Certificados de Aforro vão pagar menos em junho. Taxa de juro base cai para 2,07%

Pelo terceiro mês consecutivo, a taxa de juro base dos Certificados de Aforro volta a cair, à boleia da contração da Euribor a 3 meses. Em junho, atingirá o valor mais baixo desde setembro de 2022.

Pelo terceiro mês consecutivo, a taxa de juro base dos Certificados de Aforro voltará a recuar, fixando-se em 2,07% para junho, segundo cálculos do ECO. Este valor representa o nível mais baixo desde setembro de 2022, quando atingiu os 1,43%, ainda durante a comercialização da Série E.

A descida da remuneração dos Certificados de Aforro consolida o fim de um ciclo dourado para os aforradores, que durante quase dois anos beneficiaram de taxas base no limite máximo permitido por lei. Porém, isso não significa que o entusiasmo em redor destes títulos de dívida do Estado desenhados para o retalho esteja a esmorecer.

Em abril, o stock de Certificados de Aforro superou pela primeira vez os 37 mil milhões de euros como resultado de 542 milhões de euros de subscrições líquidas nesse mês, segundo dados do último boletim mensal do IGCP. E só nos primeiros quatro meses deste ano o montante aplicado nestes títulos de dívida do Estado aumentou 6,6%, num volume global líquido de 2,3 mil milhões euros.

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A queda da taxa base dos Certificados de Aforro está diretamente relacionada com a trajetória descendente da Euribor a três meses, indexante que serve de referência ao cálculo da taxa de juro destes títulos de dívida do Estado. A Euribor a três meses tem registado uma queda mais acelerada desde há um ano, passando de valores próximos dos 3,9% em abril do ano passado para os atuais 2,011%.

A taxa de juro dos Certificados de Aforro da Série F é determinada através da combinação de uma taxa base com prémios de permanência. A taxa base é calculada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, segundo a média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores.

Mesmo com a taxa em declínio, os Certificados de Aforro continuam a apresentar condições mais atrativas do que a maioria dos depósitos bancários.

Esta taxa base está, no entanto, sujeita a um teto máximo de 2,5% e a um limite mínimo de 0%, garantindo alguma estabilidade aos investidores. À taxa base são depois adicionados prémios de permanência que variam entre 0,25 pontos percentuais e 1,75 pontos percentuais, consoante o tempo de investimento, até 15 anos.

Mesmo com a taxa em declínio, os Certificados de Aforro continuam a apresentar condições mais atrativas do que a maioria dos depósitos bancários. Os últimos dados do Banco de Portugal revelam que a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo está em queda há 15 meses, situando-se nos 1,69% em março.

A evolução futura da remuneração dos Certificados de Aforro continuará a depender da trajetória das taxas Euribor, que por sua vez está condicionada pela política monetária do Banco Central Europeu. Os analistas antecipam que as taxas possam continuar a descer gradualmente ao longo de 2025, o que poderá pressionar ainda mais a remuneração destes títulos de poupança.

No entanto, a experiência recente sugere que a procura por Certificados de Aforro poderá manter-se resiliente, beneficiando da sua posição competitiva face aos produtos bancários e da confiança dos investidores na garantia oferecida pelo Estado português.

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