Dependência europeia de combustíveis fósseis subiu em 2022. Portugal fica ligeiramente abaixo dos 70%

A maior parte dos países da União Europeia apresentam percentagens de dependência de combustíveis fósseis entre os 50% e os 85%. Portugal fica dentro deste intervalo, com perto de 70%.

A dependência da União europeia em relação a combustíveis fósseis foi de 70,9% em 2022, ligeiramente acima do nível de 2021, que estava nos 69,9%, indica o Eurostat.

O ano de 2022 foi excecional de uma perspetiva energética. Foi o primeiro ano após as grandes restrições decorrentes da pandemia de Covid-19 terem sido levantadas, e ficou também marcado pela invasão russa à Ucrânia”, escreve o gabinete de estatística europeu, na nota divulgada esta terça-feira.

Nesse ano, além de picos nos preços de várias fontes energéticas, houve uma descida na produção de energia nuclear, e mesmo o aumento de fontes renováveis não terá sido suficiente para compensar este contexto.

De acordo com a nota divulgada pelo gabinete de estatística europeu, “esta percentagem caiu significativamente nas últimas décadas”, verificando-se uma quebra de 11,5 pontos percentuais desde 1990, o primeiro ano no qual foram levantados estes dados.

A quebra na dependência de combustíveis fósseis deve-se sobretudo, de acordo com a mesma fonte, ao aumento verificado em energia renovável. A dependência é calculada através do rácio de combustíveis fósseis presente na procura de energia da região.

Olhando país a país, as maiores subidas na dependência verificaram-se na Estónia (3,2%), França (2,9%) e Bulgária (2,8%).

Em 2022, Malta manteve-se como o país europeu com a maior dependência de combustíveis fósseis dentro do espaço europeu (96,1%), seguida do Chipre (86,3%) e dos Países Baixos (87,6%).

A maior parte dos restantes países da União Europeia apresentam percentagens entre os 50% e os 85%. Portugal fica dentro deste intervalo, com uma dependência ligeiramente abaixo dos 70%. Apenas a Suécia e a Finlândia estão abaixo deste intervalo, com dependências na ordem dos 30% e 38%, respetivamente.

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JPMorgan prevê “duas a três descidas de juros” por parte do BCE e Fed, mas só na parte final do ano

A gestora de ativos do JPMorgan considera que os investidores estão demasiado otimistas em relação à política monetária, antecipando dois ou três cortes de juros, mas apenas na segunda metade do ano.

As pressões inflacionistas registaram uma forte desaceleração no último ano, permitindo aos bancos centrais fazer uma paragem no ciclo de subida de juros e uma mudança de discurso. No entanto, a JPMorgan Asset Management alerta que os investidores estão a interpretar com demasiado otimismo as indicações deixadas pela Reserva Federal e pelo Banco Central Europeu (BCE), apontando para mexidas nos juros apenas na segunda metade do ano.

É demasiado otimista esperar um corte de juros no verão“, argumenta Elena Domecq, diretora-adjunta de estratégia e responsável pelo investimento sustentável em Espanha e Portugal da JP Morgan. Para a mesma especialista, os cortes deverão acontecer em 2024, mas “mais na parte final do ano”, adiantou numa apresentação a jornalistas esta terça-feira.

Questionada sobre quantos movimentos de descida se podem esperar este ano, Elena Domecq aponta para “duas a três descidas de juros“, tanto por parte da Fed como do BCE.

Apesar de reconhecer a grande correção da taxa de inflação ao longo do último ano – baixou de valores em torno de 9% e mais de 10% para cerca de 3% nos Estados Unidos e na Europa, respetivamente – a especialista responsável pelo negócio da JPMorgan AM em Portugal realça que “a luta contra a inflação ainda não está terminada“.

A luta contra a inflação ainda não está terminada. Estamos em níveis muito melhores que há um ano, mas vai levar tempo até atingir os targets dos bancos centrais para a inflação.

Elena Domecq

Diretora-adjunta de estratégia e responsável pelo investimento sustentável em Espanha e Portugal da JP Morgan AM

“Estamos em níveis muito melhores que há um ano, mas vai levar tempo até atingir os targets dos bancos centrais para a inflação“, explica. Nota, porém, que 2024 será um ano marcado por uma política monetária menos restritiva por parte dos bancos centrais.

Na primeira reunião de política monetária do ano, a presidente do BCE, Christine Lagarde, não fechou a porta a um corte de juros em abril, tal como estão a prever os investidores, mas o discurso da presidente do BCE está mais alinhado com uma descida em junho ou nos meses de verão.

Já esta semana será a vez de Jerome Powell deixar novas indicações sobre futuros cortes de juros nos EUA, na conferência após a reunião de política monetária que termina na quarta-feira.

