Grupo de Sintra controlado por fundos compra concorrente audiovisual Pixel Light
Controlada pelas capitais de risco Crest e HCapital, AVK consolida no setor do audiovisual com a vilafranquense Pixel Light, que fatura 12 milhões e deu som e vídeo ao Papa na Jornada da Juventude.
O ano de 2025 arranca com uma operação de consolidação relevante no setor do audiovisual. O grupo AVK, que reclama a liderança do mercado nacional na prestação de serviços para congressos e eventos corporativos, e que é controlado (76%) desde novembro de 2023 por dois fundos de capital de risco das sociedades Crest Capital Partners e HCapital, avançou para a compra da concorrente Pixel Light.
Fundada há 14 anos e especializada no comércio, aluguer e montagem de equipamentos audiovisuais, na gravação de som, vídeo e edição de música, e na produção e apoio a eventos, a Pixel Light tem sede em Vialonga, no concelho de Vila Franca de Xira, emprega mais de 30 pessoas e estava até agora nas mãos dos sócios-gerentes Tiago Correia (através da Last Planet) e Francisco Carvalho.
Após a queda a pique no primeiro ano da pandemia (2020), as vendas desta empresa que tem no currículo trabalhos com o Rock in Rio ou a produção do festival da Eurovisão em Lisboa (2018) recuperaram até 11,5 milhões de euros em 2023. Nesse ano em que lucrou 878 mil euros, destaque para o concurso público de 5,9 milhões para a Jornada Mundial da Juventude, com a adjudicação dos sistemas de áudio e vídeo, a iluminação ambiente e o respetivo abastecimento de energia para o Parque Tejo.
Caso a operação de concentração venha a ser aprovada pela Autoridade da Concorrência, que já foi notificada esta semana, a Pixel Light passa a integrar o grupo de soluções audiovisuais AVK.
Sediado em Rio de Moura (Sintra), além da empresa homónima e adquirente nesta operação, que registou lucros de quase três milhões de euros em 2023, integra também as participações na também portuguesa Euroservice e na espanhola Global Setup (Pontevedra, região da Galiza), que em setembro passou a deter a 100%.
De acordo com os dados oficiais mais recentes consultados pelo ECO, relativos a 2023, as sociedades de direito português geraram um volume de negócios conjunto próximo dos 20 milhões de euros e têm quase 200 funcionários. O negócio foi criado em 2010 por Inês Aguiar (atual presidente do conselho de administração), Jaime Alonso e Paulo Rodam.
Os fundadores continuaram com uma quota minoritária e na equipa de gestão depois da venda aos fundos (a Crest, que no verão passado comprou a bilheteira online BOL com a SIC, controla dois terços do capital), com o mandato expresso de “aprofundar a expansão geográfica” no mercado interno e “aumentar a penetração em Espanha”.
No portefólio da AVK — conta com 8.000 metros quadrados de capacidade para armazenamento, manutenção, controlo e operações logísticas — estão eventos como as últimas duas edições da Web Summit e o congresso do Partido Socialista em 2024, e empresas como Altice, Benfica, Deloitte, McDonald’s, Janssen ou Amazon, prestando atualmente assistência técnica em infraestruturas de “clientes especiais”, como o Banco de Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol.
Contactada pelo ECO, a administradora da AVK, Inês Aguiar, escusou-se a adiantar mais pormenores sobre esta operação ou a explicar os planos para a nova empresa do grupo.
A Associação de Imagem Portuguesa (AIP) já avisou que o fim da publicidade na RTP, uma das 30 medidas do Plano de Ação para a Comunicação Social apresentado pela tutela em outubro, vai reduzir o investimento em produções nacionais e levar a perda de empregos nas produtoras, sejam elas associadas à emissora ou independentes.
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