Vendas da Tesla na UE travam 50% no mês em que Musk se tornou conselheiro de Trump
Registos de modelos equipados com motores a gasolina e pequenos motores elétricos representaram 34,9% do mercado em janeiro, apesar da queda nas vendas face ao mesmo mês de 2024.
As vendas de veículos Tesla na União Europeia caíram 50,3% em janeiro deste ano, em comparação com o período homólogo, de acordo com números hoje publicados pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA).
Os dados indicam que a empresa de Elon Musk vendeu 7.517 unidades no primeiro mês deste ano, em comparação com os 15.130 veículos em janeiro de 2024.
A quebra nas vendas da fabricante de veículos elétricos coincidiu com um momento em que o seu proprietário, conselheiro do presidente norte-americano Donald Trump, interferiu na política interna da União Europeia, apoiando, entre outros, o partido de extrema-direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD).
Este declínio contrasta, no entanto, com um aumento de 34% na compra de veículos elétricos na UE, até 124.341 unidades, pelo que este tipo de veículos representou 15% do mercado automóvel.
No geral, os registos de veículos novos caíram em média 2,6% no mercado da UE, com os maiores declínios registados em França (-6,2%), Itália (-5,8%) e Alemanha (-2,8%). A economia espanhola foi a única das quatro principais da UE em que os registos de novos veículos aumentaram (+5,3%).
Híbridos voltam a ultrapassar modelos a gasolina
Os registos de novos automóveis híbridos voltaram a ultrapassar os de veículos movidos a gasolina na Europa em janeiro, anunciou esta terça-feira a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA, na sigla em francês).
Os registos destes modelos equipados com motores a gasolina e pequenos motores elétricos representaram 34,9% do mercado, menos 18,4 pontos percentuais do que no mesmo mês de 2024.
Os automóveis a gasolina começam a seguir a tendência já trilhada pelos a gasóleo e sofreram uma quebra acentuada em janeiro (menos 18,9 pontos percentuais), sobretudo em França e na Alemanha.
Os modelos a gasolina representaram em janeiro 29,4% do mercado e os veículos a diesel 10%, menos 27 pontos percentuais do que no mesmo período do ano passado.
Os híbridos, menos poluentes que os modelos a gasolina e mais baratos que os elétricos, estão a retomar o controlo do mercado europeu depois de o terem dominado pela primeira vez durante três meses, de setembro a novembro de 2024.
Os modelos 100% elétricos aumentaram significativamente ao longo do ano (mais 34%), especialmente na Bélgica, Alemanha e Itália (mais 126%), mas mantêm-se estáveis em comparação com dezembro, e com disparidades significativas dependendo do país.
A nível europeu, os veículos elétricos representaram em janeiro 15% dos registos, ainda longe das metas estabelecidas para os fabricantes pela Comissão Europeia: 25% em 2025 e 100% em 2035.
“É evidente que a Europa ainda tem trabalho a fazer para evitar a estagnação”, disse a diretora-geral da ACEA, Sigrid de Vries, em comunicado.
A ACEA apelou a um relaxamento das regras europeias sobre as emissões de dióxido de carbono, o gás mais responsável pelo aquecimento global, das quais surgem as metas de vendas de automóveis elétricos.
“A UE deve fazer todos os possíveis para que o Diálogo Estratégico sobre o Futuro da Indústria Automóvel seja um sucesso, para permitir uma transição eficaz para a mobilidade com emissões zero, preservando ao mesmo tempo a nossa competitividade global”, acrescentou de Vries.
O sucesso dos híbridos beneficiou a japonesa Toyota, apesar de uma ligeira quebra em janeiro (menos 4,9 pontos percentuais), e a francesa Renault (mais cinco pontos percentuais), que atingiu uma quota de mercado de 10,9%.
A pioneira em automóveis elétricos Tesla viu as vendas caírem para metade em janeiro, prejudicadas por uma mudança na gama e também, potencialmente, por posições controversas assumidas pelo dono da empresa, Elon Musk.
Com todas os tipos de veículos combinados, as vendas caíram 2,6% em janeiro face ao mesmo mês de 2024. Os principais mercados europeus (Alemanha, França, Itália) apresentaram quedas, enquanto Espanha registou uma ligeira recuperação.
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