Endividamento das famílias cresce ao ritmo mais elevado dos últimos dois anos e meio
Há 15 meses que o nível de endividamento dos particulares contabiliza crescimentos homólogos constantes, e em janeiro aumentou 4,2%, o valor mais elevado desde junho de 2022.
O endividamento da economia nacional voltou a engordar em janeiro pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 818,4 mil milhões de euros no primeiro mês do ano. Segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta segunda-feira, o endividamento do setor não financeiro aumentou 4,4 mil milhões de euros em janeiro, que se traduziu numa variação mensal de 0,54%, a maior desde maio de 2024.
Entre os vários setores, destaca-se o endividamento dos particulares com um crescimento homólogo de 4,24% em janeiro, o valor mais elevado desde junho de 2022. Este aumento marca o 15.º mês consecutivo de subidas homólogas, refletindo uma procura crescente por crédito à habitação, mas também de crédito ao consumo as famílias junto dos bancos.
Em termos absolutos, o endividamento das famílias aumentou mais de 319 milhões de euros em janeiro face a dezembro para um valor acumulado de 159,47 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde julho de 2012.
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Apesar deste crescimento histórico do endividamento dos particulares, o setor público foi responsável pela maior fatia do crescimento mensal do endividamento da economia em janeiro, com um acréscimo de 4,01 mil milhões de euros, sobretudo junto do exterior (3,1 mil milhões de euros).
Este aumento deveu-se “principalmente, ao investimento de não residentes em títulos de dívida pública de longo prazo”, refere o Banco de Portugal em comunicado, notando ainda que “o endividamento do setor público aumentou igualmente perante as empresas (+0,5 mil milhões de euros), as administrações públicas (+0,3 mil milhões de euros) e os particulares (+0,2 mil milhões de euros).”
Já no setor privado empresarial, os dados do Banco de Portugal referem que o endividamento cresceu 1,6% em termos homólogos, totalizando um incremento mensal de 60,4 milhões de euros. Este aumento foi impulsionado por financiamentos obtidos junto do setor financeiro.
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No total, o endividamento do setor não financeiro — que inclui administrações públicas, empresas e particulares — atingiu os 818,4 mil milhões de euros em janeiro. Deste montante, 455 mil milhões correspondem ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 363,4 mil milhões ao setor público.
Embora o crescimento do endividamento possa ser interpretado como um sinal de confiança na economia e no acesso ao crédito, ele também levanta preocupações sobre a sustentabilidade financeira a médio prazo.
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