Mesmo com juros a descer, depósitos batem novo recorde. 40% do dinheiro parado no banco sem render
No final de fevereiro, famílias tinham 192,8 mil milhões de euros nos bancos, apesar das menores remunerações oferecidas. Dinheiro deixado parado sem render ainda equivale a mais de 41% dos depósitos.
O valor aplicado pelas famílias em depósitos atingiu 192,8 mil milhões de euros em fevereiro, o que representa um novo máximo histórico. Esta subida acontece num momento em que os bancos estão a reduzir as remunerações oferecidas pelas poupanças. Em janeiro, a taxa de juro paga nos novos depósitos a prazo de particulares já era inferior a 2%.
Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, o stock de depósitos de particulares nos bancos em Portugal aumentou 250 milhões de euros face a janeiro. Apesar de os valores guardados nos bancos continuarem a subir, a taxa de crescimento está a abrandar. Os depósitos aumentaram 6,5% face ao período homólogo, abaixo da subida de 6,8% registada em janeiro. Fevereiro foi, assim, o quarto mês consecutivo em que se observou uma desaceleração.
Segundo o Banco de Portugal, “esta variação resultou do aumento de 242 milhões de euros das responsabilidades à vista (constituídas quase na íntegra pelos depósitos à ordem) e do aumento de 9 milhões de euros dos depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso)”.
Depósitos das famílias renovam sucessivos recordes

As responsabilidades à vista atingiram, em fevereiro, 80 mil milhões de euros. Ou seja, o dinheiro que é deixado parado sem render no banco pesava, no final do mês passado, mais de 41% dos depósitos das famílias. Apesar de esta percentagem ainda ser elevada, reduziu-se muito significativamente desde julho de 2022, quando os portugueses chegaram a ter 96,3 mil milhões de euros à ordem, fruto das remunerações praticamente nulas pagas pelos bancos. Com a subida das taxas de juro, as famílias voltaram a aplicar parte do dinheiro que tinham sem render no banco em depósitos a prazo.
No que diz respeito às empresas, o stock de depósitos das empresas nos bancos residentes totalizava, no final de fevereiro, 68,7 mil milhões de euros, mais 370 milhões de euros do que no final de janeiro de 2025. Relativamente ao mês homólogo, o crescimento foi de 8,8%, a variação anual mais elevada desde janeiro de 2023.
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