Vodafone e Three estão oficialmente ‘casadas’ no Reino Unido e vão gastar 13 mil milhões na lua-de-mel

Mercado britânico de telecomunicações tem novo xerife: a VodafoneThree acaba de se tornar a nova líder de mercado, após concluída a fusão entre as duas empresas, com 27 milhões de clientes no total.

A subsidiária britânica do grupo Vodafone uniu-se à rival Three para criar um gigante de telecomunicações com 27 milhões de clientesEPA/TOLGA AKMEN

O casamento está consumado. A Vodafone UK e a Three anunciaram esta segunda-feira a conclusão de uma fusão que dá origem a um gigante de telecomunicações no Reino Unido com 27 milhões de clientes. A nova empresa chama-se VodafoneThree e já é líder no mercado britânico, após o fecho desta transação avaliada em 15 mil milhões de libras (17,77 mil milhões de euros).

A fusão entre a Vodafone UK e a Three tinha sido anunciada em 2023 e mereceu a aprovação da Autoridade da Concorrência e dos Mercados (CMA) do Reino Unido em dezembro de 2024, embora sujeita a compromissos. Uma das promessas que ajudou a viabilizar o negócio foi o pacote de investimentos de 11 mil milhões de libras (cerca de 13 mil milhões de euros), para executar ao longo dos próximos dez anos, na melhoria da rede móvel 5G no país — que, segundo o grupo Vodafone, se tornará numa “das mais avançadas da Europa”.

Deste montante, a nova empresa — detida em 51% pelo grupo Vodafone e em 49% pela CK Hutchison, anterior dona da Three — planeia investir 1,3 mil milhões de libras (1,54 mil milhões de euros) já no primeiro ano após esta fusão. “Isto permitirá à empresa acelerar o desenvolvimento da sua rede”, refere a Vodafone num comunicado.

Por ordem do regulador da concorrência, as duas empresas tiveram de aceitar limites nos preços de um conjunto selecionado de tarifários por um prazo mínimo de três anos. Nesse período, ao nível grossista, terão ainda de praticar preços e termos contratuais predefinidos, para assegurar que os operadores móveis virtuais continuam a ter acesso a condições competitivas no mercado.

Ambas esperam que, ao fim de cinco anos, a contar a partir de agora, a combinação dos dois negócios permita gerar sinergias de 700 milhões de libras (829,6 milhões de euros) por ano, ao nível do investimento e de poupanças nos custos. Max Taylor, que era CEO da Vodafone UK, assume agora a liderança da VodafoneThree, que conta com Darren Purkis, que transita da Three, no cargo de CFO.

Com esta fusão entre a terceira e a quarta operadora em quota de mercado, o Reino Unido fica reduzido a três operadoras: a VodafoneThree, a BT/EE (maioritariamente detida pelo grupo indiano Bharti Televentures) e Virgin Media O2 (controlada a meias pela Liberty Global e pela Telefónica).

“Estamos ansiosos por dar início à construção da nossa rede e oferecer rapidamente aos clientes uma maior cobertura e qualidade de rede superior. A transação conclui a reformulação da Vodafone na Europa e, depois deste período de transição, estamos bem posicionados para o crescimento no futuro”, disse Martherita Della Valle, CEO do grupo Vodafone, citada num comunicado.

De acordo com o The Guardian, o sindicato Unite, um dos maiores do Reino Unido, estima que a fusão entre a Vodafone e a Three resulte na perda de 1.600 empregos. Um número que a Vodafone rejeita, argumentando que esta operação resultará na criação de mais emprego.

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