Dívida e ações têm oportunidades

A JPMorgan AM antecipa, assim, um ano de crescimento mais moderado a nível global, mas positivo, acompanhado de uma normalização da taxa de inflação e descidas de juros. Um conjunto de circunstâncias que deverá favorecer o investimento tanto em obrigações, como em ações.

“Vamos ter crescimento, a inflação vai manter uma tendência para baixar e vamos ter os bancos centrais a adotarem uma política monetária menos restritiva”, sintetiza a responsável, mostrando-se mais otimista para o investimento nos Estados Unidos e reiterando a preferência pelos chamados “sete magníficos”: Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.

Elena Domecq realça que estas gigantes de Wall Street têm potencial para continuar a destacar-se, suportadas no investimento na inteligência artificial.

Em relação às tensões geopolíticas que permanecem a nível global, a especialista refere que vão continuar a monitorizar a situação, contudo, para já, estes riscos não justificam uma mudança nas previsões para 2024.

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“A ideia de que vamos consumir experiências e coisas que nos fazem felizes está claramente desafiada neste momento”, diz Sérgio Ferreira da EY

O cenário macroeconómico fez aumentar a importância do preço enquanto fator de decisão de compra, bem como a aposta dos consumidores em marcas próprias e na diminuição do consumo de bens em geral.

A ideia de que vamos consumir experiências e coisas que nos fazem felizes está claramente desafiada neste momento“, diz Sérgio Ferreira, partner, consumer products and retail leader da EY Portugal, ao +M a propósito da quarta edição do EY Future Consumer Index.

Segundo Sérgio Ferreira, as tendências de consumo em Portugal estão a ser impactadas pelo cenário macroeconómico global, notando-se uma clara repercussão nas prioridades de compra entre os portugueses sobre gastar menos em bens que não são essenciais, uma mudança que “obviamente se está a acentuar”.

Há claramente uma disrupção continuada ao longo dos últimos anos que está a levar os consumidores a introduzirem aquilo que eu poderia chamar mudanças dramáticas de curto prazo no seu estilo de vida“, considera, em análise ao inquérito elaborado pela EY Portugal.

Segundo o consumer products and retail leader da EY Portugal, estudo que conta com 525 inquiridos, existe atualmente um cenário “que não é propriamente o mais promissor” e “enquanto não tivermos outro cenário macroeconómico, diria que é difícil que se altere esta ideia de que as pessoas tenham um comportamento muito mais cauteloso e consciente relativamente àquilo que é viverem dentro dos seus orçamentos”.

Sérgio Ferreira, partner, consumer products and retail leader da EY Portugal.

Nos dias atuais existe assim claramente uma “preocupação muito acentuada” dos consumidores relativamente ao aumento do custo de vida, com 80% das pessoas inquiridas demonstrarem essa preocupação e 63% a admitirem que o aumento dos produtos e serviços está a limitar o seu poder de compra.

Além disso, 81% dos consumidores estão a planear comprar menos bens em geral, em todas as categorias de produto, para poderem economizar, e 41% anteciparam que iam gastar menos na temporada festiva que passou.

O preço é o que mais pesa na decisão de compra atualmente, com 85% dos consumidores a preocuparem-se com a acessibilidade dos bens essenciais. Na mesma linha preocupam-se com o aumento de outros custos, como os cuidados de saúde (59%) o que, segundo Sérgio Ferreira, “vai limitar o que vão gastar noutras coisas que não são essenciais”.

A importância do fator preço enquanto critério de compra sempre teve a maior percentagem em Portugal, mas esta acentuou-se nos últimos anos. Enquanto em 2021 representava 65%, em 2022 e 2023 fixou-se em 76%.

Entre os três principais critérios analisados no estudo da EY – preço, saudável e sustentável – a maior variação, no entanto, ocorreu entre o critério saudável. Em 2021, 54% das pessoas diziam que este era um fator de decisão, número que desceu em 2022 para 40% e em 2023 para 35%.

Já a sustentabilidade também diminuiu em termos de importância, com 45% dos consumidores a colocarem esta critério como fator de decisão em 2021, mas apenas 33% a fazê-lo tanto em 2022 como 2023.

Em 2023, estabelece-se assim uma “diferença enorme” entre os três critérios – preço (76%), saudável (35%) e sustentável (33%) – numa comparação que é mais ou menos transversal a outras geografias, como nos Estados Unidos da América onde “o preço também se tem tornado o fator, destacadamente, como o mais importante na decisão de compra“, diz Sérgio Ferreira.

No que toca a diferenças entre o panorama português e global o partner e consumer products and retail Leader da EY Portugal revela que não são encontradas diferenças “muito significativas”. “Como é evidente, há países que são mais desenvolvidos e ricos do que outros, mas as diferenças são relativamente baixas. Por isso, cada vez mais, sentimos que existe uma normalização de comportamentos. Esta acontece quer seja a nível local quer global”, explica.

