Japonesa Kagome reforça nos tomates portugueses que dão mais de mil empregos

Gigante asiática sobe para 70% a participação na HIT, holding que agrega as fábricas de processamento de tomate em Castanheira do Ribatejo e Palmela, que faturou 138 milhões de euros em 2024.

A gigante japonesa Kagome alargou a participação na HIT – Holding da Indústria Transformadora do Tomate de 56% para 70%, reforçando desta forma a aposta na empresa que detém as fábricas de processamento de tomate Italagro (Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira) e a mais pequena FIT em Águas de Moura (Marateca, município de Palmela).

Sem revelar a quem comprou a percentagem adicional – os restantes acionistas são a também japonesa Mitsui, trader cotada na bolsa de Tóquio que é também parceira da CaetanoBus; e a britânica Silbury, que se apresenta como a maior fabricante europeia de molhos para piza –, o administrador financeiro (CFO), Sérgio Fonseca, fala ao ECO numa “opção estratégica para continuar a expandir a rede global dos negócios de processamento de tomate”.

Foi em 2007, na sequência da falência da italiana Parmalat, a anterior acionista principal, que o grupo asiático entrou no capital da HIT, com o objetivo assumido na altura de transformar Portugal no seu centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) para a área agrícola. Soma atualmente 350 trabalhadores permanentes, a que se juntam 700 colaboradores temporários durante a campanha do tomate, em que recorre cada vez mais a mão-de-obra imigrante da Índia, Paquistão ou Bangladesh.

Em 2024, a faturação da portuguesa HIT baixou para 138 milhões de euros. Um valor inferior aos 140 milhões que tinha registado no ano anterior. Ainda assim, salienta que foi “o segundo melhor resultado de sempre”. O maior volume de produção continua a ser o concentrado de tomate — no ano passado processou 367 mil toneladas –-, mas o porta-voz destaca o crescimento de 48% nos produtos de maior valor acrescentado.

Em causa estão artigos como pasta de tomate com alto teor de licopeno, pasta de tomate doce, fibras, extrato de tomate concentrado ou puré de tomate, cuja produção foi totalmente absorvida pelo mercado japonês. No ano passado valeram já uma receita de dez milhões de euros à operação portuguesa, que é administrada há seis anos pelo nipónico Shugo Yuasa.

“Para 2025, a perspetiva é continuar a crescer nos produtos de valor acrescentado e food service, que representa já 50% do total de faturação, e sustentar a restante atividade da empresa, num contexto de descida do preço do concentrado de tomate no mercado global, impulsionada pela redução do preço dos custos de produção e também com o incremento de stocks mundiais impulsionado pelo aumento de produção da China”, descreve Sérgio Fonseca.

Em 2025 contamos investir 4,7 milhões de euros em projetos que visam continuar a reduzir as emissões de CO2 e apostar nas poupanças do consumo de água.

Sérgio Fonseca

Administrador financeiro da HIT Portugal

O mercado português absorve apenas 3% da produção – a ribatejana Italagro, instalada em 1957 pela família Costa Braga, é o fornecedor nacional de ketchup da McDonald’s desde 2014 –, daí que a quase totalidade da produção seja exportada para mais de 30 países. Reino Unido e Japão continuam a ser os principais destinos, relata a multinacional japonesa, que tem também unidades industriais na Índia, Itália, Austrália e EUA.

Em matéria de investimento, depois dos 14 milhões de euros que os acionistas aplicaram no último ano em projetos relacionados com a redução das emissões de carbono e inovação nas linhas de produção das duas fábricas nacionais, o administrador financeiro contabiliza ao ECO que em 2025 conta “investir 4,7 milhões de euros em projetos que visam continuar a reduzir as emissões de CO2 e apostar nas poupanças do consumo de água”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Japonesa Kagome reforça nos tomates portugueses que dão mais de mil empregos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião