PSP vai comunicar ao Ministério Público protesto de polícias junto ao Capitólio

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

O porta-voz da PSP disse o desfile dos polícias e concentração junto ao Capitólio não foi comunicado à câmara e a lei obriga, por isso, a que haja comunicação ao Ministério Público.

A PSP vai comunicar ao Ministério Público a marcha desta segunda-feira e a concentração de polícias junto ao Capitólio, em Lisboa, por o protesto não estar autorizado, disse à Lusa fonte da Direção Nacional. O porta-voz da PSP disse que a concentração de elementos da PSP e GNR na Praça do Comércio estava autorizada e tinha sido comunicada à autoridade competente, que é a Câmara Municipal de Lisboa (CML).

No entanto, o mesmo não aconteceu com o desfile que se seguiu, pela Rua da Prata, Praça do Rossio e Avenida da Liberdade, e com a concentração junto ao Capitólio. Sérgio Soares explicou que, por o protesto não ter sido comunicado à CML, a lei obriga a que haja comunicação ao Ministério Público. Já anteriormente a comandante responsável pelo policiamento junto ao Capitólio tinha dito à Lusa que a manifestação não estava autorizada e que os promotores seriam identificados.

Os polícias dirigiram-se para o Capitólio, onde decorreu o debate eleitoral entre os líderes do PS e do PSD, após uma concentração que juntou cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR na Praça do Comércio, junto ao Ministério da Administração Interna (MAI). Ao contrário da manifestação na Praça do Comércio, organizada pela plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR, o protesto junto ao Capitólio foi marcado nas redes sociais pelo ‘movimento inop’ e não tem a participação da plataforma sindical.

Muitos dos polícias que se concentraram no Capitólio foram desmobilizando ao longo do debate, mas alguns ainda se mantinham no local cerca das 22:00. Os elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.

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Zelensky alerta para situação “extremamente difícil” na frente de batalha

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

"As tropas russas estão a tirar partido do atraso no fornecimento de ajuda à Ucrânia", afirmou o presidente ucraniano na sua mensagem diária.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu esta segunda-feira que o exército ucraniano está a enfrentar uma situação “extremamente difícil” imposta pelas forças russas, que, considerou, estão a aproveitar o atraso do Ocidente na prestação de ajuda militar.

“A situação é extremamente difícil em vários pontos da linha da frente, onde as tropas russas concentraram um máximo de reservas. As tropas russas estão a tirar partido do atraso no fornecimento de ajuda à Ucrânia”, afirmou Zelensky na sua mensagem diária, acrescentando que o seu país carece de artilharia e precisa de defesa antiaérea para a linha da frente, bem como de armas de longo alcance.

As forças russas estão na ofensiva no leste e no sul da Ucrânia e acabaram de capturar a cidade disputada de Avdiivka, na região de Donetsk, fazendo o seu primeiro grande ganho desde a captura de Bakhmut em maio de 2023. Na segunda-feira, o exército ucraniano afirmou estar a enfrentar “fogo pesado” das forças russas na ofensiva na região de Zaporizhia, no sul do país.

O comandante ucraniano Oleksandr Tarnavsky disse que as tropas de Moscovo estavam a lançar múltiplos ataques, particularmente perto da aldeia de Robotyne, um dos poucos locais onde a Ucrânia tinha conseguido recuperar terreno durante a contraofensiva do verão passado. O exército russo está a tentar avançar com “pequenos grupos de assalto apoiados por unidades blindadas”, afirmou no Telegram.

Estas tentativas de ofensiva foram travadas, o inimigo foi eliminado nos arredores de Robotyne”, afirmou o major Tarnavsky, que comanda as forças ucranianas na região. Como muitas cidades do leste da Ucrânia, Robotyne foi completamente arrasada após meses de fogo de artilharia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, saudou a tomada de Avdiivka como uma “importante vitória” das suas tropas, a poucos dias do segundo aniversário do início da invasão russa, a 24 de fevereiro.

Bloqueio na fronteira polaca reflete erosão da solidariedade, diz Zelensky

O Presidente ucraniano alertou ainda que o bloqueio da fronteira entre a Polónia e a Ucrânia por camionistas e agricultores polacos demonstra a “erosão da solidariedade” para com o seu país que combate a invasão da Rússia. “O que está a acontecer na nossa fronteira ocidental, a fronteira com a Polónia, não pode ser considerado normal ou comum”, declarou o chefe de Estado ucraniano, sublinhando que a situação demonstra “a erosão da solidariedade quotidiana”.

