“Não vai haver défice em Portugal. Isso é claríssimo”, garante Pedro Reis
No dia em que o Conselho das Finanças Públicas divulgou projeção de um défice de 1% em 2026, o ministro da Economia garante que o país não irá regressar a posições orçamentais negativas.
“Não vai haver défice em Portugal. Isso é claríssimo”. A garantia é do ministro da Economia, Pedro Reis, no mesmo dia em que o Conselho das Finanças Públicas (CFP) apontou para um saldo orçamental negativo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.
Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, na qual apresentou um pacote de apoio de dez mil milhões para mitigar o impacto das tarifas, Pedro Reis descartou que o país regresse aos défices depois de excedentes em 2023 e 2024 e, nas previsões do Executivo de Montenegro, em 2025.
“Poder afirmar que não vai haver défice numa fase de volatilidade mundial, numa fase de instabilidade, quer dizer que algum trabalho de casa deve ter sido feito para poder escudar a nossa economia“, disse.
O CFP está mais pessimista face a setembro e vê o país regressar aos défices já no próximo ano. Na atualização das projeções macroeconómicas e orçamentais, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral prevê um saldo equilibrado este ano e um défice de 1% do PIB em 2026, influenciado em mais de metade pelo impacto dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Descontando este efeito, o saldo orçamental ainda seria negativo em 0,4% devido às medidas de política.
No Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), o Governo inscreveu um excedente orçamental de 0,3% este ano e de 0,1% em 2026. Em 2024, Portugal registou um saldo positivo de 0,7% do PIB, acima dos 0,4% previstos pelo Governo.
“Estaria muito mais preocupado em relação ao défice se não tivéssemos um plano como este ou se não sentisse a resiliência, que senti ontem [quarta-feira], dos setores da economia portuguesa“, afirmou o ministro da Economia, em alusão às reuniões que manteve com associações empresariais para debater o plano para mitigar o impacto das tarifas da Administração Trump.
Pedro Reis garantiu ainda que o Governo irá manter a estratégia de saldos orçamentais equilibrados. “Não abdicamos de contas certas, nem vendemos ilusões que nos possam sair amanhã mais caras. Não é um tempo de aventuras, é um tempo de sentido de responsabilidade e de ambição“, disse.
O tema das finanças públicas tem servido de arma de arremesso entre a AD (Aliança Democrática) e o PS, na pré-campanha para as legislativas de maio. No cenário orçamental do seu programa eleitoral, os socialistas apontam para um défice de 0,4% no próximo ano, o que levou a críticas do partido do Governo. O ministro Adjunto Castro Almeida afirmou, em declarações à Lusa, na terça-feira que o PS fez “uma opção errada” ao apresentar um programa eleitoral que prevê défice para 2026, assegurando que a AD irá prever no seu programa “contas equilibradas”.
(Notícia atualizada às 14h56)
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