Marcelo acredita que AD, PS e CH vão “colaborar na governabilidade”
"À primeira vista, não há razões para que não queiram colaborar na governabilidade", antecipa o Presidente da República, que deseja ter um Governo antes de 10 de junho.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acredita que AD, PS e Chega vão “colaborar na governabilidade”, tendo em conta as incertezas internacionais, afirmou esta segunda-feira, em declarações transmitidas pela RTP3, um dia antes de receber os três partidos mais votados.
“À primeira vista, não há razões para que não queiram colaborar na governabilidade, porque o mundo está como está e a Europa está como está. Por isso, é do interesse que haja um esforço de todos”, defendeu. Marcelo indicou ainda que gostaria de ter um Governo antes do feriado de 10 de junho, Dia de Portugal.
Questionado porque, desta vez, vai ouvir AD, PS e Chega num dia e os restantes partidos nos seguintes, o Chefe do Estado explicou que “a lição do passado foi a de que era muito curto o período de uma hora e daí ficar com duas horas para cada um deles”.
“Uma hora era insuficiente e depois para posicionar cada partido, e no caso do PS há uma substituição de liderança, é importante que o PS tenha tempo para ser perceber qual o calendário de substituição e o posicionamento em relação ao Governo. E, em relação ao Chega, há o problema da repercussão dos resultados dos emigrantes na posição relativa de segundo ou partido mais votado”, salientou.
Marcelo frisou que quer saber qual a posição de PS e Chega, “no caso de um partido avançar com uma moção de rejeição” ao programa do Governo. De lembrar que o Presidente já avisou que só dá posse a um Executivo se tiver a “certeza” que passa no Parlamento.
Na próxima semana, e já depois de conhecidos os resultados dos círculos Europa e Fora da Europa, eventualmente a 28 de maio, o Presidente conta receber novamente com AD, PS e Chega, sobretudo “para perceber o processo de transição no PS e como se vai decidir a liderança do PS”. Este sábado a comissão nacional socialista reúne-se para marcar eleições internas.
Quanto ao calendário seguinte, relativo ao da tomada de posse, Marcelo lembrou que, “da última vez não chegou a um mês”, entre o ato eleitoral e a formação de Executivo. Agora, “há o 10 de junho, uma série de feriados”, salientou. “Se for possível ficar ficar tudo pronto antes dos feriados muito bem, se não for possível ficará para logo a seguir aos feriados”, rematou.
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai começar a ouvir os partidos políticos já esta terça-feira, 20 de maio, na sequência das eleições legislativas deste domingo. Segundo uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República, o chefe de Estado vai ouvir na terça-feira:
- o PSD a partir das 11h;
- o PS a partir das 15h;
- e o Chega a partir das 17h.
“Na sequência das eleições para a Assembleia da República ontem realizadas, o Presidente da República nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 187.º da Constituição, vai iniciar, terça-feira, as consultas aos partidos políticos, tendo em conta os resultados provisórios anunciados pelo Ministério da Administração Interna, e sem prejuízo dos círculos que ainda falta apurar”, segundo a nota da Presidência da República.
A Aliança Democrática venceu as eleições com 32,10% dos votos e 86 deputados, mais 3,9 pontos percentuais do que em março de 2024, a que se somam três deputados eleitos pela coligação PSD/CDS/PPM nos Açores, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o Parlamento, 58. Mas falta ainda apurar a votação nos consulados.
O PS registou o terceiro pior resultado da sua história e o pior desde 1987, enquanto o Chega voltou a crescer e foi um claro vencedor da noite.
O Bloco de Esquerda (BE) foi um dos grandes derrotados da noite eleitoral ao conseguir eleger apenas um deputado, ao contrário do Livre que foi o único partida da esquerda a melhorar o resultado face há um ano, passando de 3,18% para 4,20% e ao eleger seis deputados, mais dois que no ano ano anterior. A deputada única do PAN voltou a garantir um lugar no Parlamento.
A CDU, com 3,0%, passou de quatro para três deputados, enquanto a IL ganhou um deputado face às eleições de 2024 e passa a contar com nove deputados. O JPP foi uma das surpresas da noite eleitoral ao ser o novo partido no Parlamento.
(Notícia atualizada às 19h39)
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