Durante semanas, os agricultores polacos têm tentado impedir as importações de produtos provenientes da Ucrânia, em protesto contra o que consideram ser uma concorrência desleal. Esta disputa prejudicou as relações entre Kiev e Varsóvia, que tem sido um dos mais fervorosos apoiantes da Ucrânia desde o início da invasão russa.

A circulação rodoviária com a Polónia tem sido crucial desde o início da guerra para permitir que as empresas ucranianas continuem a exportar. Mas esta situação irritou os agricultores e as empresas de transporte polacos, que se queixam das tarifas ucranianas, com as quais não podem competir. “Na realidade, não se trata de cereais, mas sim de política”, sublinhou Zelensky, assegurando que apenas 5% das exportações agrícolas do seu país atravessaram a fronteira polaca.

Seis passagens de fronteira estão bloqueadas no lado polaco, revelou hoje o ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, considerando na rede social Facebook que se trata de uma “ameaça direta à segurança de um país forçado a defender-se”. “Eles estão a bloquear tudo. Alguns camiões transportam combustível. Há alguns dias, os manifestantes bloquearam a passagem de vários camiões carregados de armas”, realçou Kubrakov, em entrevista à televisão pública ucraniana.

De acordo com um responsável polaco, cerca de 600 camiões aguardam para atravessar da Polónia para a Ucrânia na passagem fronteiriça de Dorohusk. De acordo com Michal Derus, porta-voz da alfândega da cidade polaca de Lublin, duas dúzias de camiões cruzaram a fronteira para a Ucrânia durante a noite, mas “nenhum camião entrou na Polónia”. “Podemos, portanto, assumir que se trata de um bloqueio total”, acrescentou.

A situação deverá piorar ainda mais esta terça-feira, quando os agricultores polacos planeiam apelar a um bloqueio total da fronteira entre os dois países. A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

(Notícia atualizada pela última vez às 22h59)

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Mexidas na administração do BPI. Entram dois novos administradores executivos

Ana Rosas Oliveira e Afonso Fuzeta Eça vão substituir Pedro Barreto e Francisco Barbeira no cargo de vogais do banco. Decisão aguarda acordo das autoridades de supervisão.

O BPI nomeou para novos administradores executivos do banco Ana Rosas Oliveira e Afonso Fuzeta Eça, que desempenham, atualmente, funções na direção executiva da instituição bancária. Oliveira e Eça irão, assim, substituir, Pedro Barreto e Francisco Barbeira, que pediram a demissão, segundo a informação comunicada esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A decisão aguarda aval das autoridades de supervisão.

“O conselho de administração do banco BPI informa que decidiu cooptar como novos vogais do conselho e membros da sua comissão executiva a dra. Ana Rosas Oliveira e o dr. Afonso Fuzeta Eça”, de acordo com o mesmo comunicado.

O início do mandato destes dois novos administradores está, porém, “dependente do necessário acordo das autoridades de supervisão”, segundo a nota que o banco enviou à CMVM.

A instituição bancária, liderada por João Pedro Oliveira e Costa, esclarece que “a nomeação dos dois novos administradores resulta do pedido de renúncia apresentado pelos administradores executivos dr. Pedro Barreto e Eng. Francisco Barbeira, com quem foram celebrados acordos de cessação dos vínculos com o banco”.

Assim, o “conselho de administração deliberou entregar as responsabilidades dos administradores renunciantes aos administradores executivos em efetividade de funções até que, nos termos da lei, os respetivos substitutos possam iniciar os seus mandatos”, indica o BPI.

Os dois novos administradores cooptados desempenham atualmente funções na direção do BPI: Ana Rosas Oliveira é diretora executiva, responsável pela direção de marketing de empresas, e Afonso Fuzeta Eça é diretor executivo, responsável pela direção de canais e Inovação.

“O conselho de administração expressa publicamente o seu apreço e reconhecimento pelo importante contributo para o desenvolvimento do banco que deixam Pedro Barreto, colaborador desde 1988 e administrador executivo desde 2004, e Francisco Barbeira, colaborador desde 1996 e administrador executivo desde 2017”, lê-se no mesmo comunicado.

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Governo espanhol convoca embaixador russo

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, destacou que a morte de Navalny é "totalmente injustificada e nunca deveria ter ocorrido".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha convocou esta segunda-feira o embaixador russo em Madrid, Yuri Klimenko, na sequência da morte na prisão do opositor russo Alexei Navalny, divulgaram fontes diplomáticas. Também os ministros dos Negócios Estrangeiros francês e norueguês anunciaram a convocação dos embaixadores russos nos respetivos países, no seguimento da morte em prisão do opositor Alexei Navalny.

