uma delas para explorar a PEL 83 (anteriormente PEL 28)

2019: Início de campanha de aquisição sísmica 3D. Galp entrega as Avaliações de Impacto Ambiental para potenciais campanhas de perfuração em ambas as licenças de exploração petrolífera

2020: Análise dos resultados de testes feitos pela empresa em ambas as explorações

2021: Descoberta de petróleo em projetos da Shell e pela TotalEnergies , a cerca de 70 quilómetros da PEL 83, faz com que os parceiros da PEL 83 concordem em entrar no segundo período de exploração de dois anos, com a possibilidade de ser estendido por um ano adicional, até 2024

2022: Galp planeia poço exploratório, a ser perfurado no final de 2023 ou início de 2024

2024: Entre janeiro e março, foram realizados testes nos poços da bacia de Orange, que “têm o potencial de posicionar Mopane como uma importante descoberta comercial”, de acordo com a empresa. Em abril, a empresa veio confirmar: espera conseguir extrair 10 mil milhões de barris de petróleo, ou até mais.

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