Em termos de produtos, Sérgio Ferreira destaca que 45% dos portugueses estão a comprar menos roupa, calçado e acessórios, enquanto 30% compram menos bebidas alcoólicas do que normalmente faziam.

“As marcas próprias estão a sair claramente beneficiadas desta situação de elevadas taxas de juro com impacto naquilo que é uma menor disponibilidade financeira dos consumidores”.

Sérgio Ferreira

Partner, consumer products and retail leader da EY Portugal

Além disso, 48% dos consumidores nacionais estão a comprar alternativas mais baratas de produtos para cuidar da casa, 46% estão a comprar alternativas mais baratas de produtos alimentares básicos e 39% estão a comprar alternativas mais baratas de comida fresca embalada.

Outra tendência que tem pautado os últimos meses, mas que “foi fortemente reforçada na época festiva”, é a da aposta dos consumidores em marcas próprias, refere Sérgio Ferreira, adiantando que 82% dos portugueses concorda que a mudança para marcas próprias está a ajudar a poupar dinheiro. Metade (50%) dos portugueses estão mesmo a comprar mais produtos de marca própria, naquela que é uma tendência “em crescimento” tanto a nível local como global.

“Há algumas variações [em relação ao global] mas é generalizado que a compra de produtos de marca própria é a que está a ter, em todas as geografias, o aumento maior. A forma como os consumidores estão a tentar encontrar maneiras de poupar é precisamente em migrarem para as marcas próprias“, explica Sérgio Ferreira, exemplificando também com o caso dos Estados Unidos, onde 67% dos consumidores concordam que os produtos de marca própria os estão a ajudar a poupar dinheiro.

Esta é assim uma “tendência incontornável, naquilo que é o comportamento de compra. As marcas próprias estão a sair claramente beneficiadas desta situação de elevadas taxas de juro com impacto naquilo que é uma menor disponibilidade financeira dos consumidores“, afirma.

Já no que diz respeito a diferenças de consumo entre as diferentes gerações, Sérgio Ferreira explica que estas foram mais evidentes na participação em eventos de vendas – como a Black Friday e a Ciber Monday – onde 75% dos consumidores da geração Z (idades inferiores a 26 anos) disse que ia participar ativamente, número que diminui para 59% entre a geração X (45 aos 60 anos) e 57% nos baby bommers (nascidos em 1946-1964).

As pessoas mais velhas estão claramente muito mais conservadoras relativamente à situação económica e ao seu comportamento de compra relativamente aos mais jovens, que estão mais otimistas.

Sérgio Ferreira

Partner, consumer products and retail leader da EY Portugal

Por outro lado, enquanto 54% dos baby bommers disseram que iam gastar mais ou menos o mesmo do que nos anos anteriores e 29% que iam gastar menos, entre a geração Z só 6% afirmaram que iam comprar menos, com 44% a dizer que iam gastar mais e 40% mais ou menos o mesmo.

As pessoas mais velhas estão claramente muito mais conservadoras relativamente à situação económica e ao seu comportamento de compra relativamente aos mais jovens que estão mais otimistas“, diz Sérgio Ferreira.

Quanto ao método de compra, 48% dos inquiridos compram igualmente no online e em loja, dados que “apoiam claramente a necessidade de os retalhistas criarem sistemas omnicanal e cada vez mais orientados e liderados por dados“, segundo o consumer products and retail leader da EY Portugal.

“O que sentimos é que o estudo sinaliza claramente que os consumidores estão focados em comprar as melhores ofertas, por isso em vez de priorizarem experiências – ligados à marca ou conveniência – claramente estão à procura dos melhores negócios. E daí esta situação do omnicanal e do online estar a ganhar muita importância. Muitas vezes não é só fazer a compra no online é também poder fazer pesquisa e encontrar a melhor oferta disponível”, diz Sérgio Ferreira.

Na verdade, Portugal “denota claramente uma adoção da tecnologia no estilo de vida dos consumidores muito elevada“, a qual é feita em especial através das apps de smartphone, adianta o partner da EY Portugal.

Os consumidores estão de forma crescente a suportar-se na tecnologia sempre que esta facilita a sua vida, lhes poupa dinheiro e tempo, e porque lhes permite comprar e trabalhar a partir de casa. E depois ainda existem alguns consumidores que apontam a vantagem de diminuir a sua pegada ambiental, embora num número mais reduzido”, adianta.

Segundo Sérgio Ferreira, uma grande maioria dos consumidores portugueses afirma utilizar estas tecnologias, em especial as wallets, para gerir o orçamento familiar. Encontrar sugestões de séries, filmes e música e procurar marcas alternativas de alguns produtos são outros dos principais usos dados pelos portugueses à tecnologia no que diz respeito ao consumo, assim como utilizam cada vez mais aparelhos como smartwatches para monitorizar a sua saúde.