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, destacou que a morte de Navalny é “totalmente injustificada e nunca deveria ter ocorrido”, e sublinhou que o “último responsável é evidentemente aquele que o colocou injustamente na prisão por razões políticas”. Albares reuniu-se em Bruxelas com a viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, juntamente com os restantes ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, e pediu que a Rússia esclareça as causas da morte o mais rapidamente possível “de forma credível”.

“Manifestei o meu apoio a Yulia Navalnaya, tal como o expresso a tantos defensores da democracia e das liberdades. O Governo de Espanha está sempre, em todas as partes do mundo, ao lado daqueles que defendem a democracia, a liberdade e os direitos humanos”, frisou Albares durante uma conferência de imprensa após a reunião de ministros dos 27.

Também foi anunciado que o Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco convocou o embaixador russo na Suécia, devido à morte de Navalny. “A União Europeia deve agir contra a opressão política na Rússia. Isto é ainda mais importante porque, em 16 de fevereiro, Alexei Navalny morreu enquanto detido” na Rússia, frisou o chefe da diplomacia sueca, Tobias Billström, em comunicado.

O governo sueco também tomou a iniciativa a nível europeu de examinar a possibilidade de novas sanções contra Moscovo, pode ler-se no comunicado de imprensa. A União Europeia e os Estados Unidos já aplicaram uma bateria de sanções contra Moscovo desde o início da guerra após a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Durante uma viagem à Argentina, o francês Stéphane Séjourné também anunciou que decidiu convocar o embaixador russa e disse que “o regime de Vladimir Putin voltou a mostrar a sua verdadeira natureza”. Já o Ministério norueguês anunciou a convocação embaixador em comunicado.

No texto, é anunciado que “a Noruega vai exprimir o seu ponto de vista quanto à responsabilidade das autoridades russas nesta morte e à realização de uma investigação independente” à morte do opositor. Estas posições francesa e norueguesa somam-se a outras similares conhecidas ao longo do dia de hoje, tomadas por Países Baixos, Espanha, Suécia, Alemanha, depois de o Reino Unido ter convocado o embaixador russo na sexta-feira

Para honrar a memória do opositor russo, o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, propôs que o regime europeu de sanções aos direitos humanos receba o nome de Alexei Navalny. Espanha e Suécia seguiram o exemplo da Alemanha, que também convocou o embaixador russo em Berlim.

O Governo britânico, por sua vez, convocou diplomatas da embaixada russa na sexta-feira à noite, para informá-los de que as autoridades russas são consideradas “totalmente responsáveis” pela morte do opositor número um do Kremlin. Alexei Navalny morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.

Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência. Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.

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Bastonário diz que médicos internos já dão tempo mínimo ao SNS

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

"Os médicos internos trabalham ativamente para o SNS durante cinco, seis ou sete anos, dependendo da sua especialidade", afirmou Carlos Cortes.

O Bastonário da Ordem dos Médicos disse esta segunda-feira que a ideia de sujeitar médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) revela desconhecimento porque “os médicos internos já dão esse contributo”.

“Os médicos internos, ou seja, os médicos ditos em formação, são médicos com autonomia e representam um terço dos médicos do SNS. Dos pouco mais de 30 mil médicos que existem no SNS, 10 mil são médicos internos e esses médicos têm uma atividade muito importante dentro do SNS”, afirmou Carlos Cortes à Lusa em Tomar (Santarém). Aqueles profissionais, sublinhou, “fazem consultas, contribuem para as cirurgias, e trabalham no serviço de urgência”, entre outros.

Não querendo comentar os programas de cada um dos partidos candidatos às eleições de 10 de março, Carlos Cortes disse haver um aspeto que importa elucidar no programa eleitoral do Partido Socialista (PS) por entender haver “muito desconhecimento” sobre essa matéria. “Os médicos internos trabalham ativamente para o SNS durante cinco, seis ou sete anos, dependendo da sua especialidade”, afirmou Carlos Cortes.

Para o bastonário, a ideia de sujeitar os jovens médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo de serviço no SNS não tem “nenhum cabimento” porque os médicos internos “já dão este contributo muito importante ao SNS”. O responsável, que “apadrinhou” a apresentação pública do Centro de Investigação e Inovação Clínica (CIIC) da ULS Médio Tejo, disse ainda que “as pessoas, antes de fazerem propostas, têm de estar mais informadas sobre aquilo que é o trabalho dos médicos”.

