França convoca segunda reunião com mais países na lista de convidados

  • Lusa
  • 19:24

O Canadá foi desta vez convidado, tal como a Noruega, Lituânia, Letónia e Estónia, República Checa, Grécia, Finlândia, Roménia, Suécia e Bélgica. Portugal fora desta lista.

França convocou para quarta-feira uma segunda reunião para discutir a Ucrânia e a segurança europeia com países europeus que não estiveram presentes na primeira e o Canadá, indicaram esta terça-feira fontes diplomáticas citadas pela estação televisiva France24.

A nova reunião com “vários Estados europeus e não-europeus” tem como objetivo reunir os 27 até ao final da semana, anunciou depois Emmanuel Macron, durante uma entrevista a vários jornais diários regionais, entre os quais Le Parisien, La Provence e Sud Ouest. Até à data, o palácio do Eliseu (sede da presidência francesa) ainda não avançou em que consistirá esta nova reunião, nem quem participará.

Os países convidados pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, para participar na reunião de quarta-feira são, além do Canadá, aliado da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental): Noruega, as três repúblicas bálticas (Lituânia, Letónia e Estónia), República Checa, Grécia, Finlândia, Roménia, Suécia e Bélgica, segundo duas fontes diplomáticas.

Alguns dos países poderão participar por videoconferência, indicaram os diplomatas. O palácio do Eliseu (sede da presidência da República francesa) não respondeu ainda ao pedido de comentário, segundo indicou a estação televisiva.

O Presidente francês garantiu entretanto que “França não se prepara para enviar tropas” para participarem como beligerantes na linha da frente do conflito. Macron reuniu na segunda-feira em Paris uma dezena de líderes de países-chave europeus, da União Europeia (UE) e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Nessa reunião, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou-se preparado para o eventual envio de tropas para a Ucrânia “se for alcançado um acordo de paz duradouro”, ao passo que o chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou tal debate “prematuro”.

A preocupação de todos é que um simples cessar-fogo na Ucrânia de forma alguma resolverá o conflito; só uma paz plena e completa com condições de segurança, condições de estabilidade social, económica e política na Ucrânia a longo prazo, permitirão a sua resolução”, sustentou esta terça Macron.

Entre as soluções para dar garantias de segurança a Kiev, no âmbito de um eventual acordo de paz com Moscovo, seria possível “enviar especialistas ou mesmo tropas em número limitado, fora de qualquer zona de conflito, para apoiar os ucranianos e mostrar solidariedade. É nisso que estamos a refletir com os britânicos”, afirmou.

Mas “França não está a preparar-se para enviar tropas terrestres” para participarem como “beligerantes, na linha da frente de um conflito”, asseverou. Recordou que outra hipótese é a “adesão à NATO” da Ucrânia, da qual a Rússia não quer ouvir falar e que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já descartou antes mesmo de negociar.

O chefe de Estado francês reconhece que os europeus querem que Washington apoie as suas futuras garantias de segurança em Kiev. “Dado que a Rússia é um Estado com capacidade nuclear, este é um ponto fundamental para os nossos parceiros europeus”, admitiu, na entrevista.

Macron referiu também a possibilidade de “se decidir, no âmbito das negociações, a realização, sob mandato das Nações Unidas, de uma operação de manutenção da paz, que se realizaria ao longo da linha da frente”.

Numa altura em que o reatamento do diálogo direto entre Donald Trump e o homólogo russo, Vladimir Putin, na semana passada, desanimou muitos europeus e em que paira a ameaça de negociações entre ambos e sem a Europa sobre a Ucrânia, Emmanuel Macron diz ver o lado positivo.

Trump “pode reiniciar um diálogo útil com o Presidente Putin”, afirmou o Presidente francês, acrescentando que Trump está a “recriar uma ambiguidade estratégica para o Presidente Putin”, utilizando “palavras muito firmes” e criando “incerteza”, que “pode ajudar a exercer pressão”.

E garantiu que ele próprio está disposto a falar com o homólogo russo “no momento apropriado do ciclo de negociações que se avizinha”. “Terei a oportunidade de reunir os grupos parlamentares e os partidos (…) para lhes apresentar o ponto da situação e as iniciativas de França”, anunciou ainda o Presidente.

Essa reunião terá lugar em “formato Saint-Denis”, nome da cidade onde Macron já manteve conversações com estes mesmos participantes, numa tentativa de encontrar consensos sobre várias questões domésticas e internacionais num cenário político fraturado.

(Notícia atualizada às 21h26 com declarações de Macron)

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