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Da mão robótica ao guarda-chuva com sensor, Universidade do Minho “vende” projetos de engenharia

Projeto surge para "pôr à prova a criatividade dos alunos" e "desenvolver a criatividade e competências dos alunos na procura de soluções inovadoras para problemas de engenharia".

A Universidade do Minho apresenta esta terça-feira 15 projetos desenvolvidos pelos alunos do terceiro ano da licenciatura em Engenharia Eletrónica Industrial e Computadores, no âmbito da unidade curricular projeto integrador. Os projetos, que vão ser apresentados ao público e aos docentes, vão desde um braço robótico a um guarda-chuva com sensor de humidade.

Desta exposição fazem parte um pedal de distorção para guitarra e amplificador, um analisador de baterias, uma mão robótica servo motora por impressão 3D, um carro seguidor de linha, um wired hand controlled robot, um acelerador de (macro)partículas, um carregamento por indução, um guarda-chuva com sensor de humidade ou uma estufa com refrigeração e sensores.

“Esta exposição é uma oportunidade para os alunos mostrarem o seu trabalho e as suas competências, aos docentes, outros alunos e público em geral”, afirma a Universidade do Minho, através de comunicado.

A academia minhota destaca que os projetos foram desenvolvidos ao longo do semestre em grupos de três a cinco alunos com o objetivo de “pôr à prova a criatividade dos alunos e a capacidade inovadora e competências nas áreas de aprendizagem do semestre”.

Termina com a apresentação de um protótipo com funcionalidades que o tornem útil e competitivo; possibilidade de ser produzido a custos acessíveis e competitivos; utilização segura; elevada fiabilidade; e estudo de certificação, se for orientado a áreas que requerem certificação e documentação adequada para o processo de produção, manutenção e posterior desenvolvimento.

“Ao longo do curso são realizados diversos projetos individuais e em grupo, envolvendo conhecimentos multidisciplinares, que desenvolvem a criatividade e competências dos alunos na procura de soluções inovadoras para problemas de engenharia”, acrescenta a Universidade do Minho.

 

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Exportações portuguesas caem 1,9% no último trimestre de 2023. É a terceira queda consecutiva

As importações de bens também recuaram no quarto trimestre de 2023, em 5,4%. Ainda assim, a queda no comércio internacional foi menos acentuada do que nos três meses anteriores.

As exportações de bens recuaram 1,9% no último trimestre de 2023, face ao mesmo período do ano anterior, naquela que é a terceira queda consecutiva, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados esta terça-feira. Esta redução é, ainda assim, menos acentuada do que a do trimestre anterior.

No terceiro trimestre de 2023, as exportações tinham caído 8,7%, pelo que a queda abrandou no final do ano. Já as importações caíram 5,4% no quarto trimestre, também menos do que no trimestre anterior, quando registaram uma diminuição de 12,4%.

O INE ainda não divulgou os dados do comércio internacional para o conjunto do ano, que vão ser publicados a 9 de fevereiro, quando serão também conhecidos os dados mensais para dezembro.

No entanto, o gabinete de estatísticas publicou esta terça-feira a estimativa rápida para o PIB de 2023, que mostra que já se verificou um contributo mais diminuto das exportações para a atividade económica. O contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB, que foi de 2,3% no ano passado, “foi positivo em 2023, mas menos intenso que em 2022, tendo as exportações e as importações de bens e serviços em volume desacelerado significativamente”.

Já para 2024, as grandes empresas exportadoras mostram-se mais otimistas e antecipam um aumento das vendas ao exterior. A expectativa é de um acréscimo nominal de 2,9% nas suas exportações de bens, impulsionado, sobretudo, pela venda de máquinas.

(Notícia atualizada às 11h25)

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PIB da Zona Euro cresceu 0,5% em 2023. Portugal tem maior subida em cadeia no quarto trimestre

Economia da Zona Euro e da União Europeia estagnou no último trimestre de 2023, face ao trimestre anterior. Portugal registou a maior subida trimestral, ao crescer 0,8%.

Tanto a economia da Zona Euro como da União Europeia (UE) cresceram 0,5% em 2023, revela a estimativa rápida publicada pelo Eurostat esta terça-feira. Já no quarto trimestre do ano passado, o PIB manteve-se estável em ambos os blocos, na comparação com o trimestre anterior. Portugal registou a maior subida em cadeia no final de 2023.

Depois de uma contração de 0,1% no terceiro trimestre, o PIB da Zona Euro e da UE teve uma variação nula em cadeia, no quarto trimestre de 2023. Em termos homólogos, a economia cresceu 0,1% na Zona Euro e 0,2% na UE.

“Entre os Estados-Membros para os quais existem dados disponíveis relativos ao quarto trimestre de 2023, Portugal (+0,8%) registou o maior aumento face ao trimestre anterior, seguido por Espanha (+0,6%), Bélgica e Letónia (ambas +0,4%)”, indica o gabinete de estatísticas da UE. Já a Irlanda, Alemanha e Lituânia observaram contrações da economia no último trimestre de 2023.