O PS já afirmou que a ideia de sujeitar médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) será avaliada e só será tomada após negociação e aceitação pelas estruturas representativas do setor. Esta proposta consta do programa eleitoral do PS, tendo sido desde logo contestada, designadamente pela Iniciativa Liberal (IL) e pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Fonte oficial do PS rejeitou à agência Lusa que possa fazer sentido uma controvérsia em torno dessa proposta e adiantou: “Avaliar a possibilidade significa, tal como referido, que qualquer uma dessas medidas nunca será tomada sem avaliação, negociação e aceitação por parte das estruturas representativas dos médicos”. No programa eleitoral do PS prevê-se a possibilidade de introdução de um tempo mínimo de dedicação ao SNS pelos profissionais de saúde, nomeadamente médicos, na sequência do período de especialização.

Em relação aos médicos que pretendem emigrar ou ingressar no setor privado, os socialistas admitem a “possibilidade de introdução de um quadro de compensações, pelo investimento público do país na sua formação”.

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Novobanco vai corrigir acerto de pensões de reforma

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

O banco, segundo o sindicato, “comunicou que irá adotar o princípio da proporcionalidade direta, corrigindo o acerto de pensões de reforma, que passará a incluir todos os pensionistas”.

O novobanco vai corrigir o acerto das pensões de reforma, adotando o princípio da proporcionalidade direta, à imagem do que fizeram outras instituições, depois de ações judiciais, disse o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB).

Num comunicado, a estrutura sindical referiu que tomou conhecimento de que o banco “comunicou que irá adotar o princípio da proporcionalidade direta, corrigindo o acerto de pensões de reforma, que passará a incluir todos os pensionistas”.

O sindicato recordou que “desenvolveu uma atuação persistente e a vários níveis, que se concretizou na representação de sócios em múltiplas ações judiciais respeitantes ao cálculo do acerto relativo às pensões de reforma dos bancários”, bem como “na realização de 15 sessões de esclarecimento em 2023 e na obtenção de parecer de um reputado jurista”.

O SNQTB lembrou que, no final de 2023, “o Banco Santander Totta, o Banco BPI e o Banco Montepio vieram a adotar o entendimento que tem sido sufragado pelos Tribunais, aplicando assim o princípio da proporcionalidade direta”. O sindicato disse que “faltava o Novobanco adotar o mesmo princípio que, sabe o SNQTB, irá agora ser colocado em prática também” pela instituição.

“O SNQTB saúda o Novobanco pelo procedimento agora adotado, fazendo justiça aos bancários reformados”, disse Paulo Gonçalves Marcos, presidente do SNQTB, citado na mesma nota, acrescentando que a estrutura estava disponível “para prestar os esclarecimentos e informações” que os seus associados reformados do banco entendam solicitar.

Os sindicatos representaram os seus associados em centenas de ações nos tribunais contra Santander, Novo Banco, BPI e Montepio por considerarem que havia cálculos errados em reformas da Segurança Social, no caso de reformados que descontaram para este regime fora e dentro do setor bancário. Para os sindicatos, a forma como alguns bancos calculavam a pensão significava um corte na pensão.

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PS “baixou os braços” no crescimento económico, acusa Montenegro. Programa fiscal do PSD “é um ato de fé”. Siga aqui

Os líderes dos dois maiores partidos estiveram frente a frente num debate que durou cerca de 75 minutos, a três semanas das eleições legislativas de 10 de março. Leia aqui os principais momentos.

Depois de duas semanas de debates, deu-se, esta segunda-feira, o “confronto” final entre os líderes dos dois maiores partidos em Portugal: Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro estiveram frente a frente, num debate mais longo do que os restantes, com uma duração de 75 minutos, que foi transmitido em simultâneo na RTP, SIC e TVI.

O secretário-geral do PS e o líder da coligação Aliança Democrática, que engloba PSD, CDS e PPM, mostraram o que os separa, apesar de também existirem vários pontos comuns entre os programas. Reveja aqui os principais momentos.

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Escassez de medicamentos em Portugal aumentou 47% em 2023. Mais de um terço são genéricos

Estudo revela ainda que, em 2023, os farmacêuticos europeus gastam 9,5 horas/ semana a lidar com a escassez de medicamentos. Situação leva a perdas financeiras e menor confiança dos clientes.

A escassez de medicamentos tem vindo a afetar vários países da Europa, com 65% dos farmacêuticos europeus a apontarem que a situação piorou em 2023, de acordo com o estudo PGEU Medicine Shortages Report 2023. Portugal não é exceção: no ano passado, o número de medicamentos em rutura de stock aumentou 47% face a 2022.

A escassez de medicamentos é um problema que afeta o mercado farmacêutico há vários anos, depois de acentuado com a pandemia de Covid e com a guerra na Ucrânia devido às interrupções nas cadeias de abastecimento e, também, pelo facto de a indústria considerar que em alguns casos, o preço do medicamento não compensa o aumento dos custos de produção, o que leva à sua inviabilidade comercial.

