EUA avisam que “todos se devem preparar” para a imposição de tarifas
Secretário de comércio dos EUA advertiu que a única maneira de evitar taifas é aplicando taxas "recíprocas" ou transferindo a produção para território norte-americano.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, advertiu que “todos se devem preparar” para a imposição de tarifas e disse que a única maneira de evitá-las é aplicando taxas “recíprocas” ou transferindo a produção para território norte-americano.
“Se eles querem evitar ou reduzir as tarifas, podem simplesmente eliminar ou reduzir as tarifas que nos impõem. É uma questão de equilíbrio e de igualdade. É uma forma justa e razoável de ver as coisas”, disse numa entrevista ao diário italiano ‘Repubblica’.
“É tudo uma questão de reciprocidade e de justiça: tratá-los-emos como nos tratam“, acrescentou.
A Casa Branca anunciou na terça-feira que as tarifas recíprocas entrarão em vigor em 02 de abril contra os países que Washington considera estarem a aplicar barreiras tarifárias e não tarifárias contra os bens e serviços dos EUA.
O secretário do Comércio também insistiu que as empresas estrangeiras que deslocalizem as suas fábricas para os EUA não estarão sujeitas às tarifas: “Se produzirem nos EUA, não pagam direitos aduaneiros”.
Desde que regressou à Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou por ativar as tarifas para corrigir o que considera défices comerciais injustos, atrair investimento estrangeiro e, sobretudo, argumenta, como medida de pressão contra o México, o Canadá e a China para reduzir o fluxo de fentanil que entra nas fronteiras dos EUA.

Segundo Lutnick, esta estratégia reforçará igualmente a economia dos Estados Unidos, criando mais empregos e consolidando a política “America First”.
“Chegou o momento de mudar o modelo económico internacional que está em vigor desde os acordos de Bretton Woods”, afirmou.
O secretário do Comércio afirmou que os direitos aduaneiros que em vigor a partir de 02 de abril gerarão “enormes investimentos que impulsionarão o crescimento, proporcionarão grandes oportunidades de emprego e revitalizarão o setor transformador americano”.
“Cuidar dos trabalhadores americanos e tratar os nossos parceiros comerciais de forma justa é a nossa prioridade. Não procuramos ser injustos, mas exatamente o contrário: ser justos. A chave é a reciprocidade: se nos tratarem bem, nós tratá-los-emos bem”, afirmou.
Negou ainda que os direitos aduaneiros possam conduzir à inflação e argumentou que o verdadeiro problema é a impressão de dinheiro: “Se deixarmos de imprimir dinheiro, os preços baixam e as taxas de juro também”.
No que se refere à relação com a União Europeia (UE), Lutnick afirmou que têm tido “boas conversas” e que existe a possibilidade de “avançar em conjunto” para um sistema baseado numa “reciprocidade justa”.
As oportunidades para duas economias tão grandes como a UE e os EUA são enormes, se conseguirmos ultrapassar a burocracia absurda e as injustiças do sistema atual-
“As oportunidades para duas economias tão grandes como a UE e os EUA são enormes, se conseguirmos ultrapassar a burocracia absurda e as injustiças do sistema atual”, afirmou.
Por isso, considerou essencial eliminar “regulamentos desnecessários e obstáculos dispendiosos” para facilitar o comércio livre e justo entre os EUA e a Europa e afirmou que, se tal for conseguido, ambos registarão “um crescimento significativo”.
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