Portugal também tem o melhor desempenho (entre os países disponíveis) em termos homólogos: cresceu 2,2% face ao mesmo período de 2022. Já o PIB de Espanha cresceu 2% e o da Bélgica 1,6%. Nesta métrica, as taxas de crescimento foram positivas para seis países e negativas para cinco.

É de salientar que os resultados para o bloco comunitário ainda podem mudar quando forem conhecidos os dados para mais países. As próximas estimativas do Eurostat para o PIB do quarto trimestre de 2023 serão divulgadas a 14 de fevereiro.

(Notícia atualizada às 10h30)

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“IA Generativa será um dos principais focos das empresas em 2024”

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  • 30 Janeiro 2024

Fernando Braz, Country Leader da Salesforce Portugal, revela, em entrevista ao ECO, as vantagens que a IA tem trazido à empresa e os impactos que esta terá nos vários setores da economia.

A Salesforce, uma empresa de software on demand, tem como principal objetivo capacitar empresas de todas as dimensões e indústrias a conectarem-se com os seus clientes através do poder de Inteligência Artificial + dados + CRM.

Esta capacitação, aliada às novas tecnologias e, principalmente, à IA, tem impacto em vários setores de atividade, uma vez que, ao ajudar as empresas a fazerem um bom uso destas novas ferramentas, a Salesforce acaba por contribuir para uma transformação positiva do mercado, tornando-o mais ágil, rápido e eficaz.

Mas como é que esta capacitação acontece? E quais são as vantagens do uso de IA para os negócios? Estas e outras questões foram respondidas por Fernando Braz, Country Leader da Salesforce Portugal, em entrevista ao ECO.

A Salesforce capacita empresas de todas as dimensões e indústrias a conectarem-se com os seus clientes através do poder da Inteligência Artificial + dados + CRM. Que tipos de serviços disponibilizam para esse efeito e como é que eles se concretizam, na prática?

Na Salesforce estamos a aplicar a IA Generativa em todas as soluções da empresa, para que esta possa ser utilizada em cada setor de atuação. Mais recentemente anunciamos, por exemplo, inovações das nossas Sales Cloud e Service Cloud, para os departamentos de vendas e serviços.

No caso do Sales Cloud, para vendas, as inovações agora apresentadas permitem que as equipas agilizem o tempo entre encontrar potenciais clientes e transformá-los em leads, obtenham uma imagem mais completa e clara de todos os seus dados e aproveitem os seus dados com IA para identificar o que está a impulsionar o sucesso ou a prejudicar o desempenho, permitindo assim ajustar as estratégias de negócio.

No caso dos serviços, com o Service Cloud, lançamos o Service Intelligence, impulsionado por IA, através do qual as empresas podem preencher a lacuna entre dados e ações, transformando dados brutos em informações valiosas sobre os clientes. Assim conseguimos capacitar os profissionais de serviços com as informações certas, para cumprirem a sua missão principal: proporcionar experiências excecionais aos seus clientes.

Por outro lado, inovações do CommerceCloud e do Marketing Cloud permitem que empresas utilizam ferramentas de IA Generativa e insights baseados em dados para otimizarem cada interação com o cliente – aumentando a fidelização, gerando receita e aumentando a produtividade dos colaboradores.

Qual a importância da IA para os negócios?

O impacto na economia é enorme. Num estudo da IDC, até 2028, a utilização da IA nas soluções Salesforce irá levar à criação de 11.6 milhões de novos empregos e ao crescimento das receitas das empresas em mais de dois bilhões de dólares (do inglês trillion).

A IA generativa veio trazer ainda mais possibilidades para as empresas. Pode dar-nos alguns exemplos de vantagens relativamente ao uso desta tecnologia?

A implementação de IA Generativa será um dos principais focos das empresas em 2024, independentemente da sua dimensão ou do seu setor de atuação. Relativamente às vantagens da utilização de IA Generativa, muitas empresas já estão a adotar tecnologias de IA e a verificar aumentos na sua produtividade. De acordo com a Gartner, 45% dos líderes empresariais já reportam aumentos de investimento na tecnologia. Quem adotou mais cedo já está a ver os benefícios, e a libertar, segundo a McKinsey, mais de 30% do tempo de cada colaborador, para que se possam dedicar a tarefas mais estratégicas e criativas. É esta uma das principais vantagens relativamente à utilização desta tecnologia.

De que forma o negócio da Salesforce se tem desenvolvido no mercado português?