De acordo com estudo do Grupo Farmacêutico da União Europeia (PGEU, na sigla em inglês), que conta com a participação de 26 países europeus, em 17 (65% do total) os farmacêuticos apontam que a escassez de medicamentos piorou em 2023 face aos 12 meses anteriores, enquanto apenas seis (23%) dizem que a situação manteve-se estável.

Por sua vez, apenas três países (nomeadamente Chipre, Grécia e Macedónia do Norte) registaram melhorias face a 2022, ano em que 76% dos países analisados responderam que a situação tinha piorado e 24% disseram que se manteve igual.

Portugal não foge ao panorama da maioria dos países europeus, com a escassez de medicamentos a aumentar 47% face a 2022, sendo que mais de um terço (36,8%) diziam respeito a medicamentos genéricos, revela ainda o estudo da associação que representa os farmacêuticos comunitários europeus.

Para colmatar esta situação, este ano o Governo português voltou a rever os preços dos medicamentos e deixou de ser obrigatório que preço dos medicamentos deixe de constar nas embalagens, por forma a reduzir “de forma significativa os custos de contexto”.

De acordo com o estudo, no ano passado, os farmacêuticos europeus gastam 9,5 horas por semana a resolver problemas com a escassez de medicamentos. São mais 2,8 horas face a 2022 e mais 4,2 face a 2021. E esta circunstância impacta diretamente o modelo de negócio das farmácias, mas também os doentes.

Do lado dos utentes, os farmacêuticos inquiridos reportam que a angústia e incómodo (100%), a interrupção de tratamento (88%), o aumento dos co-pagamentos em resultado da aquisição de fármacos mais caros ou sem comparticipação (73%) ou até uma eficácia menor estão entre as principais causas negativas que resultam da escassez dos medicamentos (73%).

Por sua vez, do lado das farmácias, 92% dos inquiridos reportam perdas financeiras devido ao tempo gasto a tentar selecionar as ruturas de stock, enquanto 81% apontam um aumento das tarefas administrativas e 77% uma redução da confiança por parte dos clientes. As farmácias alegam ainda perdas financeiras diretas devido ao aumento dos preços de aquisição (54%), perdas financeiras devido a alterações operacionais ou perdas financeiras diretas devido a alterações nas práticas de reembolso (46%).

O estudo aponta ainda que as soluções disponíveis para as farmácias comunitárias mitigarem a escassez de medicamentos “variam significativamente” entre os países europeus, mas a substituição por genéricos (92%) ou o ajuste da terapia ou posologia quando o mesmo medicamento está disponível com uma dosagem diferente (50%) estão entre as mais utilizadas.

Em 18 dos 26 países analisados existem sistemas de informação para monitorizar a escassez de medicamentos. É o caso de Portugal, que tem uma lista relativa aos medicamentos cuja exportação está temporariamente suspensa, que é atualizada periodicamente, e tem também uma lista de medicamentos críticos.

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Nigel Walsh promovido a Head of Global Insurance da Google Cloud

  • ECO Seguros
  • 19 Fevereiro 2024

O novo presidente está há 15 anos no setor segurador, tendo sido vice-presidente do departamento de seguros da Capgemini, partner na Deloitte Digital e também apresentador de um podcast do setor.

Nigel Walsh foi promovido a Head of Global Insurance na Google Cloud, após três anos como Managing Director do departamento de seguros da Google, anunciou o próprio nas suas redes sociais.

Nigel Walsh é o novo Head of Global Insurance na Google Cloud Platform, plataforma que fornece serviços de inteligência artificial (IA) generativa.

A Google Cloud Platform fornece produtos de armazenamento de dados e a sua análise, de inteligência artificial, segurança e instrumentos de gestão, para as empresas otimizarem a gestão de dados. De acordo com a empresa, a AXA Swiss, a Allianz e a Generali estão entre as seguradoras que já recorreram à inteligência artificial (IA) generativa da Google Cloud. Enquanto a Axa Swiss utiliza a IA da Google para “coletar insights sobre tendências futuras, identificar novas ou desconhecidas necessidades de clientes e personalizar os serviços“, já a Allianz “oferece um programa de gestão de riscos que simplifica o acesso à cobertura de seguros cibernético”. Por sua vez, a Generali procura “melhorar preços de gestão interna e personalizar os serviços”.

