Economia dos EUA contrai pela primeira vez em três anos

A contração da economia dos EUA foi causada por um aumento das importações e uma diminuição das despesas públicas. Nos mercados, a queda do PIB está a provocar uma contração de 2% de Wall Street.

Num arranque de ano que está longe de ser auspicioso para a maior economia do mundo, os EUA registaram uma contração de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, segundo a estimativa avançada esta quarta-feira pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) do Departamento do Comércio, justamente no 100.º dia em que Donald Trump está na presidência dos EUA.

“O PIB real diminuiu a uma taxa anual de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, após um aumento de 2,4% no quarto trimestre de 2024”, revela o BEA em comunicado, sinalizando uma inversão do ritmo económico norte-americano. Foi a primeira contração trimestral do PIB dos EUA em três anos.

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A travagem brusca da economia norte-americana foi particularmente causada por uma vaga de importações sem precedentes, à boleia da antecipação das tarifas impostas pela administração de Donald Trump. Os dados do Departamento do Comércio revelam, por exemplo, que a balança comercial de mercadorias aumenta para um valor recorde de 162 mil milhões de dólares.

Nos mercados, a contração da maior economia do mundo está a ser sentida com uma desvalorização dos principais índices acionistas em Wall Street, com o S&P 500 a cair atualmente 2%, enquanto o Dow Jones e o tecnológico Nasdaq perdem 1,5% e 2,6%, respetivamente.

“Em comparação com o quarto trimestre, o abrandamento do PIB real no primeiro trimestre refletiu um aumento das importações, uma desaceleração das despesas de consumo e um abrandamento das despesas públicas, que foram parcialmente compensados por aumentos do investimento e das exportações”, referem os analistas do BEA em comunicado.

Na sua rede social Truth Social, Donald Trump acusou o seu antecessor pelos resultados apresentados esta quarta-feira, e defendeu a sua política comercial marcada por um aumento cego das tarifas comerciais.

“Este é o mercado de ações do [ex-presidente Joe] Biden, não de Trump. Eu não assumi o controle até 20 de janeiro “, escreveu Trump num post da sua conta no Truth Social. “Isto vai demorar algum tempo, não tem nada a ver com tarifas, apenas que ele [Biden] nos deixou com números maus, mas quando o boom começar, será como nenhum outro. Tenham paciência!!!” escreveu Trump.

A incerteza gerada pelas políticas comerciais da Administração de Trump está a impactar também a confiança dos consumidores e das empresas, com os níveis de confiança dos consumidores a cair para mínimos de cinco anos, enquanto o otimismo entre os empresários também recuou significativamente.

O efeito das tarifas não se limita ao comércio. A inflação também acelerou, com o índice de despesas de consumo pessoal (PCE) a registar uma taxa homóloga de 3,6% no primeiro trimestre, que compara com uma taxa de 2,2% no quarto trimestre de 2024. “Excluindo os preços dos produtos alimentares e da energia, o índice de preços PCE aumentou 3,5% [no primeiro trimestre], em comparação com um aumento de 2,6%” no trimestre anterior, lê-se no comunicado do Departamento do Comércio.

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