Exclusivo Consórcio da Mota-Engil foi o único a entregar proposta para segundo concurso da alta velocidade. Espanhóis ficam de fora
Consórcio português liderado pela Mota-Engil entregou a única proposta para o troço da alta velocidade entre Coimbra e Leiria. Preço-base baixo afastou espanhóis.
O consórcio português Lusolav, liderado pela Mota-Engil, foi o único a carregar uma proposta para o segundo troço da linha de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, apurou o ECO junto de fontes ligadas ao processo. A proposta terá ainda de ser validada pelo júri do concurso.
A segunda Parceria Público-Privada (PPP) da alta velocidade vai ligar Oiã (Coimbra) a Soure (Leiria) e tem um preço-base, em valor atual líquido, de 1.604 milhões de euros, com a Infraestruturas de Portugal (IP) a estimar um investimento total de 1.918 milhões. A preços correntes, a IP irá pagar 4.207 milhões, ao longo dos 30 anos de concessão, a que acrescem 395 milhões em despesas inerentes aos projetos, expropriações e obras.
A Mota-Engil lidera o consórcio Lusolav, que reúne a Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril, e que foi selecionado para a construção do primeiro troço, entre a estação portuense da Campanhã e Oiã, tendo apresentado a única proposta aceite.
Uma situação que se repetirá, caso a proposta para o segundo troço — que tem uma extensão de 71 quilómetros e inclui a adaptação da atual Estação de Coimbra e a quadruplicação da Linha do Norte — respeitar as condições do concurso e for validada pelo júri. O prazo para submeter a ‘candidatura’ terminava esta segunda-feira às 17h00.
De fora voltaram a ficar as construtoras espanholas, que consideraram baixo o valor do concurso. Segundo a imprensa espanhola, era esperado que o consórcio que inclui a FCC, Ferrovial e Acciona apresentasse uma proposta.
O agrupamento da Sacyr, que integra as portuguesas DST e Alberto Couto Alves (ACA), que chegou a apresentar uma proposta para a primeira PPP mas que foi chumbada pelo júri por ter sido entregue fora de tempo, também não apresentou proposta. O Jornal de Negócios noticiou esta segunda-feira, citando um administrador da DST, que o consórcio considerou o preço-base demasiado baixo.
Segundo apurou o ECO, o concurso atraiu interessados de outras geografias que não chegaram a avançar por não terem encontrado um parceiro local adequado.
A adjudicação do concurso para o primeiro troço foi feita em outubro e o contrato está em fase de habilitação, necessitando depois do visto prévio do Tribunal de Contas.
O concurso público para a terceira PPP, correspondente ao troço entre Soure e Carregado, está previsto para janeiro de 2026. A IP submeteu em setembro o Estudo de Impacto Ambiental à Agência Portuguesa do Ambiente.
Quando estiver concluída, a linha ferroviária de Alta Velocidade vai permitir viajar entre o Porto e Lisboa em 1h15, menos de metade das atuais 2h49.
A avançar estão também as linhas de Alta Velocidade Porto–Vigo e Lisboa–Madrid, ambas em fase de estudos. O Estudo de Impacto Ambiental da primeira deverá ser entregue durante o próximo ano, estando o concurso previsto para meados de 2026.
(notícia atualizada às 19h00 com informação de que só foi carregada uma proposta)
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