“É com agrado que inicio o próximo capítulo na Google Cloud, a liderar a nossa equipa global de seguros. Não podia estar mais satisfeito em dar este passo num altura em que a velocidade das mudanças com as tecnologias, especialmente de inteligência artificial, nunca foi tão estimulante e relevante para o setor“, escreveu Nigel Walsh, no LinkedIn.

Há cerca de 15 anos no setor segurador, foi vice-presidente de seguros do Reino Unido por mais de seis anos Capgemini e foi partner na Deloitte Digital. Nigel Walsh passou também na Startupbootcamp – projeto de investimento e orientação a startups de seguros – como orientador e apresentou o podcast Insurtech Insider.

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SABSEG é a patrocinadora oficial da Associação de Futebol de Braga

  • ECO Seguros
  • 19 Fevereiro 2024

A corretora mantém "há muitos anos" uma relação com a AF Braga e vai agora apoia-la com 85 mil euros em verbas de coberturas de seguros. O futebol representa 5% do seu volume de negócios da Sabseg.

A corretora Sabseg e a Associação de Futebol de Braga assinam novo protocolo de colaboração, tornando-se a primeira patrocinadora oficial da AF Braga e parceira exclusiva de corretagem e mediação de seguros da associação. Segundo um comunicado da associação, o protocolo contempla uma verba de 85 mil euros destinado a oferecer soluções de seguro aos atletas, associados, afetos e dirigentes de todos os clubes da associação.

Manuel Machado, presidente da direção da Associação de Futebol de Braga e Miguel Machado, Presidente executivo da SABSEG (no centro) assinam parceria.

Fundada em Braga há 25 anos, a corretora mantém “há muitos anos” uma relação com a associação. Miguel Machado, Presidente do Conselho de Administração da Sabseg, refere, durante o evento que formalizou o patrocínio, que a “Sabseg tem o futebol no seu ADN, seja profissional ou amador”. Aliás, o desporto pesa 5% no volume de negócios da corretora, menciona o dirigente.

"Esta parceria com a AF Braga tem um significado muito especial para a SABSEG, pois reflete o nosso compromisso de apoiar a sociedade onde nos inserimos, e permite-nos de forma direta apoiar o desporto na região de Braga, cidade onde a SASBEG foi fundada à quase 25 anos”

Miguel Machado, Presidente do Conselho de Administração da Sabseg

Associação de Futebol de Braga

Além da parceria com a AF Braga, a corretora mantém patrocínio à Liga e clubes da região como o SC Braga, Vitória SC ou Gil Vicente.

Importa salientar que a Sabseg foi a corretora líder entre as corretoras portuguesas em 2022, obtendo uma faturação de 36,423 milhões de euros, superior em apenas em 140 mil euros à conseguida pela MDS Corretora.

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PSD Madeira convoca diretas e congresso. “Quase de certeza que serei candidato”, diz Miguel Albuquerque

Miguel Albuquerque diz que "quase de certeza" será recandidato a líder do PSD Madeira e assegura que tem "todas as condições políticas". Comissão Política marca diretas para 21 de março.

A Comissão Política do PSD Madeira decidiu convocar eleições diretas para 21 de março e um Congresso para 20 e 21 de abril, de modo a reforçar a “legitimidade interna” dos social-democratas. Miguel Albuquerque diz que “quase de certeza” será recandidato e assegura que tem “todas as condições políticas”, apesar da investigação judicial em curso sobre alegados casos de corrupção na Madeira.

“A Comissão Política entende que é necessário um reforço da legitimidade interna e, por isso, foi deliberado que o PSD Madeira deve convocar um congresso ordinário de imediato antecedido de eleições diretas“, adiantou Miguel Albuquerque, em declarações transmitidas pela RTP3, após a reunião do principal órgão do partido.

Nesse sentido, os laranjas definiram o seguinte calendário:

  • 21 de fevereiro haverá um conselho regional para aprovação dos respetivos regulamentos no Congresso;
  • Até 29 de fevereiro podem ser entregues das listas de candidatura e respetivas moções;
  • A 21 de março vão decorrer as eleições diretas;
  • Entre 20 e 21 de abril vão decorrer o Congresso regional

Questionado pelos jornalistas sobre uma eventual recandidatura, Miguel Albuquerque foi taxativo: “Quase de certeza que serei candidato à liderança do PSD Madeira”, atirou. Tenho todas as condições políticas porque nunca fui comprado por ninguém, tenho 30 anos de vida pública nunca fui corrompido e tenho a minha consciência tranquila. Estou preparado para me defender em todas as instâncias. Nesse sentido, mantenho imaculada (…) a minha capacidade política e os meus direitos de cidadão enquanto político”, acrescentou.

