BCP teve “melhor ano” do século no crédito a jovens

Miguel Maya explicou que as medidas públicas de apoio aos jovens levou a um “aumento da procura muito expressivo” por crédito da casa no ano passado.

Em 2024, o BCP teve o “melhor ano” na produção de crédito à habitação no segmento mais jovem desde 2001, revelou o CEO do banco, Miguel Maya, explicando que as medidas do Governo, como a isenção de IMT, levaram a “um aumento da procura muito expressivo” da parte dos clientes mais jovens.

“Foi talvez o melhor ano de produção para este segmento desde 2001”, adiantou esta quinta-feira Miguel Maya na conferência Observatório do Imobiliário, que decorreu em Lisboa.

Para Miguel Maya, não há uma solução simples para o problema da habitação em Portugal, mas referiu que podia ter sido “minimizado” se as políticas públicas tivessem antecipado que o tema da falta de casas ia surgir. “Era evitável, pelo menos era possível ter sido minimizado. Sabíamos quantas pessoas iam chegar ao mercado de trabalho”, reclamou o líder do BCP.

Sobre a garantia pública para apoiar os jovens na compra de casa, o presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa revelou que a procura se tem concentrado sobretudo em Lisboa e no Porto, onde “o preço por metro quadrado está além da zona vermelha”. “Isto leva a que muitos dos jovens que nos procuram tenham ajuda de alguém” quando vão pedir um financiamento ao banco, nomeadamente dos pais.

Pediu ainda para se atuar com rapidez no tema da falta de habitação para evitar um aumento das tensões sociais. “É dos assuntos em que não há partidos, ideologias, não há lados. E o tempo urge”, disse.

João Pedro Oliveira e Costa avisou para não “apontarem os canhões” contra os bancos, pois têm capacidade financeira para apoiar quer a construção promovida pelo Estado, quer aquela que seja promovida pelo setor privado. “Há capital nos bancos para apoiar”, disse.

Miguel Maya sugeriu que se ponderasse a medida macroprudencial do prazo máximo do crédito à habitação. “As macroprudenciais são muito relevantes. Mas tudo carece de afinação, porque a realidade altera-se. (…) Aqui acho que deve haver afinação”, apontou.

Na mesma ocasião, o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, considerou que “é preciso intervir no preço dos terrenos para as casas terem um custo menor e da libertação de terrenos para casas”.

Temos um défice [de casas] significativo para os jovens e para os imigrantes sobretudo num segmento de preços médios. É preciso ver para que segmento estamos a orientar”, frisou o responsável máximo do banco público.

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