A verdade é que estamos a testemunhar uma revolução na IA que está a acelerar o crescimento dos negócios, a mudar a forma como trabalhamos, a melhorar as nossas capacidades e a imaginar novas fronteiras. Nesse sentido, acreditamos que a Salesforce está bem posicionada para proporcionar a empresas, de todos os setores e dimensões, as ferramentas necessárias para melhorarem a sua eficiência e produtividade, através da combinação de dados, IA e automação. As empresas portuguesas estão cada vez mais conscientes da importância que esta tecnologia pode ter para os seus negócios e de como a IA pode transformar a forma como os clientes interagem com as marcas e a forma como inovamos.

É possível observar um crescimento? Se sim, quais as razões para isso acontecer?

A região EMEA é a que tem demonstrado um maior crescimento dentro da empresa. Dentro da região EMEA, o território a que chamamos SEMEA, que inclui a zona sul da Europa, os mercados de França, Itália, Espanha e Portugal lideraram o crescimento, sendo que a visão da Salesforce para o mercado ibérico é a de continuar a ser um motor do crescimento da empresa na Europa, acompanhando a visão da empresa de chegar aos 50 mil milhões de dólares de faturação até ao ano fiscal de 2026.

Quais são as perspetivas para este ano?

O ano fiscal da Salesforce termina apenas no final de janeiro, mas de acordo com os dados do último trimestre, os resultados têm sido excelentes. A nível mundial, a Salesforce atingiu receitas de 8.72 mil milhões de dólares no terceiro trimestre do ano, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Olhando para o final do ano fiscal da empresa, a nível mundial, apontamos para os 34,75 mil milhões de dólares, num aumento também de 11%. Os mercados do sul da Europa, incluindo Portugal, estão ligeiramente acima destas percentagens.

Para o próximo ano fiscal, o nosso objetivo é o de continuar a crescer e o de dotar as empresas em Portugal de tecnologias de IA, automação em escala e análise de dados em tempo real, que lhes permita tornar cada colaborador mais produtivo e a experiência de cada cliente ainda melhor.

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Confiança dos consumidores e clima económico continuam a subir em janeiro

A confiança dos consumidores e o clima económico continuam a dar sinais de recuperação, com estes dois indicadores a subirem em janeiro. Famílias e empresas esperam preços mais altos este ano.

A confiança dos consumidores continuou a subir em janeiro, pelo segundo mês consecutivo, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Também o clima económico mantém uma tendência ascendente, aumentando pelo terceiro mês seguido.

O indicador de confiança dos Consumidores aumentou em dezembro e janeiro, após ter diminuído nos quatro meses anteriores“, adianta o gabinete de estatísticas. Em janeiro, a confiança dos consumidores foi de -23,9 conta os -26 registados em dezembro. Não obstante, e apesar da melhoria, está ainda abaixo do valor registado em agosto de 2023, quanto se situava nos -21,6.

Evolução da confiança dos consumidores:

À semelhança do que sucedeu em dezembro, este desempenho foi impulsionado pelo contributo “de todas as componentes” analisadas, que inclui as perspetivas sobre compras futuras ou a situação do agregado familiar. Neste âmbito, o gabinete de estatísticas realça que o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços “aumentou em janeiro, após ter diminuído nos dois meses anteriores”.

Já as perspetivas relativas à evolução futura dos preços “aumentou significativamente” este mês, “retomando a trajetória ascendente iniciada em agosto”.

Clima económico aumenta pelo terceiro mês

Também o clima económico subiu em janeiro, pelo terceiro mês consecutivo, assinala o instituto. Segundo o INE, em janeiro o indicador de clima económico foi de 1,9, contra os 1,5 registados no mês anterior. É preciso recuar a abril para encontrar um valor tão elevado (estava em 2,3).

O gabinete de estatísticas realça ainda os indicadores de confiança aumentaram na indústria transformadora, na construção e obras públicas e nos serviços. Contudo, diminuiu no comércio.

Assim, no que respeita ao comércio, o indicador “diminuiu em janeiro, após ter aumentado entre outubro e dezembro, de forma mais expressiva no último mês”. A queda deveu-se ao “contributo negativo das opiniões sobre o volume de vendas e das apreciações sobre o volume de stocks“, detalha o INE.

Quanto ao saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda aumentou em janeiro pelo segundo mês seguido, ainda que “de forma mais moderada na construção e obras públicas”, que em novembro tinha tocado um “mínimo desde abril de 2021”.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h15)

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Economia portuguesa cresceu 2,3% em 2023. Evitou recessão no 4.º trimestre

Crescimento do PIB em 2023 ficou acima do estimado pelo Governo demissionário. No último trimestre do ano, economia cresceu 0,8% em cadeia e escapou a uma recessão.

A economia portuguesa cresceu 2,3% em 2023, segundo a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira. Este valor fica acima das estimativas do Ministério das Finanças e de instituições como o Banco de Portugal. Já no quarto trimestre de 2023, evitou uma recessão ao crescer 0,8% em cadeia.