Na sua intervenção, Miguel Albuquerque defendeu ainda que a atual crise política na Madeira “deriva de um conjunto de denúncias falsas”, apontando o dedo aos “adversários políticos”, nomeadamente a “alguns elementos do PS Madeira, que através da instalação de um clima de instabilização e desconfiança na região” pretendem obter, “por via indireta, aquilo que nunca conseguiram obter nas urnas”.

Por fim, o atual presidente do Governo Regional da Madeira vinca ainda que o partido não deixará “de assumir as suas responsabilidades”, nomeadamente ao dar “continuidade ao crescimento económico”, a “a assegurar a confiança dos investidores interno e externos” nem irá suspender as obras públicas em execução ou programadas.

No sábado, o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, disse que vai manter em funções o atual Governo Regional, até o Presidente da República anunciar uma decisão sobre eventuais eleições na sequência da demissão do social-democrata Miguel Albuquerque.

(Notícia atualizada)

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Recuperação de arte roubada em 2023: Do acaso ao “Indiana Jones da arte”

  • ECO Seguros
  • 19 Fevereiro 2024

Histórias de recuperação de obras perdidas e roubadas foram agora reportadas pela Innovarisk, agência portuguesa da seguradora Hiscox, especialista em arte e antiguidades.

Entre as obras de arte mais significativas recuperadas em 2023 estão dois quadros de Dalí e uma pintura de Van Gogh de 1884, revela um relatório da seguradora Hiscox, agora divulgado em Portugal. A companhia faz notar a atividade do recente Museu de Arte Roubada, que surgiu após a invasão da Ucrânia, com o objetivo de recriar e catalogar virtualmente as obras que a Rússia terá subtraído a museus ucranianos, a fim de facilitar uma futura devolução.

Arthur Brand, o detetive ou “Indiana Jones da arte”, divulgou imagem do encontro que teve em 2020 com Octave ‘Van Gogh” Durham, considerado o melhor ladrão de arte do mundo.

Através deste tipo de iniciativas, milhares de obras saqueadas têm sido recuperadas ao longo dos anos. Mas há muitas outras que regressam à sua origem quase por magia, acidente ou negligência.

O que estas situações têm em comum é que, de uma forma ou de outra, as peças foram recuperadas devido a um exaustivo processo de busca e identificação ou a uma componente de acaso.

A Hiscox, seguradora internacional especializada em seguros de arte, representada em Portugal pela Innovarisk, analisou algumas destas obras de arte que foram descobertas ou recuperadas. ECOseguros reproduz o texto.

E o crime demorou muitos anos a não compensar. A Hiscox publicou agora as histórias de recuperações de obras de arte consideradas perdidas.

Obras recuperadas: Também há mérito de um “Indiana Jones”

Houve obras históricas que encontraram o caminho de volta a casa “pelo próprio pé”. Foram o caso de:

  • Uma Imaculada Conceição, de Velázquez, esteve durante 97 anos por cima da cabeceira de uma cama. Soledad de Rojas nasceu a 1 de janeiro de 1923, e faleceu a 23 de julho de 2020 no mesmo quarto da casa da sua família na rua Albuera, em Sevilha. Por cima da cabeceira da sua cama, uma Imaculada Conceição repousou durante os seus 97 anos de vida, segurando o filho. Antes de morrer deixou a tela como herança à freguesia de Magdalena e, de lá, foi enviada para o Instituto Andaluz de Património Histórico para ser restaurada. Foi assim que os especialistas descobriram ser uma obra de um jovem Diego de Velázquez, um dos maiores génios da arte espanhola, quando tinha apenas 15 anos;
  • Pedido de certificação devolve pintura do século XVIII. Há quase 20 anos, em 2005, cinco pinturas foram roubadas do Museu Histórico Regional “Palacio Inca Garcilaso de la Vega” em Cuzco, no Peru. Entre eles “O Batismo de Cristo no Jordão”, um valioso óleo sobre tela do século XVIII que fazia parte do património cultural do país. Em fevereiro de 2023, o seu proprietário, um cidadão peruano, solicitou o certificado de origem à instituição responsável pela emissão destas, que encontrou no verso da tela uma etiqueta e um código de catalogação que indicava como proveniência o referido museu. Após a sua deteção, foi imediatamente contactada a Direção de Recuperação, que comprovou tratar-se de uma das obras roubadas, tendo sido devolvida ao seu verdadeiro dono;
  • Os ladrões desconheciam o verdadeiro valor de duas obras de Dalí. Em 1922, Salvador Dalí pintou dois desenhos a carvão para ilustrar uma edição do livro ‘Les gràcies de l’Empordà’, de Pere Coromines, que nunca viu a luz do dia. No entanto, as obras ‘Vino rancio’ e ‘Las Sardanas de la fiesta mayor’ passaram a ser propriedade da família Coromines, em Barcelona. Mais de 100 anos depois, no início de 2022, três ladrões assaltaram a casa e roubaram os dois desenhos. No entanto, após uma tentativa de venda dos quadros em maio de 2022, um comprador anónimo alertou a polícia dado que uma obra deste tipo, atualmente avaliada em 300 mil euros, nunca passaria despercebida no mercado. Em 2023, os desenhos foram finalmente devolvidos aos seus proprietários.

