“Seremos o partido da oposição responsável e firme ao Governo”, diz José Luís Carneiro

  • ECO e Lusa
  • 18:49

É oficial. José Luís Carneiro apresentou este sábado no Largo do Rato a sua candidatura à liderança do PS. Até ao momento, é o único candidato.

“Seremos o partido da oposição responsável e firme ao Governo”, garante José Luís Carneiro, durante a apresentação da sua candidatura a secretário-geral do PS. Até agora é a única candidatura.

Duarte Cordeiro, Fernando Medina e Mariana Vieira da Silva chegaram a ser apontados como possíveis candidatos, mas não avançaram. As eleições diretas para escolher o novo secretário-geral do partido decorrem a 27 e 28 de junho, com o limite para apresentação das candidaturas até dia 12.

A oposição “firme”, prometida pelo candidato, não impedirá “os consensos democráticos, nomeadamente na política externa europeia, na defesa, na segurança, na justiça e na organização e na reforma do Estado”, precisou.

“Não nos perdoarão se nos golpearmos reciprocamente”, disse José Luís Carneiro no seu discurso de candidatura, pedindo um partido unido. “Apelo aos socialistas para que se unam na sua diversidade, para iniciar o caminho de volta que a defesa dos nossos ideais nos pede”, disse ainda.

“Aqueles que serão deixados para trás por políticas neoliberais”, “discriminados por políticas conservadoras”, ou que não verão melhorias na sua qualidade de vida, nos salários ou serviços públicos, não perdoarão o partido se ficar a “olhar para o umbigo”.

“Não nos perdoarão se ficarmos agora a olhar para nós próprios ou nos entretivermos a golpear reciprocamente a nossa credibilidade e as nossas qualidades, em vez de nos organizarmos para os defendermos a eles, que são a razão de ser e de existirmos como partido”, afirmou.

José Luís Carneiro reconheceu que o PS está a “viver um momento difícil” e teve um “resultado que não desejava” nas legislativas de maio, tendo perdido votos “para a direita em todos os grupos sociais”.

O que procurarei fazer e vos peço que façam é uma análise profunda daquilo em que falhámos, de quando falhámos, do que devíamos ter feito diferente”, disse.

No entanto, logo de seguida, pediu que se “desengane quem confunde essa reflexão com tentações de ajustes de contas internos e com cedência a tentativas de aproveitamentos por parte” dos principais opositores do PS, uma passagem do seu discurso que mereceu vários aplausos da plateia.

“Análise e debate? Sim, ao máximo. Ataques pessoais e superficiais na praça pública? Não, nunca. Comigo, não contam com isso”, assegurou.

“Garantir que os bons resultados da economia chegam à vida das pessoas”

José Luís Carneiro acredita ser “conjuntural” os resultados obtidos pelo PS nas últimas legislativas, em que passou a ser a terceira força política.

“O PS esteve e estará sempre do lado da defesa da democracia e às inquietações dos nossos concidadãos. Temos de restabelecer a confiança nas instituições e a esperança na democracia. Temos de construir uma ambiciosa agenda de progresso para Portugal, para as portuguesas e para os portugueses. Na economia, na cultura, na educação, no conhecimento, na habitação, na qualidade de vida. Temos de garantir que os bons resultados da economia chegam à vida das pessoas. E de garantir que são protegidas quando os resultados económicos são menos favoráveis”, disse.

Temos de mostrar ao país que somos o único partido capaz de oferecer respostas sérias e sustentáveis aos reais problemas do dia a dia das pessoas“, destacou.

“Comigo na liderança, o PS não terá receio de promover consensos democráticos, nem será tíbio na oposição ao regresso das políticas que ponham em causa os valores e os princípios do socialismo democrático”, assegura.

Autárquicas é “prioridade imediata”, presidenciais “lá chegaremos”

Com as eleições autárquicas a decorrer este ano, José Luís Carneiro aponta as autárquicas como “prioridade imediata”.

“Nelas defenderemos as marcas das autarquias socialistas, que acreditamos que são um poderoso antídoto contra a progressão populista. Estaremos em todo o país em listas próprias. Mas procuraremos convergências progressistas onde elas se revelarem necessárias, sólidas e ganhadoras”, diz.

E quanto às presidências, num momento em que os candidatos começam a perfilar-se… “Compreendo e saúdo os que têm coragem e disponibilidade para servir o País. Lá chegaremos. Mas, quero que fique muito claro: é o PS que define a sua agenda e é o PS que define a hierarquia das suas prioridades. As autárquicas serão já em fins de setembro, princípio de outubro. As presidenciais serão só em 2026. Cada coisa, a seu tempo!”.

 

(Última atualização às 19h23)

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