O Governo demissionário previa um crescimento da economia de 2,2% em 2023, segundo as projeções inscritas no Orçamento do Estado para 2024, enquanto o Banco de Portugal apontava para 2,1%. O resultado final, segundo os dados ainda provisórios, terá ficado ligeiramente acima — mas continua a representar uma desaceleração face aos 6,8% alcançados em 2022.

A procura interna apresentou um contributo positivo para a variação anual do PIB, embora inferior ao observado no ano anterior, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e do investimento”, indica o INE. Por outro lado, “o contributo da procura externa líquida também foi positivo em 2023, mas menos intenso que em 2022, tendo as exportações e as importações de bens e serviços em volume desacelerado significativamente”.

Já em termos trimestrais, depois de uma contração no terceiro trimestre, a economia portuguesa cresceu 2,2% em termos homólogos e 0,8% em cadeia, tendo assim escapado a uma recessão técnica (definida por dois trimestres consecutivos de contração).

Verificou-se então uma aceleração do PIB no final de 2023, já que, em termos reais, registou uma variação homóloga de 2,2% no quarto trimestre de 2023, após ter aumentado 1,9% no trimestre precedente. Apesar da desaceleração do investimento, “o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB manteve-se elevado no quarto trimestre”, indica o gabinete de estatísticas. Além disso, “o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB passou a positivo, tendo as exportações de bens e serviços em volume apresentado um crescimento mais intenso que as importações”.

Na variação em cadeira, ou seja, face ao trimestre anterior, o PIB aumentou 0,8% em volume, recuperando da contração de 0,2% no terceiro trimestre de 2023. Tal reflete principalmente o contributo do consumo privado, segundo o INE.

Este resultado anual, a confirmar-se, pode ajudar a impulsionar o desempenho da economia em 2024. A equipa de Fernando Medina estimava um crescimento de 1,5% este ano, mas tal estará dependente de fatores como a tomada de posse de um novo Governo após as eleições antecipadas de 10 de março.

(Notícia atualizada às 9h55)

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CMS assessora Real Hotels Group na compra dos hotéis Amazónia

A equipa da CMS contou com os sócios João Caldeira e João Pinheiro da Silva, o associado sénior David Apolónia e os associados Sandra Arsénio, Carlos Saraiva, Manuel Gonçalves e Francisco Verdelho.

A CMS assessorou o Real Hotels Group na aquisição dos hotéis Amazónia, bem como a sua operação no mercado nacional, incorporando as quatro unidades da rede: em Lisboa, no Estoril, em Palmela e no Jamor.

A equipa da CMS envolvida na operação contou com o sócio de Corporate M&A João Caldeira, o sócio de imobiliário João Pinheiro da Silva, o associado sénior de Corporate M&A David Apolónia, os associados de imobiliário Sandra Arsénio e Carlos Saraiva e os associados de Corporate M&A Manuel Gonçalves e Francisco Verdelho.

“Com este negócio, o grupo Real Hotels Group passa a contar com 20 hotéis – que totalizam três mil quartos”, refere o escritório em comunicado. O valor da operação não foi revelado.

Em causa estão o Amazónia Lisboa Hotel, o Amazónia Estoril – Cascais Hotel, o Amazónia Palmela Apartamentos e o Amazónia Jamor Hotel, que totalizam 712 camas. Ao ECO, o grupo Real diz que vai manter a marca Amazónia nas quatro unidades.

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Economia espanhola cresceu 2,5% o ano passado e supera meta do Governo

  • Lusa e ECO
  • 30 Janeiro 2024

Preços em Espanha subiram 3,4% em janeiro, mais três décimas do que em dezembro, pondo fim a três meses consecutivos de abrandamento da inflação. Subida do IVA da luz explica em parte o desempenho.

A economia espanhola cresceu 2,5% em 2023, menos 3,3 pontos do que em 2022, segundo uma estimativa do Instituto Nacional de Estatística de Espanha (INE) divulgada esta terça-feira.

No último trimestre do ano passado, entre setembro e dezembro, Espanha cresceu 0,6%, mais duas décimas do que nos três meses anteriores, segundo o INE. Mas, numa comparação homóloga, o Produto Interno Bruto (PIB) espanhol aumentou 2% entre outubro e dezembro do ano passado.

Segundo o INE, a procura interna (consumo e investimento) contribuiu com 1,7 pontos para o crescimento do PIB de Espanha no ano passado, enquanto a procura externa (a diferença entre exportações e importações) contribui com 0,8 pontos. Nos dois casos houve uma quebra em relação a 2022 (menos 1,2 pontos na procura interna e menos 2,1 na procura externa).

A estimativa do Governo espanhol era de um crescimento do PIB de 2,4% em 2023, ou seja, estes resultados ficaram acima das expectativas, mas ainda assim refletem um arrefecimento da economia. Espanha cresceu 5,8% em 2022 e 6,4% em 2021.