O outro lado da moeda, investigações cinematográficas que envolvem polícia, detetives e até a Interpol:

  • Arthur Brand, o “Indiana Jones da arte”, recupera um Van Gogh de 1884. Em março de 2020, no início do confinamento devido à pandemia, um ladrão invadiu o Museu Singer, na cidade holandesa de Laren, e roubou uma pintura de Van Gogh de 1884, avaliada em vários milhões de euros, conhecida como o ‘Jardim Reitoral em Nuenen na primavera’. Após três anos de investigação, Arthur Brand, detetive conhecido como o “Indiana Jones da arte”, em colaboração com a polícia holandesa, descobriu que o ladrão tinha conseguido chegar a casa, em Amsterdão, com a pintura dentro de uma almofada num saco da IKEA. Não demoraram muito tempo a localizar o ladrão, já que o seu ADN foi encontrado tanto no local deste crime, como de outros;
  • Uma pintura de São Dimas de Juan de Ribalta foi localizada pela Interpol. No início do ano de 2023, ‘A Crucificação de São Dimas’, da autoria do pintor da escola valenciana Juan de Ribalta do século XVII, foi finalmente devolvida ao Museu da Cidade de Valência. 44 anos antes, em 1979, o quadro foi roubado do mosteiro de San Miguel de los Reyes e, alguns anos depois, em 2000, foi localizado pela Interpol na cidade italiana de Spezia, nas mãos de um cidadão italiano, e exposto no Museu Amedeo Lía. No entanto, só agora o Tribunal de Recurso de Génova decidiu a favor do Município de Valência, tendo a obra sido transferida para o museu valenciano.

Alguns bens artísticos que ainda não regressaram às origens

As descobertas e recuperações não fazem esquecer obras e património que são muito procuradas pelas autoridades e pelas seguradoras. São exemplo:

  • Joias antigas do Museu Britânico vendidas no eBay. Em agosto de 2023, os responsáveis do Museu Britânico detetaram que, entre 1.000 e 2.000 peças em ouro e pedras semipreciosas, datadas do século XV, da sua coleção e no valor de milhões de libras, tinham desaparecido, desencadeando vários rumores e polémicas. Apesar do seu valor histórico e material, poucos dias após o evento, foi relatado que uma parte delas, com um valor estimado de 50 mil libras, estavam a ser vendidas na plataforma eBay por cerca de 40 libras. Até ao momento, a Polícia Metropolitana de Londres e a divisão de crimes económicos da Scotland Yard continuam a tentar esclarecer os factos, e procuram recuperar as obras roubadas ao museu;
  • 12 esculturas à venda no mercado internacional para financiar o Estado Islâmico. Em 2016, o estudante Morgan Belzic estava a recolher informação para a sua tese de doutoramento, quando descobriu que 12 esculturas que tinham desaparecido na Líbia, após a queda de Muammar Kaddafi em 2011, estavam em antiquários, e algumas delas em Espanha. Sem hesitar, denunciou a descoberta e, após um processo de investigação, descobriu-se que não se tratava de um roubo de arte comum, mas sim de uma parte do que se conhece como “antiguidades de sangue”, ou seja, obras saqueadas e vendidas ilegalmente para financiar o Estado Islâmico. Estas obras, que estavam guardadas no Museu Arqueológico Nacional, e no Instituto do Património Cultural de Espanha, foram, entretanto, entregues ao embaixador da Líbia em Espanha, estando neste momento a aguardar a sua devolução definitiva.

André Carvalho, subscritor de Arte e Clientes Privados da Innovarisk, conclui: “O mundo da arte está repleto de histórias curiosas relacionadas com o furto de obras: seja pela audácia ou pela complexidade, a nossa curiosidade desperta quando ouvimos falar sobre o roubo de uma obra. O mesmo acontece quando sabemos que foi recuperada e devolvida ao seu proprietário, especialmente quando regressa “a casa” sã e salva. Com a tecnologia que usufruímos hoje e a competência das autoridades, fica a esperança de que mais histórias com um desfecho feliz aconteçam”.

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