O ministro espanhol da Economia, Carlos Corpo, já reagiu aos dados dizendo que o PIB de 2023 “supera todas as expectativas”. “Os motores do crescimento têm sido dois: por um lado, o consumo privado baseado numa boa evolução do poder de compra das famílias e um bom desempenho do mercado de trabalho com a criação de 780 mil postos de trabalho (…); por outro lado, temos também uma evolução muito positiva das exportações”, disse o responsável.

Inflação volta a acelerar

Os preços em Espanha subiram 3,4% em janeiro, mais três décimas do que em dezembro, segundo uma estimativa da inflação deste mês divulgada também pelo Instituto de Estatística espanhol (INE). Se se confirmar a estimativa, este aumento em janeiro segue-se a três meses consecutivos de descida da inflação (subida dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) em Espanha.

Segundo o INE, a evolução da inflação em janeiro deveu-se ao aumento da eletricidade, que tinha diminuído no mesmo mês de 2023. O IVA (imposto sobre o consumo) da eletricidade, que desde 2022 estava nos 5%, a taxa mínima permitida pela União Europeia, subiu este mês para os 10% em Espanha. Mas, os descontos de até 80% nas faturas da luz de consumidores considerados vulneráveis, e um limite máximo para o preço das garrafas de gás, manter-se-ão, pelo menos, até junho.

Quanto à inflação subjacente (que exclui a energia e os alimentos frescos, não elaborados) foi 3,6% em janeiro, menos duas décimas do que em dezembro e a taxa mais baixa desde março de 2022.

Espanha vai manter por pelo menos mais seis meses sem IVA alimentos considerados básicos, assim como outras medidas de resposta à inflação.

 

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Maior aeroporto em Madrid benéfico mas mostra “falta de alternativas” em Lisboa

  • Lusa
  • 30 Janeiro 2024

Presidente da AHP alerta que "eventuais atrasos em Portugal e a falta de alternativas até a conclusão do novo aeroporto acarretam perdas de competitividade para a economia portuguesa".

O aumento de capacidade do aeroporto de Madrid pode trazer “potenciais benefícios” para Portugal, mas a “falta de alternativas” até à conclusão do novo aeroporto de Lisboa acarreta “perdas de competitividade”, disse o presidente da AHP.

Em resposta à Lusa, Bernardo Trindade, que lidera a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) disse que “o aumento, agora divulgado, da capacidade do aeroporto de Madrid irá trazer, naturalmente, vantagens para Espanha e para as suas regiões”.

Segundo o líder associativo, “considerando a proximidade, há potencial benefício para Portugal, especialmente nas chegadas de destinos mais distantes, como é o caso do Oriente, e de onde não existem voos diretos para Portugal”.

“No entanto, torna-se evidente, mais uma vez, que eventuais atrasos em Portugal e a falta de alternativas até a conclusão do novo aeroporto acarretam perdas de competitividade para a economia portuguesa, sobretudo pelo peso que o turismo tem para o país”, disse.

O aeroporto de Madrid vai aumentar a sua capacidade em 28% até 2031, para 90 milhões de passageiros anuais, na sequência de um investimento de 2.400 milhões de euros, anunciou o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, na semana passada.

Trata-se do “maior investimento da última década em infraestruturas aeroportuárias em Espanha”, disse Sánchez, durante uma visita à Feira Internacional de Turismo de Madrid (FITUR), considerada a maior do mundo do setor.

Vamos transformar o aeroporto de Madrid num dos maiores aeroportos da União Europeia e, portanto, do mundo, com vocação de se consolidar como centro de ligações entre a Europa e a América Latina e também a Ásia”, acrescentou.

Depois de sublinhar que em 2023 Espanha alcançou números recorde de turismo, tanto a nível de visitantes, como de receitas e de emprego no setor, Sánchez considerou que as infraestruturas são determinantes para o país ser e continuar a ser “uma potência mundial de turismo”.

Segundo afirmou, o aeroporto de Madrid gera atualmente, de forma direta ou indireta, quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da região de Madrid e a ampliação “vai traduzir-se num forte crescimento de capacidade e de rotas”, assim como na criação de milhares de empregos novos.

“Com este investimento, vamos fortalecer a liderança do hub com a América Latina e vamos desenvolver o hub com a Ásia, com novas rotas e linhas, essa é a nossa ambição”, afirmou.

Os aeroportos de Espanha tiveram em 2023 um recorde de 283,2 milhões de passageiros (turistas e não só), revelou a empresa AENA, que gere os 48 aeroportos civis do país.

O aeroporto de Madrid foi o que teve maior número de passageiros no ano passado (60,2 milhões de pessoas, mais 18,9% do que em 2022), seguido pelos de Barcelona (49,9 milhões, mais 19,9%).

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